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terça-feira, 4 de outubro de 2022

Carmélia Alves: Cabeça Inchada

Carmélia Alves
Cabeça inchada (baião, 1949) - Hervé Cordovil

Disco 78 rpm / Título da música: Cabeça inchada / Autoria: Cordovil, Hervé (Compositor) / Carmélia Alves (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 27/03/1951 / Nº Álbum 16378 / Lado A / Lançamento: Maio/1951 / Gênero musical: Baião


C ------------G7 ------------------------C
Eu tou doente, morena / Doente eu tou, morena
---------------G7 ------------------------C
Cabeça inchada, morena / tou, tou e tou.

----------F ----------G7----------- C
Ai, morena, moreninha, meu amor
---------------------------G7
Você diz que me namora, morena
---------C ---------------G7
Mentira, morena, namora morena
--------------C
Namora, não.

----------F ---------G7----------- C
Ai morena, moreninha meu amor
-----------------------------G7
Você diz que por mim chora, morena
-------C ----------------------G7
Mentira, morena / Não chora morena
----------------C
Não chora não.

Tonico e Tinoco: Brasil Caboclo


Brasil caboclo - Tonico e Walter Amaral - Interpretação: Tonico e Tinoco

LP Data Feliz / Título da música: Brasil Caboclo / Tonico (Compositor) / Walter Amaral (Compositor) / Tonico e Tinoco (Intérprete) / Gravadora: Sertanejo / Chantecler / Ano: 1964 / Álbum: CH 3106 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Regional / Sertanejo


Tom: A

Intro: A E A E A  Vocal:

"Amanhecer na minha roça, vem surgindo o clarão
Caboclo deixa a palhoça pra fazer a plantação
O carro de boi gemendo no arco do chapadão
Os passarinho cantando fazendo um barulhão
Esse é o Brasil caboclo, esse é meu sertão"

E         A                 E
Casinha de palha lá no ribeirão
A
Uma linda cabocla e um cavalo bão
E            A  A7            D
Som de uma viola alegra a solidão

Refrão

D                 A     E
Esse é o Brasil Caboclo
E               A
Esse é o meu sertão

Introdução

E          A                E
Sino da cascata, caia no brotão
A
A lua de prata, ouvindo a canção
E             A   A7              D
Depois da serenata, o gemer do violão

Refrão + Introdução

E         A                 E
Sino da capela, dobra em oração
A
Cigarra cantando tarde de verão
E          A    A7             D
Cabocla sambando, noite de São João

Refrão + Introdução

Caçula e Mariano: O Bonde Camarão

Os irmãos Rubens da Silva (o Caçula) e Mariano da Silva (Mariano), ambos de Piracicaba, SP, trabalhavam na roça quando foram descobertos por Cornélio Pires e convidados a integrar a Turma Caipira formada por ele. Foram responsáveis pela primeira moda de viola gravada, "Jorginho do sertão", em 1929 pela Columbia, recolhida por Cornélio Pires.

No mesmo ano gravaram diversas modas de viola, entre as quais, "O bonde camarão", "Sô cabocro brasilero" e "A briga dos véio" (Fonte: Dicionário Cravo Albin).

O Bonde Camarão (moda-de-viola, 1929) - Cornélio Pires e Mariano da Silva - Interpretação: Caçula e Mariano

Disco 78 rpm / Título da música: O Bonde Camarão / Cornélio Pires (Compositor) / Mariano da Silva (Compositor) / Caçula e Mariano (Intérprete) / Gravadora: Columbia / Ano: 1929 / Álbum 20015 / Matriz 380498 / Lado A / Gênero musical: Moda-de-viola / Regional / Sertanejo.

