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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Carlos Lyra: Rapaz de Bem


Rapaz De Bem (1960) - Johnny Alf - Intérprete: Carlos Lyra

LP Bossa Nova / Título da música: Rapaz De Bem / Johnny Alf (Compositor) / Carlos Lyra (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1960 / Nº Álbum: P 630.409 L / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Bossa Nova.


F7+          Bb7/9               F7+
Você bem sabe, eu sou um rapaz de bem
Am7                D7/9-    Gm7
E a minha onda é do vai e vem
A7/13         D6/9     F#7/5+     Bm7
Pois co'as pessoas que eu bem tratar
E7/9         Am7            D7/9-
Eu qualquer dia posso me arrumar
Gm7 C7/9- F7+
Vê se mora

Bb7/9                F7+
No meu preparo intelectual
Am7         D7/9-     Gm7
É no trabalho a pior moral
A7/13     D6/9      F#7/5+    Bm7
Não sendo a minha apresentação
E7/9         Am7        D7/9-
O meu dinheiro só de arrumação

Gm7         C7/9        Fm7 Dº
Eu tenho casa, tenho comida
Ebm7/9   Ab7   Db6      Db7 Db7+
Não passo fome, graças a Deus
Dm7/9    G7/13    Em7 Ebº Dm7
E no esporte eu sou de morte
G7/13           Gm7                 C7/9-
Tendo isso tudo eu não preciso de mais nada
   F7+
É claro!

Bb7/9         F7+
Se a luz do sol vem me trazer calor
Am7         D7/9-           Gm7
E a luz da lua vem trazer amor
A7/13   D6/9   D7/9-    Gm7
Tudo de graça a natureza dá
     C7/9                    Gb7+
1ª) Pra que que eu quero trabalhar

      C7/9           Abm7
2ª) Pra que que eu quero
         Db7/9    Gm7
Pra que que eu quero
    C7/9          Gb7+      F7+
Pra que que eu quero trabalhar

Mary Gonçalves: O Que é Amar


O Que É Amar (samba-canção, 1952) - Johnny Alf - Interpretação: Mary Gonçalves

LP 10' Convite Ao Romance / Título da música: O Que É Amar / Johnny Alf (Compositor) / Mary Gonçalves (Intérprete) / Trio As Moreninhas (Partic.) / Lyrio Panicali (Direção) / Gravadora: Sinter / Ano: 1953 / Nº Álbum: SLP 1008 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Samba-canção.


D# A#7 
É só olhar, 
D#7+          Dº             Cm Gm Cm
 depois sorrir, depois gostar
C7     F#          Fº             G5+
Você olhou, você sorriu, me fez gostar
         Cm
Quis controlar meu coração
              G7+ Gm   C6
Mas foi tão grande a emoção
       F7   Dm7    G4    C     Fm   C5+/9-
De sua boca ouvi dizer "quero você"
        D#7+     Cm         Fm
Quis responder, quis lhe abraçar
A#     D#7+ Fm Gm G5+
Tudo falhou
      A#m7       F#7/9      G#7+ Gm7
Porém você me segurou e me beijou
          Cm       C#
Agora eu posso argumentar
        Dm7             Gm7
Se perguntarem o que é amar
 C#m  Cm             Fm     A#      D#7+
É só olhar, depois sorrir, depois gostar

Ana Lúcia: Ilusão à Toa


Ilusão à Toa (samba-canção, 1961) - Johnny Alf - Interpretação: Ana Lúcia

LP O Encanto E A Voz De Anna Lúcia / Título da música: Ilusão À Toa / Johnny Alf (Compositor) / Ana Lúcia (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1961 / Nº Álbum: P 630.443 L / Lado A / Faixa 6 / Gênero musical: Samba-canção.


Tom: Dm
Intro: G7/13 

    Dm      G7               Db7+     C/Db
Eu acho engraçado quando um certo alguém
      Db7/9
Se aproxima de mim
  A5-/7/9      Abm7           Bb7/9+ Ebm C7/9-
Trazendo exuberância que me extasia
      Fm    Cm7/9         Fm        Cm7/9
Meus olhos sentem, minhas mãos transpiram
      Fm                G5+/7           Cm  
É um amor que guardo há muito dentro em mim,
   G7      Cm
dentro em mim
              F7/9-  Bbm7 Eb7/9- Abm7  Am7  A5+/7
E é a voz do coração que canta assim, assim
 Dm     G7                   C7+
Olha, somente um dia longe dos teus olhos
 Bm5-/7     E7/9-                Am
Trouxe a saudade de um amor tão perto
            F#m5-/7      B7      Em   A4/7 A5+/7
E o mundo inteiro fez-se tão tristonho
C/D  D7/9 Dm     G7     C7+   F7/9
Mas embora agora eu te tenha perto
B7/9+    E7/9-    Am      D7/9
Eu acho graça do meu pensamento
F#5+/7  B7/9-              Abm7
A conduzir o nosso amor discreto
C7/9- F7+    F#m5-/7       B7/9- E7+
Sim, amor discreto pra uma só pessoa
Em5-/7       A5+/7        E7+      Dm
Pois nem de leve sabes que eu te quero
      Bb7          Db7/9  C7+
E me apraz essa ilusão à toa
Ab/Bb Bb5+/7 Eb7 Eb/F F7/9-
 Bb7+ Gb/Ab D7/9 Ab/Bb C7+

Márcia: Eu e a Brisa

Johnny Alf
Obra encomendada para o casamento de um amigo do autor, esta romântica balada foi uma das concorrentes do III Festival de MPB da Record. Não teve sorte, porém, pois os jurados não se impressionaram com a sua beleza, nem com a boa interpretação da cantora Márcia ou com o arranjo de José Briamonte, desclassificando-a para as finais.

Mesmo assim, “Eu e a Brisa” foi aos poucos se impondo e ganhando prestígio para se tornar a mais solicitada e gravada canção de Johnny Alf (“Ah, se a juventude que essa brisa canta / ficasse aqui comigo mais um pouco / eu poderia esquecer a dor / de ser tão só! pra ser um sonho...”). E seu destino inicial acabou sendo cumprido: vetada pelo padre oficiante do casamento do amigo de Alf, tornou-se uma de nossas composições frequentemente executadas nessas cerimônias (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Eu e a Brisa (1967) - Johnny Alf - Intérprete: Márcia

LP III Festival Da Música Popular Brasileira - Vol. 1 / Título da música: Eu E A Brisa / Johnny Alf (Compositor) / Márcia (Intérprete) / José Briamonte (Acomp.) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Philips / Ano: 1967 / Nº Álbum: R 765.014 L / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Canção / Balada / MPB:

E6/9          Am6/E               E6/9
Ah ,se a juventude que essa brisa canta 
         Bm7        E7(b9)  A7M           C#m7
Ficasse aqui comigo mais um pouco, Eu poderia 
    F#7(#5) B7M
esquecer a  dor 
           B7/4/9        G#m7  C#m7
De ser tão só Pra ser um sonho, 
        Am7             D7/9    E7M
Eu aí então quem sabe alguém chegasse, 
            Bm7            E7(b9)   D#m7  D7/9 
Buscando um sonho em forma de     desejo
      F#7/4          F#7 D#m7   G#m7    F7(#9)
Felicidade então pra nós seria!         E
E7M          A#m7          D#7(b9) G#m7  G#m/F#
Depois que a tarde nos trouxesse a lua,
             E#m7(5b) A#7/9      D#m7    D#m/C#
Se o amor chegasse eu não resistiria, 
         C7(#9) B7/9(#11) A#m7       B7/4(9) B7(b5)
E a madrugada   acalentaria  a nossa paz  
G#m7             Am7          D7(b9)   G7M   F7M
Fica, Oh! brisa, fica pois talvez quem sabe,
        E7/4(9)   E7/9   A7M   D7/9
O inesperado faça uma surpresa 
          C#m7            F#7(b5) B7M
E traga alguém que queira te escutar
          B7/4(9)        E7M   F#m7
E junto a mim   Queira ficar... 
             G#m7 A7/9  G#7M
(Bem junto a mim queira ficar...)

Nora Ney: De Cigarro em Cigarro

De cigarro em cigarro (samba-canção, 1953) - Luiz Bonfá - Intérprete: Nora Ney

Disco 78 rpm / Título da música: De cigarro em cigarro / Bonfá, Luiz, 1922- (Compositor) / Ney, Nora, 1922-2003 (Intérprete) / Cópia (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1953 / Nº Álbum: 16726 / Gênero musical: Samba canção.



Am -----F------- Am -------------F --------Am
Vivo só, sem você / E não posso esquecer
--------Am/C ------Dm -----A7 -----Dm
Um momento sequer
----------Dm/C ----E7 -------F ----------E7
Vivo pobre de amor / À espera de alguém
-------------------------Am----- E7 -----Am
Esse alguém não me quer

-----------Bb7 ------A7 -----Em7/-5 -----A7
Vejo o tempo passar / E o inverno chegar
------------------Dm------ A7
Só não vejo você
Dm------------ G7 -----------C------- Am------ E7
Se outro alguém em meu quarto bater
------------------Am------ E7/5+ ------Am
Eu não vou atender

-----------G7------ C----------- Am------ Dm
Muitas noites perdi / Muitas noites passei
----------G7 -------C --------G7
Sem poder esquecer
C --------------------B7
De cigarro em cigarro olhando a fumaça
----------------E7----- F----- E7
No ar se perder

Maysa: Voltei

"Voltei", lançado em 1960, é o sétimo álbum de Maysa já influenciado pela bossa nova em algumas faixas como "Meditação" e "Cheiro de Saudade" e os clássicos sambas-canções. A capa traz uma combinação do antigo (uma foto em preto e branco da cantora) e do novo (o nome do álbum grafado em letras modernas para a época).

O título do álbum está relacionado com a volta da cantora à vida normal, após um tratamento à base de antidepressivos e uma desintoxicação alcoólica. Foi uma temporada de um mês no hospital, por causa de uma crise de pressão baixa, causada pela ingestão de uísque combinada com comprimidos para dormir. Maysa voltava agora mais bela, magra e sentindo-se bem.

Duas canções neste disco eram assinadas por ela: o samba-canção "Voltei" e o sambinha positivo "Vem Comigo", escrito enquanto estava no hospital. Um dos maiores sucessos do álbum foi o bolero "Cantiga de Quem Está Só", que se manteve nas paradas por três meses. Três discos 78 rpm do mesmo ano continham canções do álbum: o primeiro traz “Voltei” e “Vem Comigo”, o segundo “Solidão” e “Cheiro de Saudade” e o terceiro “Alguém Me Disse” e “Meditação”. O compacto duplo "Com Carinho de Maysa" contém “Cheiro de Saudade” e Meditação” no lado A e “Solidão” e “Dindi” no lado B (Fonte: Wikipédia).

Voltei (1960) - Maysa e Enrico Simonetti - Intérprete: Maysa

LP Voltei / Título da música: Voltei / Maysa (Compositora) / Enrico Simonetti (Compositor) / Maysa (Intérprete) / Simonetti (Acomp.) / Orquestra RGE (Acomp.) / Gravadora: RGE / Ano: 1960 / Nº Álbum: XRLP 5078 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Samba-canção.



Meu verso sempre tão triste
Volta pedindo desculpas
Pelo triste que causou
Meus olhos tantas vezes decantados
Inda mais desencantados
Voltam triste ao que deixou

E tudo recomeça novamente
Eu me entrego docemente
E a tristeza eu me dou
Voltei, com meus olhos
Com meu verso e a todos eu peço
Que me aceitem como sou
Com meu verso sempre triste
Com meus olhos desencantados
Sendo sempre como sou

Voltei, com meus olhos
Com meu verso e a todos eu peço
Que me aceitem como sou
Com meu verso sempre triste
Com meus olhos desencantados
Sendo sempre como sou

Meu verso sempre tão triste
Volta pedindo desculpas
Pelo triste que causou

Jair Rodrigues: Tristeza

Último samba de estilo tradicional a vencer no carnaval, “Tristeza” foi também o último sucesso, aliás póstumo, de Haroldo Lobo (morto em julho de 65), um dos mais férteis e premiados compositores carnavalescos. Originalmente um extenso samba do então iniciante Niltinho (Nilton de Souza), “Tristeza” seria remontado por Haroldo, que lhe deu o toque profissional, reduzindo-lhe o tamanho e enxertando-lhe alguns compassos de uma antiga melodia de sua autoria.

Daí resultou um belo samba, ao mesmo tempo vibrante e sentimental, que o povo consagrou: “Tristeza / por favor vai embora / minha alma que chora / está vendo o meu fim...” Lançado por Ari Cordovil, teria a sua gravação marcante na interpretação registrada ao vivo por Jair Rodrigues, no já citado programa “O Fino da Bossa”. Essa gravação antecederia dezenas de outras, inclusive no exterior, onde “Tristeza” ganhou uma versão em inglês, de Norman Gimbel, com o título de “Goodbye Sadness”. Seu sucesso foi tão grande que Niltinho passou a ser chamado de Niltinho Tristeza (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Tristeza (samba, 1966) - Niltinho e Haroldo Lobo - Intérprete: Jair Rodrigues.

LP Dois Na Bossa Número 2 - Elis Regina e Jair Rodrigues / Título da música: Tristeza / Haroldo Lobo (Compositor) / Niltinho Tristeza (Compositor) / Jair Rodrigues (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1966 / Álbum: P-632.792-L / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Samba.


Introd.:  A6  D7+  Dm6  C#m7
                 F#7/9  B7/13  E7/9  A6

    A7+     A6
Tristeza
      A#°       Bm7
Por favor vai embora
             C#m7   Bm7
Minha alma que chora
     E7/9        A7+  A6
Está vendo o meu fim
A7                      D7+
   Fez do meu coração a sua moradia
Dm6       G7/9         C#7/13  C#5+/7
   Já é demais o meu penar
F#7/9        F#7/b9     B7/13      B5+/7
    Quero voltar aquela vida de alegria
E7/9     E7/b9   A7+  A6
Quero de novo cantar
        D7+
Lá, rá, lá, rá
Dm6                    C#m7
   Lá, rá, lá, rá, lá, rá, rá
F#7/9                  B7/13
   Lá, rá, lá, rá, lá, rá, rá
E7/9                A6
   Quero de novo cantar

Maysa: Resposta


Resposta (1956) - Maysa - Intérprete: Maysa

LP 10' Convite Para Ouvir Maysa / Título da música: Resposta / Maysa (Compositora) / Maysa (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1956 / Nº Álbum: RLP 013 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Samba-canção.



Ninguém pode calar dentro em mim
Esta chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar

Eu não posso explicar quando foi
E nem quando ela veio
E só digo o que penso, só faço o que gosto
E aquilo que creio

Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade
De quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou
Ou vai falar de mim

Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade
De quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem vai falar
Ou já falou de mim

Maysa: Se Todos Fossem Iguais a Você

Vinícius de Moraes
Em meados de 56, Vinícius de Moraes estava com a peça "Orfeu da Conceição" pronta, faltando somente conseguir um compositor para musicá-la e, se possível, orquestrá-la. Achava Vinicius que o nome ideal para a tarefa seria o de Vadico (Osvaldo Gogliano), parceiro de Noel Rosa que, convidado não aceitou.