Tom: D
Intro: D

    D            
Aqui em São Paulo 
                   A7
   o que mais me amola
                            D
são esses bondes que nem gaiola
                         A7
cheguei abrir uma portinhola
levei um tranco e quebrei a viola
                                  D  A7 D A7 D
inda pus dinheiro na caixa da esmola           
chegou um veio se faceirando
                           D
levou um tranco e foi cambeteando
                          A7   
beijou uma veia e saiu bufando
sentou de um lado e gritou suando
                            D    A7  D  A7  D
pra mode o vizinho ta catingando
             A7                  
entrou uma moca se arrequebrando
                         D  
no meu colo ela foi sentando
                               A7  
pra mode o bonde que estava andando
sem a tal zinha estar esperando
                            D     A7  D A A7  D
eu falo claro eu fiquei gostando
            A7               
entrou um padre bem barrigudo
                           D  
levou um tranco dos bem graúdo
                       A7  
deu um abraço num bigodudo
protestante dos carrancudo
                         D    A7  D  A7  D
que deu cavaco com o butinudo
               A7               
eu vou-me embora pra minha terra
                           D   
esta porquera inda me inguerra
                        A7  
este povo inda sobe a serra
pra mode a light que os dente ferra
                            D
nos passageiro que grita e berra

Liu e Léu: Boiadeiro Errante


Boiadeiro Errante (toada, 1959) - Teddy Vieira - Intérprete: Liu e Léu

LP Felicidade De Caboclo / Título da música: Boiadeiro Errante / Teddy Vieira (Compositor) / Liu e Léu (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1963 / Álbum: CS-LP-6.043 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Toada / Regional / Sertanejo


Tom: G

         G            D7           G
  eu venho vindo de uma querência distante
         D7          G                         D7
  sou um boiadeiro errante que nasceu naquela serra
                      C              D7
  o meu cavalo corre mais que o pensamento
       C            D7                       G
  ele vem no passo lento porque ninguém me espera
              D7                                       G
  tocando a boiada auê-uê-uê-ê boi  eu vou cortando estrada uê boi
               D7                                       G
  tocando a boiada auê-uê-uê-ê boi  eu vou cortando estrada
                          D7         G
  toque o berrante com capricho Zé Vicente
         D7         G                     D7
  mostre para essa gente o clarim das alterosas
                          C           D7
  pegue no laço não se entregue companheiro
           C           D7                      G
  chame o cachorro campeiro que essa rez é perigosa
            D7                                 G
  olhe na janela auê uê uê ê boi  que linda donzela uê boi
            D7                                 G
  olhe na janela auê uê uê ê boi  que linda donzela
                       D7               G
  sou boiadeiro minha gente o que é que há
           D7         G                           D7
  deixe o meu gado passar vou cumprir com a minha sina
                        C         D7
  lá na baixada quero ouvir a siriema
          C             D7                        G
  prá lembrar de uma pequena que eu deixei lá em Minas
           D7                                       G
  ela é culpada auê uê uê ê boi  de eu viver nas estradas uê boi
           D7                                       G
  ela é culpada auê uê uê ê boi  de eu viver nas estradas
                       D7          G
  o rio tá calmo e a boiada vai nadando
         D7          G                       D7
  veja aquele boi berrando Chico Bento corre lá
                       C          D7
  lace o mestiço salve êle das piranhas
          C          D7                    G
  tire o gado da campana pra’ viagem continuar
                  D7                                   G
  com destino a Goiás auê uê uê ê boi  deixei Minas Gerais uê boi
                  D7                                   G
  com destino a Goiás auê uê uê ê boi  deixei Minas Gerais uê boi

Almir Sater: Boieiro de Nabileque

Boieiro do Nabileque (1982) - Almir Sater e João Bá - Interpretação: Almir Sater

LP Doma / Título da música: Boieiro do Nabileque / Almir Sater (Compositor) / João Bá (Compositor) / Almir Sater (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1982 / Álbum: 308.6025 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


Tom: A 

(intro) E4 E D/E E

       E
Vai boiero, rio abaixo
A
Vai levando gado e gente
B
O sal grosso e a semente
                  E   E4  E
Eh, porto de Corumbá

Um amor, toda beleza
 A
Como um canto de nobreza
 B
Deslizar na veia d'água
              E  E4 E
Eh, rio Paraguai
F#m                A
Rio acima, peixe-boi
                 E
Passarada, matagal
              F#m
Véio bugre entoando
 A             B
Seu antigo ritual
       E      A
Pantaneiro...

Almir Sater: Boiada


Boiada - Almir Sater e Renato Teixeira - Intérprete: Almir Sater

LP Rasta Bonito / Título da música: Boiada / Almir Sater (Compositor) / Renato Teixeira (Compositor) / Almir Sater (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1989 / Álbum: 1.01.404.377 / Lado B / Faixa 4 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


A
Ele foi levando boi, 
um dia ele se foi no rastro da boiada
D
A poeira é como o tempo, 
um véu, uma bandeira, tropa viajada
A
Foram indo lentamente, 
calmos e serenos, lenta caminhada
D
E sumiram lá na curva, 

na curva da vida, na curva da estrada
E7
E depois dali pra frete, 
não se tem notícias, não se sabe nada
A                   G
Nada que dissesse algo
              D                 A/E
De boi, de boiada, de peão de estrada
            C                     G
Disse um viajante, história mal contada
                   Bb                    D/A   C
Ninguém viu, nem rastro, nem homem, nem nada
A
Isso foi há muito tempo, 
tempo em que a tropa ainda viajava
D
Com seus fados e pelegos 
no rangeu do arreio ao romper da aurora
A
Tempos de estrelas cadentes, 
fogueiras ardentes, ao som da viola
D
Dias e meses fluindo, 
destino seguindo, e a gente indo embora
E7
Isso tudo aconteceu no fato que se deu, 
faz parte da história
   A                G               D
E até hoje em dia quando junta a peãozada
            A/E                 C
Coisas assombradas, verdades juradas
             G/B                Bb
Dizem que sumiram, que não existiram
              D/A
Ninguém sabe nada
A
Ele foi levando boi, 
um dia ele se foi no rastro da boiada
D
A poeira é como o tempo, 
um véu, uma bandeira, tropa viajada
E
Foram indo lentamente, 
calmos e serenos, lenta caminhada
D
Dias e meses seguindo, 
destino fluindo, e a gente indo embora
E7
Isso tudo aconteceu no fato que se deu, 
faz parte da história
   A                G               D
E até hoje em dia quando junta a peãozada
            A/E                 C
Coisas assombradas, verdades juradas
             G/B                Bb
Dizem que sumiram, que não existiram
              D/A
Ninguém sabe nada

Joaquim e Manuel: Boate Azul


Boate Azul (guarânia, 1985) - Benedito Seviero e Aparecido Tomás de Oliveira - Intérprete: Joaquim e Manuel

LP Joaquim e Manoel - Pelos Caminhos Da Vida / Título da música: Boate Azul / Benedito Seviero (Compositor) / Aparecido Tomás de Oliveira (Compositor) / Joaquim e Manuel (Intérprete) / Gravadora: Sertanejo / Chantecler / Ano: 1985 / Álbum: 2.11.405.688 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Guarânia / Regional / Sertanejo


Tom: F

Intro: Gm  C  F  Dm  Gm  A  Dm  D7

Dm                                        C
Doente de amor procurei remédio na vida noturna.
               Bb                              A7   D7
Como a flor da noite em uma boate aqui na zona sul.
          Gm                               Dm
A dor do amor é com outro amor que a gente cura.
            A7                             Dm     D7
Vim curar a dor deste mal de amor na boate azul.
           Gm                                     Dm
E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora.
       A7                                 Dm      D7
Os integrantes da vida noturna se foram dormir.
            Gm                                   Dm
E a dama da noite que estava comigo também foi embora.
               Bb                A7            D
Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair.

            A                   G              D
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou.
                                A             G                D
Muito vagamente me lembro que estou. Em uma boate aqui na zona sul
          A             G                  D
Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer.
                          A               G     A        D
Qual era o nome daquela mulher, a flor da noite da boate azul.

( Dm  C  F  Dm  Gm  A7  Dm  D7 )

           Gm                                     Dm
E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora.
       A7                                 Dm      D7
Os integrantes da vida noturna se foram dormir.
            Gm                                   Dm
E a dama da noite que estava comigo também foi embora.
               Bb                A7            D
Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair.

            A                   G              D
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou.
                                A             G                D
Muito vagamente me lembro que estou. Em uma boate aqui na zona sul
          A             G                  D
Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer.
                          A               G     A        D
Qual era o nome daquela mulher, a flor da noite da boate azul.