Atendendo, então, a uma sugestão do crítico musical Lúcio Rangel, o poeta convidou Antônio Carlos Jobim, na época um jovem compositor e arranjador ainda pouco conhecido.

Começava assim a parceria Tom/Vinicius, uma das mais importantes da música brasileira, juntando o talento de um grande músico ao de um poeta consagrado e que deu como primeiro fruto "Se Todos Fossem Iguais a Você". Romântica, requintada, até com uma certa tendência para o monumental, "Se Todos Fossem Iguais a Você" é a melhor composição do repertório criado para a peça. Lançada por Roberto Paiva no final de 56 chegaria ao sucesso no ano seguinte, quando recebeu várias outras gravações.

Se todos fossem iguais a você (samba-canção, 1957) - Tom Jobim e Vinícius de Moraes - Intérprete: Maysa

Disco LP 10 pol 33 1/3 rpm / Título da música: Se todos fossem iguais a você / Jobim, Antônio Carlos (Compositor) / Moraes, Vinícius de (Compositor) / Maysa (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RGE, 1957 / Nº Álbum RLP-0015 / Gênero musical: Samba-canção.


Tom: D7+

D7M                           E/D
Vai tua vida, teu caminho é de paz e amor
D7M                       G7M
A tua vida é uma linda canção de amor
C#m5-/7       F#7     B6/7    B5+/7       Em7
Abre os teus braços e canta a última esperança
Gm7   F7M       F#m7  B5+/7   Am7    D7
A esperança divina de amar      em paz
G7M    F#m5-/7   B5+/7  Em7      Dm7   G7
Se todos fossem     iguais   a você
C7M      Bm7  E7  Am7
Que maravilha viver
C/D                 G7M
Uma canção pelo ar, uma mulher a cantar
C#m5-/7           F#7      Bm7             Am7
Uma cidade a cantar, a sorrir, a cantar, a pedir
D7        G7M     F#m5-/7  B5+/7
A beleza da amar como o sol,
Em7        Dm7   G7
como a flor, como a luz
C7M          Dm7   G7      C7M
Amar sem mentir,    nem sofrer
C#m5-/7    Cm7   G/B                 Gm/Bb
Existiria verdade, verdade que ninguém vê
Am7                  C/D              G7M
Se todos fossem no mundo iguais a você


A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34

Maysa: Tarde Triste

"Convite Para Ouvir Maysa" foi o primeiro álbum gravado pela cantora Maysa. Tudo começou em 1956, quando Alcebíades Monjardim, pai de Maysa, convidou Zezinho e Côrte Real, após uma noitada na boate Oásis, para passar em sua casa e escutar sua filha cantar. Admirado com o talento da moça, Côrte Real, que havia apresentado o cantor Roberto Carlos mais tarde ao Brasil, a propôs a gravar um disco.

Esse álbum que seria gravado após o nascimento do filho de Maysa, por exigência de André Matarazzo, seu marido, não apresentaria na capa a foto dela. No lugar apareciam orquídeas orvalhadas sobre um cartão com o “Convite Para Ouvir Maysa”. Outra exigência de André era que Maysa não se apresentasse como cantora profissional e que todos os lucros que o álbum rendesse fossem doados ao Hospital do Câncer. Tudo isso por que naquela época cantoras de rádio não eram bem vistas pela sociedade e André não queria macular o nome da sua família.

O disco traz oito sambas-canções, todos compostos por Maysa. “Adeus”, inclusive, foi composta quando ela tinha apenas 12 anos de idade. “Marcada”, a primeira música do álbum, introduz o pessimismo, uma característica que aparece com frequência em canções de toda a sua carreira. “Tarde Triste” e a autobiográfica “Resposta” tornaram-se sucessos da cantora. (Fonte: Wikipédia)

Tarde Triste (1956) - Maysa - Intérprete: Maysa

LP 10' Convite Para Ouvir Maysa / Título da música: Tarde Triste / Maysa (Compositora) / Maysa (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1956 / Nº Álbum: RLP 013 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba-canção.



Tarde triste me recorda outros tempos
Que saudade... Que saudade...
Vivo só num turbilhão de pensamentos
De saudade... De saudade...

Por onde andará quem amei
Será que também vive assim
Sofrendo como só eu sei
Pensando um pouquinho em mim

Tarde triste, noite vem, já está descendo
E eu sozinha, sofrendo

Por onde andará quem amei
Será que também vive assim
Sofrendo como só eu sei
Pensando um pouquinho em mim

Tarde triste, noite vem, já está descendo
E eu sozinha, sofrendo

Maysa: Recado

Recado (samba, 1959) - Luís Antônio e Djalma Ferreira - Intérprete: Maysa

Disco 78 rpm / Título da música: Recado / Ferreira, Djalma (Compositor) / Luiz Antônio (Compositor) / Maysa, 1936-1977 (Intérprete) / Orquestra RGE (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RGE, Indefinida / Nº Álbum 10159 / Gênero musical: Samba.



Você, errou quando olhou, pra mim
Uma esperança, fez nascer, em mim
Depois levou, pra tão longe de nós
Seu olhar no meu, a sua voz

Você deixou, sem querer deixar

Uma saudade, enorme em seu lugar
Depois nós dois
Cada qual a mercê do seu destino
Você sem mim, eu sem você!

Saudade, meu moleque de recado
Não diga que eu me encontro nesse estado

Você deixou, sem querer deixar
Uma saudade, enorme em seu lugar
Depois nós dois
Cada qual a mercê do seu destino
Você sem mim, eu sem você!

João Gilberto: Outra Vez

Outra Vez (samba, 1954) - Tom Jobim - Interpretação: João Gilberto

LP O Amor Sorriso E A Flor / Título da música: Outra Vez / Tom Jobim (Compositor) / João Gilberto (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1960 / Nº Álbum: MOFB 3151 / Lado B / Faixa 6 / Gênero musical: Bossa Nova.


Tom: D13


Intro:Cmaj7  G7/-5  Cmaj7  G7/-5  Cmaj7

      D13/-9 Dm7      Fdim  Em7
Outra vez       sem você, 
     Ebdim  Dm7     Gdim  Fmaj7
outra vez       sem amor
      Fm6  Em7      Ebm7
Outra vez     vou sofrer,
       Dm7   Dbmaj7     Cmaj7  G7/-5  Cmaj7
vou chorar, até você voltar
      D13/-9 Dm7      Fdim  Em7
Outra vez       vou vagar,
    Ebdim     Dm7         Gdim  Fmaj7
por aí            pra esquecer
      Fm6  Em7      Ebm7       Dm7
Outra vez     vou falar mal do mundo,
Dbmaj7     Cmaj7  D13/-9  Ebdim  B7/+5  B7  Em7
até você voltar
                 Dbm7/-5       Cdim          Bm7
Todo mundo me pergunta, porque ando triste assim
        Bbdim               Am7
Ninguém sabe o que é que eu sinto,
      Adim        Gmaj7
com você longe de mim
       G6             Dm7         G7           Cmaj7
Vejo o sol quando ele sai, vejo a chuva quando cai
      Bbmaj7        Abmaj7  Bbmaj7
Tudo agora é só tristeza,    
                  Dm7  G#m6  G#dim  Cmaj7
traz saudade de você
      D13/-9 Dm7      Fdim  Em7
Outra vez       sem você, 
      Ebdim  Dm7     Gdim  Fmaj7
outra vez       sem amor
      Fm6  Em7      Ebm7       Dm7
Outra vez     vou falar mal do mundo,
 Dbmaj7     Cmaj7  G7/-5  Cmaj7
até você voltar,
 Dbmaj7     Cmaj7
Até você voltar

Maysa: Ouça


Uma jovem senhora da sociedade que sabia cantar e compor muito bem... Eis aí um fenômeno raro em nossa música popular, o fenômeno Maysa, uma das mais gratas revelações artísticas dos anos cinqüenta. Levada, pelo produtor Roberto Corte Real, das festas grã-finas para os estúdios de gravação, Maysa se tornou imediatamente conhecida em todo o país, cantando o samba-canção "Ouça", o grande sucesso de sua carreira.

Embora capaz de interpretar os mais variados tipos de música, nacional ou estrangeira, foi nas canções de amores sofridos, como "Ouça", que ela melhor se realizou artisticamente. A exemplo de Carmen Miranda, no estabelecimento da gravadora Victor no Brasil, Maysa foi a estrela que impulsionou as vendas da então iniciante RGE, de José Scatena, ajudando ainda a tornar conhecido um elenco no começo de carreira.

Ouça (samba-canção, 1957) - Maysa Matarazzo - Interpretação: Maysa

Disco 78 rpm / Título da música: Ouça / Maysa, 1936-1977 (Compositor) / Maysa, 1936-1977 (Intérprete) / Orquestra RGE (Acompanhante) / Puglielli, Rafael (Acompanhante) / Matarazzo, Maysa (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RGE, 1956-1957 / Nº Álbum 10047 / Gênero musical: Samba canção.


Tom: G
G          Em7        Am7/9          D7/5+
Ouça, vá viver a sua vida com outro bem
G7+        Em7          Am7            D7/9
Hoje eu já cansei de pra você não ser ninguém
G7+        A7                         D7/9    D7
O passado não foi o bastante para lhe convencer
Am7             A6/7           D11 D7/9-/12-
Que o futuro seria bem grande só eu e você
G               Em7
Mas quando a lembrança
Am7/9         D7/5+
Com você for morar
 G7+     Em7
E bem baixinho
   Am7          D7/9
De saudade você chorar
  G7+                      Dm7   G7/5+
Vai lembrar que um dia existiu
   C7+                  F7/9
Um alguém que só carinho pediu
   Bm7  E7/9-             Am7
E você fez questão de não dar
   D7/9-          G
Fez questão de negar


A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34

Maysa: O Quê?


O Que? (1957) - Maysa - Intérprete: Maysa

LP 10' Maysa / Título da música: O Que / Maysa (Compositora) / Maysa (Intérprete) / Rafael Puglielli (Acomp.) / Orquestra RGE (Acomp.) / Gravadora: RGE / Ano: 1957 / Nº Álbum: RLP 015 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba-canção.



O que que eu estou procurando
No vago aflita olhando?
De canto em canto buscando
O que?


De noite a lua assiste
Que eu fico ainda mais triste
E saio pra rua andando
Procurando mas o que?


Talvez se um dia eu achasse
O mundo depressa tirasse
E eu não conseguisse nem ver
Mas o que?


Que eu estou procurando
No vago aflita olhando
De canto em canto buscando
O que?

Maysa: O Nosso Olhar

O nosso olhar (samba-canção, 1959) - Sérgio Ricardo - Intérprete: Maysa.

Disco 78 rpm / Título da música: O nosso olhar / Ricardo, Sérgio (Compositor) / Maysa, 1936-1977 (Intérprete) / Orquestra RGE (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RGE, Junho/1959 / Nº Álbum 10159 / Lado B / Gênero musical: Samba canção.


Introdução: Em5-/7 Edim Dm7/9 G7/13-
Em5-/7 Edim Dm7/9 G7/13-

Em5-/7 Edim         A7
Viu,        quanta coisa linda
A7/9-      Dm7  
Você e eu sentimos
Bm5-/7    E7/13-               Am9    
Sob este luar  dentro do silêncio
F7M      Eb7/9+            D7/9+
Que a noite fazia pelo nosso amor
Em5-/7 Edim         A7
Viu,   como nossos olhos
A7/9-         Dm7  
Foram se entregando
Bm5-/7    E7/13-              Am9    
E se integraram na linguagem pura
F7M             Eb7/9+       D7/9+ D6/9 Gm6 C7/9 C7/9-
Que os olhos ditam pelo coração
F7M   D7/9           G7/5+    F7M      Em6              
Viu, como o mundo inteiro    ficou pequeno
Am7          Gm7  A7/9    Dm7/9
E em nossas mãos virou veneno
G7/13      Fm6   G7         C4/7/9 C7/9- Gm7/9 A7/9     
Que a noite bebeu  pelo nosso amor
Dm7  Dm5-/7      Bb7/11+ Bb/Ab      C7M        
Viu, como basta pouco para amar-se muito
Am7        Gm6  A7/9-        Dm7/9  
Um luar bonito, uma noite quieta
G4/7/9  Fm7         C6
E o olhar tão puro, desse nosso olhar

Maysa: Noite de Paz


Samba-canção sub intitulado "Dá-me, Senhor", assinado por Dolores Duran com o pseudônimo de Durando. A gravação de Maysa saiu em maio de 1959 pela RGE, no LP "Convite Para Ouvir Maysa nº 4" e no 78 rpm 10157-B, matriz RGO-1093. Houve também gravações por Roberto Audi e Ted Moreno (Samuel Machado Filho, no Youtube).

Noite de Paz (samba-canção, 1958) - Dolores Duran - Interpretação: Maysa

LP Convite Para Ouvir Maysa nº 4 / Título da música: Noite de Paz (Dá-me, Senhor) / Dolores Duran (Compositora) / Maysa (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1959 / Nº Álbum: XRLP 5045 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Samba-canção.



Dai-me, Senhor, uma noite sem pensar
Dai-me, Senhor, uma noite bem comum
Uma só noite em que eu possa descansar
Sem esperança e sem sonho nenhum.

Por uma só noite assim posso trocar
O que eu tiver de mais puro e mais sincero
Uma só noite de paz
Pra não lembrar
Que eu não devia esperar
E ainda espero !!!!

Maysa: Ne Me Quitte Pas

Ne Me Quitte Pas (1961) - Jacques Brel - Intérprete: Maysa

LP Maysa / Título da música: Ne Me Quitte Pas / Jacques Brel (Compositor) / Maysa (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1966 / Nº Álbum: BBL 1363 / Lado B / Faixa 1.


              Em            Em/D
Ne me quitte pas il faut oublier
              C7+                 Am7
Tout peut s'oublier qui s'enfuit déjà
           C/D               D7
Oublier le temps des malentendus
        G7+
Et le temps perdu à savoir comment
              C7+                    B7
Oublier ces heures qui tuaient parfois
                Em                 Em/D
A coups de pourquoi le coeur du bonheur
       B7/11             B7
Ne me quitte pas, ne me quitte pas
        Em      B7 Em
Ne me quitte pas
             E/D                   C7+
Moi je t'offrirai des perles de pluies
          B7                  Em
Venues du pay où il ne pleut pas

Je creuserai la terre jusqu'après
     C7+
Ma mort
                   D                 G7+
Pour couvrir ton corps d'or el de lumière
               Em                    F
Je ferai un domaine où l'amour sera roi
                 B7               Em
Où l'amour sera loi où tu seras reine
              G                 Am9
Ne me quitte pas, ne me quitte pas
              B7/11 B7 Em
Ne me quitte pas
             Em              Em/D
Ne me quitte pas je t'inventerai
             C7+                Am7
Des mots insensés que tu comprendras
          C/D                D7
Je te parlerai de ces amants là
                 G7+
Qui ont vu deux fois leur coeur s'embraser
            C7+                   B7
Je te racontrai l'histoire de ce roi
                Em
Mort de n'avoir pas pu te rencontrer
B7/11        B7
Ne me quitte pas, ne me quitte pas
Em             B7 Em
Ne me quitte pas
           E/D                C7+
On a vu souvent rejaillir le feu
               B7                       Em
D'un ancien volcan qu'on croyat trop vieux
                                C7+
Il est parait-il des terres brulées
                 D                   G7+
Donnant plus de blé qu'un meilleur avril
                   Em                       F
Et quand vient le soir pour qu'un ciel flamboie
                B7                    Em
Le rouge et le noir ne s'épousent-ils pas
             B7/11 B7 Em
Ne me quitte pas, ne me quitte pas
                    Em/D                   C7+
Je ne vais plus pleurer, Je ne vais plus parler
                Am7         C/D               D7
Je me cachereai là a te regarder danser et sourire
          G7+
Et à t'écouter chanter, écouter rire
               C7+                 B7
Laisse moi devenir l'ombre de ton ombre
               Em                    E/D
L'ombre de ta main, l'ombre de ton chien
       B7/11               B7
Ne me quitte pas, ne me quitte pas
        Em
Ne me quitte pas