Regional / Sertanejo: Letras, Cifras e Músicas


Músicas regionais / sertanejas - Letras, cifras e músicas



















Outras páginas com músicas sertanejas: Luiz Gonzaga


Adelaide Chiozzo e Eliane: Beijinho Doce

Adelaide Chiozzo
Beijinho doce (valsa, 1951) - Nhô Pai

Disco 78 rpm / Título da música: Beijinho doce / Autoria: Nhô Pai (Compositor) / Adelaide Chiozzo (Intérprete) / Eliana (Intérprete) / Matos, Carlos (Acompanhante) / Conjunto (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Star, Indefinida / Nº Álbum 263 / Lado A / Gênero musical: Valsa

E7            A      A7
Que beijinho doce
         D
Que ela tem
                   E7
Depois que beijei ela
       D            A
Nunca mais amei ninguém

                      D
        Que beijinho doce
R                       B7 
e       Foi ela quem trouxe
f                     E7
r       De longe prá mim
ã                         D
o       Se me abraça apertado
                    E7
        Suspira dobrado
                      A   E7
        Que amor sem fim

             A     A7
Coração que manda
               D
Quando a gente ama
                E7
Se estou junto dela
              D
Sem dar um beijinho
            A
Coração reclama

Tonico e Tinoco: Baile na Roça


Baile na roça - Tinoco e Nadir - Interpretação:Tonico e Tinoco

LP/CD Viva A Viola / Título da música: Baile na roça / Compositor: Tinoco / Compositor: Nadir / Intérprete: Tonico e Tinoco / Gravadora: Copacabana / Ano: 1982 / Álbum: COELP 41873 / Lado A / Faixa 1.


Intro: G  D7  G

G          D7                      G                     
Baile na Roça meu bem, se dança assim: 
                  D7                     G
pego na cintura dela e ela garra“cá” em mim (BIS)
        D7                    G  
E o sanfoneiro toca toca alegria, 
                 D7                    G 
Vamo vamo minha gente, até clarear o dia

Refrão   /  Introdução  / Refrão

       D7                                     G  
Dança dança com a morena, dança dança com a loirinha
             D7                        G  
Começa o baile na tuia, e termina na cozinha.

Refrão  /  Introdução  /  Refrão

      D7                                G  
Viva o baile na roça, viva a noite de S. João
              D7                        G       
Vê o povo brasileiro conservando a tradição.

Nhô Belarmino e Nhá Gabriela: As Mocinhas da Cidade


Mocinhas da cidade (chotis, 1959) - Nhô Belarmino - Interpretação: Nhô Belarmino e Nhá Gabriela

Gravação original: disco 78 rpm / Título da música: Mocinhas da cidade / Nhô Belarmino (Compositor) / Nhô Belarmino (Intérprete) / Nhá Gabriela (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1959 / Álbum: 80-2106 / Lado A / Gênero: Regional/Sertaneja


Tom: A
Intro: A E A

      A           E                            A
As mocinhas da cidade,   são bonitas e dançam bem
                E                            A
as mocinhas da cidade,   são bonitas e dançam bem
    D               A
Dancei uma vez com uma moreninha,
      E             A
já fiquei querendo bem
    D               A
dancei uma vez com uma moreninha,
      E             A
já fiquei querendo bem

                   E                        A
E o sol já vai entrando, e a saudade vem atrás
                   E                        A
e o sol já vai entrando, e a saudade vem atrás
      D             A            
vou buscar aquela linda moreninha
           E           A
que é pra eu viver em paz
      D            A     
vou buscar aquela linda moreninha
           E           A
que é pra eu viver em paz

                 E                     A
Fui na casa da morena, pedi água pra beber
                  E                     A
fui na casa da morena, pedi água pra beber
       D           A      
não é sede, não é nada, moreninha,
      E             A
vim aqui só pra te ver
       D           A        
não é sede, não é nada, moreninha,
      E             A
vim aqui só pra te ver

                   E                            A
Embora seu pai não queira, que eu me case com você
                    E                            A
embora seu pai não queira, que eu me case com você
       D              A             
Mas depois de nóis casado, moreninha,
     E              A
ele vai me compreender
       D              A              
mas depois de nóis casado, moreninha,
     E              A
ele vai me compreender

Trio Parada Dura: Arapuca


Arapuca (1981) - Solevante, Itamaracá e Mangabinha - Interpretação: Trio Parada Dura

LP Último Adeus / Título da música: Arapuca / Solevante (Compositor) / Itamaracá (Compositor) / Mangabinha (Compositor) / Trio Parada Dura (Creone - Mangabinha - Barrerito) (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Ano: 1981 / Álbum: COELP 41578 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Regional/Sertaneja


Tom: E
(intro) E  B7

E                                  B7
Armei uma arapuca na beira da estrada
                   A         B7           E
Pra pegar moça bonita e também mulher casada.  (2x)

    B7
Quem é, quem é
                   A         B7              E
Que vive neste mundo, sem dinheiro e sem mulher?
    B7
Quem é, quem é
                   A         B7              E
Que vive neste mundo, sem dinheiro e sem mulher?