Roberto Luna: Molambo

Meira (Jayme Florence)
Molambo (samba-canção, 1956) - Meira (Jayme Florence) e Augusto Mesquita - Intérprete: Roberto Luna

Disco 78 rpm / Título da música: Molambo / Mesquita, Augusto (Compositor) / Florence, Jaime (Compositor) / Luna, Roberto (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Paes, Luiz Arruda (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 28/11/1955 / Nº Álbum 13977 / Gênero musical: Samba canção.


Dm                Fm    G7 
Eu sei que vocês vão dizer 
               C7M      Dm        Em  A7 
Que é tudo mentira, que não pode ser 
                  Dm              D7    G7 
Porque depois de tudo que ela me fez 
             Gm7                   A7 
Eu jamais deveria aceitá-la outra vez  
 
     Dm                 E7 
Bem sei que assim procedendo 
                  Am              B7 
Me exponho ao desprezo de todos vocês 
    E         Db7      Gbm      B7 
Lamento, mas fiquem sabendo 
          E                G7     
Que ela voltou e comigo ficou 
 
   Dm                 Fm     G7 
Ficou pra matar a saudade 
             C7M       Dm         Em   A7 
A tremenda saudade que não me deixou 
                  Dm                 D7   G7 
Que não me deu sossêgo um momento sequer 
                   Gm7          A7 
Desde o dia em que ela me abandonou    
 
   Dm                       Fm 
Ficou pra impedir que a loucura 
           Em                  A7 
Fizesse de mim um molambo qualquer 
   Dm                 G7 
Ficou desta vez para sempre 
          C 
Se Deus quiser 

Maysa: Meu Mundo Caiu

Meu mundo caiu (samba-canção, 1958) - Maysa - Intérprete: Maysa

Disco 78 rpm / Título da música: Meu mundo caiu / Matarazzo, Maysa (Compositor) / Matarazzo, Maysa (Intérprete) / Simonetti, Enrico (Acompanhante) / Orquestra RGE (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RGE, Indefinida / Nº Álbum 10083 / Gênero musical: Samba canção.


B7          Em
Meu mundo caiu
     D7           G
E me fez ficar assim
            B7
Você conseguiu e agora
                     E7
Diz que tem pena de mim
Não sei se me explico bem
         Am
Eu nada pedi
                       D7
Nem a você, nem a ninguém
                 G     B7
Não fui eu que caí

                         Em
Não sei se você me entendeu
        D7                      G     
Sei também que não vai se importar
Gbm7/-5      B7      Em
     Se meu mundo caiu
        B7            Em
Eu que aprenda a levantar

João Gilberto: Meditação

João Gilberto
Antecedendo em alguns meses a versão de João Gilberto, que imprimiu à canção sua marca definitiva, “Meditação” seria gravada com sucesso por Isaura Garcia. Embora acompanhada pelo conjunto do marido, Walter Wanderley, um músico avançado que participaria em 61 do terceiro elepê do João, não havia na interpretação de Isaurinha a menor conotação de bossa nova. Era, isto sim, totalmente coerente com a personalidade da cantora (o álbum chamava-se Sempre personalíssima) de sotaque ítalo-paulistano, mas, que, em compensação, exibia um extraordinário senso de divisão, incomum para quem nascera no Brás. Além do mais era passional ao extremo, o que até justifica o “ai-ai-ai” que ela comete depois do verso “e tanto que seu pranto já secou...”.

Assim se entende por que sua interpretação seria praticamente o oposto da do João, a partir do andamento, mais rápido. Com um acompanhamento de cordas, um piano discreto, um trombone — na introdução que se tornaria clássica — e uma flauta — apenas na segunda parte e no final —, a versão do cantor dá bem um exemplo da economia que caracterizou a bossa nova em vários aspectos, da 0rquestraçao à duração da faixa.

Com a participação de Tom e Newton tanto na letra como na música, conforme era próprio da parceria, “Meditação” tem a estrutura A1 - A1 - B - A2, com 16 compassos em A e oito em B. O que ressalta na composição são as sofisticadas alterações diatônicas em sílabas como “di” (“quem a-cre-ditou”), “no” (“no amor”), “a” (“e perdeu a paz”), “so” (“o amor, o sor-ri-so”) e “sa” (“se transformam de-pres-sa demais”).

Já a letra, que lançou a expressão “o amor, o sorriso e a flor” — logo vinculada à bossa nova, a princípio positivamente, mais tarde, pejorativamente —, percorre as etapas de uma tradicional história de amor: o sonho inicial, a perda, a solidão, a privação e, por fim, o reencontro como amor verdadeiro.

O enfoque de João Gilberto e o arranjo de Tom Jobim exerceram forte influência no padrão da maioria das gravações que se seguiram, fazendo de “Meditação” (“Meditation”, na versão em inglês) a terceira composição em popularidade na pequena, mas importante, obra da dupla Jobim-Mendonça (A Canção no Tempo - Vol. 2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Ed. 34).

Meditação (samba bossa, 1960) - Newton Mendonça e Tom Jobim - Interpretação: João Gilberto

LP O Amor Sorriso e a Flor / Título da música: Meditação / Jobim, Tom (Compositor) / Newton Mendonça (Compositor) / Gilberto, João (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1960 / Nº Álbum MOFB 3151 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.

A6           A6
Quem acreditou    no amor  no sorriso na flor
C#m7            F#7(-13)
Então sonhou sonhou
Bm7  Dm7
E perdeu a paz
  C#m7               F#7(-13)
O amor o sorriso e a flor
           Bm7        E5+
Se transformam depressa demais

A6     
Quem no coração
  A6
Abrigou a tristeza de ver
    C#m7      F#7(-13)
Tudo isso se perder
  Bm7    Dm7
E na solidão
     C#m7              F#7(-13)
Procurou a caminho a seguir
       Bm7         E5+
Já descrente de um dia feliz

D7+     Dm7
Quem chorou chorou
C#m7                      Bm7    E5+
E tanto que o seu pranto já secou

  A6  
Quem depois voltou
    A6
Ao amor ao sorriso e a flor
C#m7           F#7(b13)
Então tudo encontrou
Bm7      Dm7
Pois a própria dor
C#m7       F#7(-13)     Bm7     E7(9b)     Am7
Revelou o caminho do amor e a tristeza acabou

Maysa: Hino ao Amor


Hino Ao Amor (Hymne À L'Amour) - Edith Piaf e Marguerite Monnot - Versão: Odair Marsano - Interpretação: Maysa

LP Maysa É Maysa... É Maysa, É Maysa! / Título da música: Hino Ao Amor (Hymne À L'Amour) / Edith Piaf (Compositora) / Marguerite Monnot (Compositora) / Odair Marsano (Versão) / Maysa (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1959 / Nº Álbum: XRLP 5068 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Canção.