( E B7 )

E                                  B7
A primeira vez que a arapuca desarmou
                    A       B7              E
Eu fui pra lá correndo pra ver o que ela pegou.   (2x)

    B7
Pegou, pegou...
              A        B7            E
Uma mulher bonita que meu coração gamou.         (2x)

( E B7 )

E                                 B7
A segunda vez que a arapuca desarmou
                  A        B7                E
Eu fui pra lá correndo pra ver o que ela pegou.   (2x)

   B7
Pegou, pegou...
                  A          B7           E
Um baita de um "negão" que meu coração gelou.  (2x)

( E B7 )

Tião Carreiro e Pardinho: Amargurado


Amargurado (1972) - Dino Franco e Tião Carreiro - Interpretação: Tião Carreiro e Pardinho

LP Tião Carreiro e Pardinho - Hoje Eu Não Posso Ir / Título da música: Amargurado / Tião Carreiro (Compositor) / Dino Franco (Compositor) / Tião Carreiro e Pardinho (Intérprete) / Gravadora: Chantecler / Ano: 1972 / Álbum: CALP 8006 / Lado A / Faixa 2.


Tom: C

 C
Do que é feito daqueles beijos que eu te dei.
Daquele amor cheio de ilusão.
G 
Que foi a razão do nosso querer.
D#m                                        G
Pra onde foram tantas promessas que me fizeste.
F                  G               C
Não se importando que o nosso amor viesse a morrer.
Talvez com outro estejas vivendo bem mais feliz.
C7                             F
Dizendo ainda que nunca houve amor entre nós.
G                 C
Pois tu sonhavas com a riqueza que eu nunca tive.
G    
E se ao meu lado muito sofreste.
C
O meu desejo é que vivas melhor.
G             F         G       C
Vai com Deus. Sejas feliz com o seu amado.
G      
Tens aqui um peito magoado.
F     G       C
Que muito sofre por te amar.
F               G                 C
Eu só desejo que a boa sorte siga teus passos.
G 
Mas se tiveres algum fracasso.
F         G        C
Creias que ainda lhe posso ajudar.

Beth Carvalho: Alpendre da Saudade

Alpendre da saudade (toada) - João Pacífico e Edmundo Souto - Interpretação: Beth Carvalho

LP Na Fonte / Título da música: Alpendre da Saudade / João Pacífico (Compositor) / Edmundo Souto (Compositor) / Beth Carvalho (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1981 / Álbum: 103.0514 / Lado B / Faixa 6 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


Tom: E  

          E            E7/5+       A
Às vezes fico  / No alpendre da fazenda
                  B7             A          E   B7
Contemplando a vivenda / Onde eu era tão feliz
           E            E7/5+              A
E bem na frente / Um barranco ao pé da estrada
                   B7           A              E
Foi passagem de boiada / Tão pisado o chão me diz:
                 F#m
Por quê?  / Por quê você mudou?
      B7               E
Por quê se afastou de mim?                     

                      E7*
Eu sou apenas uma estrada
 A
Não sou mais pisada
   B7                E
E tão abandonada, enfim.
                      E7*
Eu sou apenas uma estrada
 A
Não sou mais pisada
   B7                E
E tão abandonada, enfim.

            E              E7/5+       A
O que me adianta / Esse alpendre da fazenda
                       B7
Que eu troquei pela vivenda
         A            E   B7
Por ser tão cheia de pó
            E          E7/5+    A
Mas era um pó / Cheio de felicidade
                   B7
Hoje é o pó da saudade
         A              E
E eu chorando aqui tão só.