      G       B7        Em   G7
Se o azul do céu escurecer
C                D7
E a alegria na terra fenecer
G      G7      C    Cm
Não imp o r t a, querida   
G             D7
Viverei do nosso amor
G     B7             Em  G7
Se tu és o sonho dos dias meus
C                   D7
Se os meus beijos sempre foram teus
G   G7   C    Cm
Não importa, querida
     G       D7          G
O amargor das dores desta vida

(   Em         B7          Em       B7    Em
-Um punhado de estrelas no infinito irei buscar
C7         B7
E a teus pés esparramar
Am         Em            B7            Em
Não importa os amigos, risos, crenças de castigos
C7        B7     D7 )
Quero apenas te adorar

G        B7          Em    G7
Se o destino então nos separar
C                      D7
Se a distante a morte te encontrar
G  G7      C  Cm           G      D7    G
Não importa, querida  /   Porque morrerei também

(    Em           B7         Em     B7      Em
Um punhado de estrelas no infinito irei buscar
C7         B7
E a teus pés esparramar
Am          Em             B7            Em
Não importa os amigos / Risos, crenças de castigos
C7         B7      D7 )
Quero apenas de adorar

  G     B7       Em    G7
Quando enfim a vida terminar
C                   D7
E dos sonhos nada mais restar
G  G7     C  Cm
Num milagre supremo
G      D7           G     Cm  G
Deus fará no céu eu te encontrar

Maysa: Franqueza

Denis Brean
Espirituoso e brincalhão, o jornalista Denis Brean (Augusto Duarte Ribeiro), com atuação em vários jornais de São Paulo, seria um dos melhores compositores populares paulistas, cuja produção era gravada regularmente no Rio de Janeiro.

Ostentando em sua bagagem sucessos como "Boogie-woogie na favela" ( 1945 ), "Boogie-woogie do rato" ( 1947) e "Bahia com H" (1948), ele comporia em 1957 o samba-canção "Franqueza", que caiu como uma luva no repertório de Maysa.

Expondo de forma coloquial, sobre uma melodia abolerada, o drama de um amor desfeito ("Você passa por mim e não olha / como coisa que eu fosse ninguém"), com a personagem aceitando a rejeição do parceiro, mas, ao mesmo tempo, ressaltando a sua ingratidão ( "Seus melhores momentos na vida / em meus braços você desfrutou"), "Franqueza" parece até obra da própria Maysa, que na ocasião vivia o retumbante sucesso de sua estréia como cantora e compositora.

Franqueza (samba-canção, 1957) - Denis Brean e Oswaldo Guilherme - Intérprete: Maysa

Disco 33 1/3 rpm / Título da música: Franqueza / Brean, Denis (Compositor) / Guilherme, Oswaldo (Compositor) / Maysa, 1936-1977 (Intérprete) / Orquestra RGE (Acompanhante) / Puglielli, Rafael (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RGE, Indefinida / Nº Álbum 15 / Gênero musical: Samba-canção.

G                   Go 
Você passa por mim e não olha
     Am                 D7 
Como coisa que fosse ninguém
       G                 Go
Com certeza você já esqueceu
            Am                  D7
Que em meus braços já chorou também
       G                   E7  
Eu não ligo, porém, ao seu modo
       Am                    Cm   
Isso é próprio de quem é infeliz
       G                     Em
Que mostrar que não sente saudade
         A7                 D7
De um passado que foi tão feliz
         Am               D7
Se eu quisesse eu podia dizer
      G                    Go   
Tudo, tudo que houve entre nós
        Am                 D7
Mas pra que destruir seu orgulho
       G                           
Se eu até já esqueci sua voz
       E7                    
De uma coisa eu tenho certeza
      Am        
Foi o tempo que me confirmou
       A7                 D7  
Seus melhores momentos na vida
         C        D7       G
Nos meus braços você desfrutou


A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34

Maysa: Felicidade Infeliz


Felicidade Infeliz (1958) - Maysa - Intérprete: Maysa

LP Convite Para Ouvir Maysa Nº 2 / Título da música: Felicidade Infeliz / Maysa (Compositora) / Maysa (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1958 / Nº Álbum: XRLP 5013 / Lado A / Faixa 6 / Gênero musical: Samba-canção.



Felicidade, deves ser bem infeliz
Andas sempre tão sozinha
Nunca perto de ninguém
Felicidade, vamos fazer um trato
Mande ao menos teu retrato
Pra que eu veja como és

Esteja bem certa porém
Que o destino bem cedo fará
Com que teu rosto eu
Eu vá esquecer
Felicidade não chore
Que às vezes é bom
A gente sofrer

Esteja bem certa porém
Que o destino bem cedo fará
Com que teu rosto eu
Eu vá esquecer
Felicidade não chore
Que às vezes é bom
A gente sofrer

Maysa: Eu Não Existo Sem Você

Eu não existo sem você (samba-canção, 1958) - Vinícius de Moraes e Tom Jobim - Intérprete: Maysa

Disco 78 rpm / Título da música: Eu não existo sem você / Jobim, Tom, 1927-1994 (Compositor) / Moraes, Vinicius de, 1913-1980 (Compositor) / Maysa, 1936-1977 (Intérprete) / Matarazzo, Maysa (Intérprete) / Simonetti, Enrico (Acomp.) / Orquestra RGE (Acomp.) / Imprenta [S.l.]: RGE, 1956-1958 / Nº Álbum 10099 / Gênero musical: Samba canção.


Tom: G7+

   G7M      E7/9-
Eu sei e você sabe,
        Am7         C/D
já que a vida quis assim
    Am7          D7/9-
Que nada nesse mundo
      G7M        G6
levará você de mim
  C#m5-/7    F#7/A#
Eu sei e você sabe
         Bm7       E7/9
que a distância não existe
    Am7            D7/9-
Que todo grande amor
           G7M          E7/9-
só é bem grande se for triste
   Am7          Cm7           Bm7        E7/9-
Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer
     Am7         D7/9-            G7M          C/D
Pois todos os caminhos me encaminham prá você

   G7M         E7/9-       Am7         C/D
Assim como o oceano só é belo com o luar
   Am7            D7/9-          G7M          G6
Assim como a canção só tem razão se se cantar
  C#m5-/7        F#7/A#         Bm7        E7/9
Assim como uma nuvem só acontece se chover
   Am7          D7/9-      G7M         E7/9-
Assim como o poeta só é grande se sofrer
   Am7        Cm7          Bm7        E7/9-
Assim como viver sem ter amor não é viver
          Am7           D7/9-           G7M
Não há você sem mim e eu não existo sem você

Anísio Silva: Estou Pensando em Ti

Anísio Silva
Estou pensando em ti (Bolero, 1960) - Raul Sampaio e Benil Santos - Interpretação: Anísio Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Estou pensando em ti / Sampaio, Raul (Compositor) / Santos, Benil (Compositor) / Silva, Anísio (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1960 / Nº Álbum 14637 / Lado A / Gênero musical: Bolero.



G                  Gº    G 
Estou pensando em ti chorando 
                         G#º 
E num lamento lá fora o vento 
        Am7  E7 
Chora comigo 
   Am7                   D 
Estou pensando em ti chorando 
                           D 
Anjo divino, que o meu destino 
       G   Em  Am  D 
Modificou 
 
   G               Gº    G 
Estou pensando em ti chorando 
          Dm             G7 
Abro a janela a noite é bela 
              C     C#º 
Mas que me importa 
   C              C#º          G     Em 
Estou pensando em ti chorando tanto 
           Am 
Onde te encontras 
           D                   G 
Hás de sentir a mágoa do meu pranto 
 
   G               Gº    G 
Estou pensando em ti chorando 
          Dm             G7 
Abro a janela a noite é bela 
              C      C#º 
Mas que me importa 
   C              C#º          G     Em 
Estou pensando em ti chorando tanto 
           Am 
Onde te encontras 
           D                   G 
Hás de sentir a mágoa do meu pranto 
 
   C      Cm       G     G7M/6 
Estou pensando em ti ...... 

Maysa: Diplomacia


Diplomacia (1958) - Maysa - Intérprete: Maysa

LP Convite Para Ouvir Maysa Nº 2 / Título da música: Diplomacia / Maysa (Compositora) / Maysa (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1958 / Nº Álbum: XRLP 5013 / Lado B / Faixa 6 / Gênero musical: Samba-canção.



Pouco importa a razão da verdade
Que impede a felicidade
De morar no meu coração
Pouco importa se tudo hoje em dia
Se baseia na diplomacia
Que semeia a desunião

Se é preciso ouvir toda gente
Que só diz aquilo que não sente
Que faz pouco da minha aflição
Pouco importa a razão da verdade
Que impede a felicidade
De morar no meu coração

Se é preciso ouvir toda gente
Que só diz aquilo que não sente
Que faz pouco da minha aflição
Pouco importa a razão da verdade
Que impede a felicidade
De morar no meu coração

Sylvia Telles: Dindi

Sylvia Telles
Comuns na música americana, especialmente em shows da Broadway, as canções que apresentam um recitativo (verse, em inglês) precedendo a primeira parte são raras na música brasileira. Incluem-se nessa categoria alguns sambas-exaltação, valsas e sambas-canção como “Ponto Final”, sucesso de Dick Farney.

Curiosamente, o esquema é utilizado por compositores da bossa nova como Carlos Lyra (“Maria Ninguém”, “Sabe Você”) e Tom Jobim (“Se Todos Fossem Iguais a Você”, “Desafinado”, “Dindi”), embora em algumas dessas canções o prólogo seja desprezado pela maioria dos intérpretes — “Desafinado”, por exemplo, poucas vezes foi gravado na íntegra, constituindo exceções os registros de Jobim nos álbuns Terra brasilis e Tom Jobim inédito.

Em “Dindi”, porém, o recitativo cantado ad libitum, como convém, está presente em quase todas as gravações: “Céu, tão grande é o céu / e bandos de nuvens que passam ligeiras / para onde elas vão / (...) / contando as histórias que são de ninguém / mas que são minhas / e de você também..” Seguem-se o estribilho (“Ai, Dindi / se soubesses do bem que eu te quero.”) e a estrofe (“E as águas deste Rio / onde vão, eu não sei / a minha vida inteira / esperei... esperei...”). Geralmente, os recitativos são compostos no modo menor, abrindo para a relativa maior no estribilho, como ocorre em “Dindi” lá menor, dó maior e mi menor são, respectivamente, as tonalidades do recitativo, do estribilho e da estrofe.

Sylvia Telles, a própria “Dindi” da canção cuja letra é assinada por seu futuro marido, Aloysio de Oliveira, foi a lançadora, responsável pelo sucesso inicial da canção. Esta gravação, realizada para o elepê Amor de gente moça (outubro de 59), tem preciosa orquestração de Lindolfo Gaya, com a harpa sugerindo “as nuvens que passam” e a trompa “o vento que fala nas folhas”.

Fervorosa, envolvente, ela não seria igualada nem pela mesma Silvinha nas três vezes em que a regravou: nos elepês Amor em hi-fi (1960), Reencontro, com o Tamba Trio (1966) e, finalmente, um mês antes de sua morte num acidente automobilístico, no disco gravado ao vivo, em Berlim, com o acompanhamento da violonista Rosinha de Valença. (A Canção no Tempo - Vol.2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34).

Dindi (samba-canção, 1959) - Aloysio de Oliveira e Tom Jobim - Intérprete: Sylvia Telles

LP Amor de gente moça / Título da música: Dindi / Oliveira, Aloysio de (Compositor) / Tom Jobim (Compositor) / Telles, Sylvia (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1959 / Nº Álbum MOFB 3084 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba-canção.



Intro: C7+

C7M                 Bb7M
Céu, tão grande é o céu
             C7M                 Bb7M 
E bandos de nuvens que passam ligeiras
    A7M       C#m7  F#m        Bm7     E7/5+
Prá onde elas vão,   ah, eu não sei, não sei
    C7M                Bb7M
E o vento que fala das folhas
                C7M                  Bb7M
Contando as histórias que são de ninguém
A7M          C#m7  F#m       Bm7    E7/5+
Mas que são minhas   e de você também
C7M   Bb7M
Ai, Dindí
      C7M                      Gm7
Se soubesses o bem que eu te quero
  F#7/5-    F7M   F#º Bb7/9      C7M         Bb7M
O mundo seria, Dindí, tudo, Dindí, lindo, Dindí
C7M   Bb7M
Ai, Dindí
       C7M   Am7   G#m7  Gm7     F#7/5-   F7M     F#º 
Se um dia você    for   embora me leva contigo, Dindí
Bb7/9      C7M      Am7   F#m7/5-   B7
Olha, Dindí, fica, Dindí
   Em             F#m7/5-  B7
E as águas desse rio
      Em/G  F#m7/5-  B7      Em   A7
Onde vão,            eu não sei
Dm7           A/G       Dm/F        Dm7  G7  C7M    Bb7M
A minha vida inteira, esperei, esperei por   vo...cê, Dindí
        C7M                  Gm7
Que é a coisa mais linda que existe
    F#7/5-    F7M     F#º
É você não existe, Dindí
Bb7/9         C7M           Dm7    Bb7M
Olha, Dindí, adivinha, Dindí

Sonia Delfino: Dia das Rosas

Sônia Delfino
Dia das rosas (canção, 1966) - Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo - Intérprete: Sônia Delfino

Compacto simples / Título da música: Dia das rosas / Luiz Bonfá (Compositor) / Maria Helena Toledo (Compositor) / Sônia Delfino / Gravadora: RGE / Ano: 1966 / Álbum: CS-70236 / Lado B / Marcha-rancho.



Hoje é dia das rosas
Que enfeitam formosas
Amores se unindo
Num lindo jardim
Porque o berço da flor
Vem do encanto de nós
Que nascemos de nós
E vivemos de amor

Ah! que tristeza viver sem amor
Ah! que certeza do amor
Nossas mãos, mãos tao sozinhas
Não sabem o que querem
Porque nao procuram saber de você

Rogo em nome das flores
Irmãs dos jardins
Eu proclamo voce
A rainha de nós
E em todas as cores
Você foi capaz
De trazer pra essa gente
Um mundo de paz

Francisco Alves: Chuvas de Verão

Fernando Lobo
A obra de Fernando Lobo - ex-violinista da legendária Jazz Band Acadêmica de Pernambuco - pertence a uma fase importante da música brasileira, a fase dos sambas-canção de mesa de bar.

Renomado cronista do Rio, Fernando e seus companheiros de boemia, como Ary Barroso e Antônio Maria, colheram inspiração para muitas de suas músicas na efervescente vida noturna que levavam.

Essa vivência boêmia era, pode-se dizer, um prolongamento das atividades jornalísticas, suas e de outras figuras da noite, como Sérgio Porto, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos e Lúcio Rangel. "Chuvas de Verão" reflete esse clima de confissões que prolongavam ou encerravam romances iniciados no ambiente das boates.

Lançada por Francisco Alves em 1949, talvez jamais se tornasse um clássico (isso era reconhecido pelo próprio Fernando), não fora a versão de Caetano Veloso, quase vinte anos depois. Naturalmente, a beleza da composição sempre existiu, mas Caetano soube aproveitar melhor o clima do rompimento amoroso, com uma delicadeza de tratamento que faltou à gravação original. Composta no modo menor (uma característica dos frevos-de-bloco do Recife, onde nasceu o autor), a canção tem seu momento culminante no verso que repete o título, definindo com lirismo e precisão a transitoriedade dos romances de ocasião.