            F#m
Eu sei, eu sei qual a razão
     B7                E
Pois o meu coração me diz
                        E7*
Mas quando eu pego na viola
A                    B7              E
Ela me consola / Ela é que me faz feliz
                        E7*
Mas quando eu pego na viola
A                    B7              E
Ela me consola / Ela é que me faz feliz

Carmen Silva: Adeus Solidão


Adeus solidão (Picking Up Pebbles) (balada, 1969) - Johnny Curtis - Versão: Newton Miranda - Interpretação: Carmen Silva

Compacto simples / Título da música: Adeus solidão (Picking Up Pebbles) / Johnny Curtis (Compositor) / Newton Miranda (Compositor) / Carmen Silva (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1969 / Álbum: LC-6582 / Lado A / Gênero musical: Balada.


Tom: E
Intro.: E

E             F#m
Eu já sofri e até chorei
   A     B7      E
Sozinha sem ninguém
                 F#m
Mas de repente apareceu
    A      B7     E
O amor em mim nasceu
                                 F#m
Quero bem alto ao mundo inteiro gritar
B7                                 E
Que sou feliz e tenho alguém para amar
                               F#m
Agora eu posso dizer adeus solidão
      B7                                    E     B7
Pois sei que o amor tomou conta do meu coração
  E                  F#m
Eu nunca mais quero lembrar
   A     B7     E
Daquilo que passou
                    F#m
Sei que este amor virá fazer
     A   B7       E
De tudo me esquecer
                                 F#m  
Quero bem alto ao mundo inteiro gritar
 B7                                 E
Que sou feliz e tenho alguém para amar
                               F#m
Agora eu posso dizer adeus solidão
      B7                                    E     B7
Pois sei que o amor tomou conta do meu coração
      E               F#m
hoje eu só penso em meu bem
    A    B7    E
Com todo meu calor
                    F#m
Sei que agora encontrei
 A      B7     E
Tudo o que sonhei
                                 F#m
Quero bem alto ao mundo inteiro gritar
 B7                                 E
Que sou feliz e tenho alguém para amar
                             F#m
Agora eu posso dizer adeus solidão
      B7                                    E
Pois sei que o amor tomou conta do meu coração. 

Pedro Raimundo: Adeus Mariana


Adeus Mariana (xote, 1943) - Pedro Raimundo

Título da música: Adeus Mariana/ Gênero musical: Chótis / Intérprete: Pedro Raimundo / Compositor: Pedro Raimundo / Gravadora: Phonodisc / Nome do Álbum: Adeus Mariana (relançamento de 1968) / Número do Álbum 0.30-404-122 / Lado A / Rotações Disco 33 1/3 rpm / Estéreo.


E B7 A B7 A G#m7 B7 E

Nasci lá na cidade me casei na serra
                                B7
Com a minha Mariana moça lá de fora
                          A      B7     Bis
Um dia eu estranhei os carinhos dela
          A      G#m7           F#m7      E
E disse adeus Mariana que eu já vou me embora
Int.

É gaúcha de verdade dos quatro costados
                                    B7
Que usa chapéu grande bombacha e esporas
                              A     B7      Bis
E eu que estava vendo o caso complicado
        A      G#m7           F#m7      E
Disse adeus Mariana que eu já vou me embora
Int.

Nem bem rompeu o dia me tirou da cama
                                    B7
Encilhou o tordilho e saiu campo a fora
                    A    B7              Bis
E eu aproveitei e saí dizendo
  A      G#m7           F#m7      E
Adeus Mariana que eu já vou me embora
Int.

Ela não disse nada mas ficou cismando
                              B7
Que era desta que eu daria o fora
                            A      B7     Bis
Pegou uma açoiteira e veio contra mim
          A       G#m7            F#m7      E
Eu disse larga Mariana que eu não vou me embora
Int.

Ela ficou zangada e foi quebrando tudo
                                    B7
Pegou a minha roupa e jogou porta afora
                           A    B7       Bis
Agarrei fiz uma trouxa e saí dizendo
  A      G#m7           F#m7      E
Adeus Mariana que eu já vou me embora

Tião Carreiro e Pardinho: A Vaca Já Foi Pro Brejo


A vaca já foi pro brejo - Tião Carreiro, Lourival dos Santos e Vicente P. Machado - Intérprete: Tião Carreiro e Pardinho

LP Tião Carreiro e Pardinho - Rancho do Vale / Título da música: A Vaca Já Foi Pro Brejo / Tião Carreiro (Compositor) / Lourival dos Santos (Compositor) /Vicente P. Machado (Compositor) / Tião Carreiro e Pardinho (Intérprete) / Gravadora: Alvorada / Chantecler / Ano: 1977 / Álbum: 2.10.407.206 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Regional / Sertanejo


Tom: C

(intro)  B  F7

(solo)
E|-12/14-14-12-11-11-11-14-14--9-12-12--9-11
B|-------------12-12-12-16-16-11-14-12-11-12
D|------------------------------------------
G|------------------------------------------
A|------------------------------------------
E|------------------------------------------

 B
Mundo velho está perdido
Já não endereita mais
                                           F#7
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim
Já estou vendo sinais
     E          F#           F#7        B       F#7   B
Metade da mocidade estão virando marginais
  E
É um bando de serpente
   F#                           F#7           B
Os mocinhos vão na frente, as mocinhas vão atrás...

(intro)
   B
Pobre pai e pobre mãe
Morrendo de trabalhar
                                            F#7
Deixa o coro no serviço pra fazer filho estudar
Compra carro a prestação
Para o filho passear
    E             F#       F#7           B     F#7  B
Os filhos vivem rodando fazendo pneu cantar
   E
Ouvi um filho dizer
   F#                           F#7            B
O meu pai tem que gemer, não mandei ninguém casar...

(intro)
   B
O filho parece rei
Filha parece rainha
                                         F#7
Eles que mandam na casa e ninguém tira farinha
Manda a mãe calar a boca
Coitada fica quietinha
   E                 F#           F#7          B     F#7   B
O pai é um zero à esquerda, é um trem fora da linha
    E
Cantando agora eu falo
   F#                             F#7               B
Terrero que não tem galo quem canta é frango e franguinha...

(intro)
     B
Pra ver a filha formada
Um grande amigo meu
                                          F#7
O pão que o diabo amassou o pobre homem comeu
Quando a filha se formou
Foi só desgosto que deu
  E                  F#            F#7        B    F#7   B
Ela disse assim pro pai: "quem vai embora sou eu"
   E
Pobre pai banhado em pranto
   F#                          F#7             B
O seu desgosto foi tanto que o pobre velho morreu...

(intro)

     B
Meu mestre é Deus nas alturas
O mundo é meu colégio
                                             F#7
Eu sei criticar cantando: Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Eu mato e não apedrejo
    E            F#           F#7          B     F#7   B
Dragão de sete cabeças também mato e não aléjo
   E
Estamos no fim do respeito
   F#                        F#7               B         F#7  B
Mundo velho não tem jeito, a vaca já foi pro brejo....

Tião Carreiro e Pardinho: A Mão do Tempo


A mão do tempo - Tião Carreiro e José Fortuna - Intérprete: Tião Carreiro e Pardinho

LP Tião Carreiro e Pardinho - Rancho do Vale / Título da música: A mão do tempo / Tião Carreiro (Compositor) / José Fortuna (Compositor) / Tião Carreiro e Pardinho (Intérprete) / Gravadora: Alvorada/Chantecler / Ano: 1977 / Álbum: 2.10.407.206 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Regional / Sertanejo


Introdução:

E|--14-14-14-13-14-11-11-11-9--11--|
B|--16-16-16-14-16-12-12-12-11-12--|
G|---------------------------------|
D|---------------------------------|
A|---------------------------------|
E|---------------------------------|

E|--7-7-7/9--9--9---------------|
B|--9-9-9/11-11-11--------------|
G|-----------------3/6-6-6-4-6--|
D|-----------------4/8-8-8-6-8--|
A|------------------------------|
E|------------------------------|

E|------------------------|
B|------------------------|
G|-3-3-3-3-3/4-3h4-3-4-4--|
D|-4-4-4-4-4-4-4---4-4-4--|
A|------------------------|
E|------------------------|

F# B
     A solidão do meu peito
                 F# 
O meu coração reclama
Por amar quem esta distante
                     B  
E viver com quem não ama
                   B
Eu sei que você também
   E             F#
Da mesma sina se queixa
Querendo viver comigo
                  B 
Mas o destino não deixa