Chuvas de verão (samba, 1949) - Fernando Lobo

Disco 78 rpm / Título: Chuvas de verão / Autoria: Lobo, Fernando, 1915-1996 (Compositor) / Alves, Francisco (Intérprete) / Panicali, Lírio (Acompanhante) / Orquestra Odeon (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 17/08/1948 / Nº Álbum 12923 / Gênero: Samba canção

Dm        Dm7             Bb7   A7
Podemos ser amigos simplesmente
 Bb7      A7          Dm  Bb7   A7
Coisas do amor, nunca mais
 Dm          Dm/C        Am
Amores do passado, no presente
  E7                        A7
Repetem velhos temas tão banais
Dm             Dm/C           Bb7
Ressentimentos passam como o vento
                 A7
São coisas do momento
    Am            D7
São chuvas de verão
    Am7      D7               Gm
Trazer uma aflição dentro do peito
       C7           F
É dar  vida a um defeito
     E7          A7     Dm
Que se extingue com a razão
C7
Estranha no meu peito
F
Estranha na minha alma
C7
Agora eu tenho calma
F              A7
Não te desejo mais . . . .
Dm            Dm/C            Bb7
Podemos ser amigos, simplesmente
Gm          A7           Dm
Amigos, simplesmente e nada mais.


Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Maysa: Cheiro de Saudade

Cheiro de saudade (samba, 1960) - Djalma Ferreira e Luís Antônio - Intérprete: Maysa

Disco 78 rpm / Título da música: Cheiro de saudade / Ferreira, Djalma (Compositor) / Luiz Antônio (Compositor) / Maysa, 1936-1977 (Intérprete) / Orquestra RGE (Acompanhante) / Simonetti (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RGE, Indefinida / Nº Álbum 10238 / Gênero musical: Samba


Tom: C

Introdução: C7M Dm7 G7 

C7M                    Dm7 G7 
É aquele cheiro de saudade 
C7M                         Em5-/7 A7 
Que me traz você, a cada instante 
Dm7          G7 
Folhas de saudade  
C7M         Am7 
Mortas pelo chão 
             D7          Dm7  G7/13- 
É o outono enfim, no coração 
C7M                        Dm7 G7 
É talvez que é tempo de saudade 
C7M                 Em5-/7 A7 
Trago o peito tão carregadinho 
Dm7          G7 
Sofro, de verdade  
C7M             Am7 
Fruto da saudade  
Am7    D7 G7 C6/9 
Sem o teu carinho 
Gm7          C7/9 
Quem semeia ventos 
F7M 
Colhe tempestade 
Fm7          Bb7 
Quem planta amor 
          Eb7M G7 
Colhe saudade  
C7M                        Dm7 G7 
É talvez que é tempo de saudade 
C7M                      Em5-/7 A7 
Trago o peito tão carregadinho 
Dm7           G7 
Sofro, de verdade,  
C7M         Am7 
Fruto da saudade  
Am7    D7 G7 C6/9 F7 C6/9 
Sem o teu carinho 

Maysa: Bom Dia Tristeza


Bom dia tristeza (samba-canção, 1957) - Adoniran Barbosa e Vinícius de Moraes - Intérprete: Maysa (LP "Convite Para Ouvir Maysa nº 2", 1958)


Dm7
Bom dia tristeza
Em5-/7  A7     Dm7
Que tarde tristeza
                  Em5-/7
Você veio hoje me ver
     A7    Em5-/7  A7       Em5-/7 A7
Já estava ficando até meio triste
          Em5-/7      A7       Dm7 D7
De estar tanto tempo longe de você
            Gm7
Se chegue tristeza
C7        F7
Se sente comigo
Bb7          A7     Am5-/7
Aqui nesta mesa de bar
D7           Gm7
Beba do meu copo
A7           Dm7
Me dê o seu ombro
E7             A7
Que é para eu chorar
             Em5-/7
Chorar de tristeza
 A7         Dm7
Tristeza de amar

Anísio Silva: Alguém Me Disse

Anísio Silva - 1960
Em contrapartida à bossa nova de João Gilberto, fez grande sucesso o intimismo melancólico do também baiano Anísio Silva. Com seu timbre anasalado, ele seria figura assídua nas paradas de sucesso, entre 1958 e 63, sempre interpretando músicas românticas como “Alguém Me Disse”: “Alguém me disse que tu andas novamente / de novo amor, nova paixão, toda contente...”.

O curioso é que Anísio, até então um modesto balconista de farmácia, conheceu o sucesso aos 37 anos, depois de inúmeras tentativas frustradas de seguir uma carreira artística. O êxito de “Alguém Me Disse” influiu decisivamente no trabalho de seus autores, Evaldo Gouveia e Jair Amorim, que faziam sambas-canção e passaram a compor quase exclusivamente boleros (A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 2 - Ed. 34).

Alguém me disse (bolero, 1960) - Jair Amorim e Evaldo Gouveia - Intérprete: Anísio Silva

Bm 
 Alguém me disse 
        Em         Bm    F#7 
 Que tu andas novamente 
           Bm           Em 
 De novo amor, nova paixão 
          Bm   B7 
 Toda contente 
          Em          A7 
 Conheço bem tuas promessas 
          D           Bm 
 Outras ouvi iguais a essas 
             G           G6 
 E esse teu jeito de enganar 
     F#7 
 Conheço bem 
             Bm 
 Pouco me importa 
         Em           Bm   G  F#7 
 Que te vejam tantas vezes 
           Bm          Em 
 E que tu mudes de paixão 
           Bm   B7 
 Todos os meses 
             Em              F#/Bb 
 Se vais beijar, como eu bem sei 
           D               Bm 
 Fazer sonhar, como eu sonhei 
              G 
 Mas sem ter nunca 
         F#7 G F#7             Bm 
 Amor igual     ao que eu te dei.

Dolores Duran: A Noite do Meu Bem

Dolores Duran
Uma obra-prima do repertório romântico, “A Noite do Meu Bem” é o maior sucesso de Dolores Duran. Num ensaio para a série “História da Música Popular Brasileira”, a ensaísta Marilena Chauí comenta: “Dolores convoca na canção o universo para a sua noite como se a ela própria tudo faltasse para enfeitar a chegada desse bem tão demorado.”

É um primor de poema, cheio de feminilidade. Poucas vezes em nossas canções encontram-se imagens da beleza e originalidade de “paz de criança dormindo”, “abandono de flores se abrindo”, “alegria de um barco voltando”. “A Noite do Meu Bem” foi lançada em setembro de 1959 por Dolores, que não teve a oportunidade e conhecer-lhe o sucesso, pois morreu no mês seguinte. (A Canção no Tempo - Vol.2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34).

A noite do meu bem (samba-canção, 1959) - Dolores Duran


Am                A7                  Dm
Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
        E7               Am           Dm
E a primeira estrela que vier para enfeitar
               E7
a noite do meu bem


Am             A7                Dm
Hoje eu quero paz de criança dormindo
         E7                 Am
E o abandono de flores se abrindo
          Dm                 E7      A7
Para enfeitar a noite do meu bem


Dm          G7                 C
Quero a alegria de um barco voltando
          A7                     Dm
Quero ternura de mãos se encontrando
          G7                  C      E7
Para enfeitar a noite do meu bem


Am               A7                  Dm
Ah, eu quero o amor, o amor mais profundo
          E7             Am            Dm  
Eu quero toda beleza do mundo para enfeitar
               E7       A7
a noite do meu bem


Dm          G7                 C
Quero a alegria de um barco voltando
          A7                     Dm
Quero ternura de mãos se encontrando
          G7                  C      E7
Para enfeitar a noite do meu bem


Am             A7             Dm
Ah, como esse bem demorou a chegar
           E7              Am
Eu já nem sei se terei no olhar
        Dm       E7       F    Am
Toda pureza que quero lhe dar