Riff
       F#      B      F#      B F#
E|------6---9---7--2/6-6-4-2-0-----|
B|--4/7---7---7----3/7-7-5-4-2-----|
G|---------------------------------|
D|---------------------------------|
A|---------------------------------|
E|---------------------------------|

B
  Que bom se a gente pudesse
                 F#
Arrancar do pensamento
E sepultar a saudade
                   B 
Na noite do esquecimento
                   B
Mas a sombra da lembrança
   E                F#
É igual a sombra da gente
Pelos caminhos da vida 
                   B
Ela esta sempre presente      

Riff

B
  Vai lembrança e não me faça
                   F# 
Querer um amor impossível
Se o lembrar nos faz sofrer
                B
Esquecer é preferível
                     B
O que adianta querer bem
  E                F#  
Alguém que já foi embora
É como amar uma estrela
                       B
que foge ao romper da aurora

Riff

B
  Arranque da nossa mente
                  F#
horas distantes vividas
Longas estradas que um dia
                   B 
Foram por nós percorridas
                    B
Apague com a mão do tempo
   E                F#
os nossos rastros deixados
Como flores que secaram
                    B
Do chão do nosso passado   

Riff
       F#      B      
E|------6---9---7--|
B|--4/7---7---7----|
G|-----------------|
D|-----------------|
A|-----------------|
E|-----------------|

Luiz Gonzaga: A Moda da Mula Preta

Por alguns anos o disco que mais dividendos rendeu a Luiz Gonzaga foi "A Moda da Mula Preta", um autêntico recordista de vendagem. E o surpreendente é que esta moda-de-viola nem inédita era na ocasião, pois já havia sido lançada por Raul Torres e Florêncio em 1945.

Recolhida do folclore mineiro pelo próprio Torres, a peça conta em quatro partes a história de uma certa mula, ensinada e manhosa, que morre no verso final picada por uma cobra. Só que a história é contada com muita graça - e aí esta a razão do sucesso - sobre uma melodia repetitiva, fácil de memorizar. "A Moda da Mula Preta" foi na época um dos raros casos de música sertaneja a fazer sucesso em todo o país.

A moda da mula preta (moda de viola, 1948) - Raul Torres

Disco 78 rpm / Título da música: Moda da mula preta / Autoria: Torres, Raul (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1948 / Nº Álbum 800580 / Gênero musical: Moda de viola



A ----------------------------------------------------E7
Eu tenho uma mula preta tem sete palmos de altura
----------------------------------------------A---- E----- A
A mula é descanelada, tem uma linda figura
-----------------------------------------------E7
Tira fogo na calçada no rampão da ferradura
--------------------------------------------A---- E------ A
Com morena delicada, na garupa faz figura
-------D ----------E7 --------------------A ------E7 ------A
A mula fica enjoada, pisa só de andadura
------------------------------------------E7
Ensino na criação vejo quanto ela regula
-------------------------------------------------A----- E----- A
O defeito do mulão se eu contar ninguém calcula
-------------------------------------------------E7
Moça feia e marmanjão na garupa a mula pula
-----------------------------------------------A
Chega a fazer cerração todo pulo desta mula
------------D --------E7 -------------------A---- E------ A
Cara muda de feição, sendo preto fica fula
-------------------------------------------------E7
Eu fui passear na cidade só numa volta que dei
-----------------------------------------------A------ E--------- A
A mula deixou saudade no lugar onde passei
--------------------------------------------------E7
Pro mulão de qualidade, quatro milhões injeitei
--------------------------------------------A------ E -------A
Pra dizer a verdade, nem satisfação eu dei
----------D ---------E7---------------------- A------ E ------A
Fui dizendo boa tarde pra minha casa voltei
-------------------------------------------------E7
Soltei a mula no pasto veja o que me aconteceu
---------------------------------------------A----- E------- A
Uma cobra venenosa a minha mula mordeu
--------------------------------------------------E7
Com o veneno desta cobra a mula nem se mexeu
-----------------------------------------------------A----- E ------A
Só durou umas quatro horas depois a mula morreu
---------D --------------E7 ----------------------A------ E------- A
Acabou-se a mula preta que tanto gosto
me deu


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Paiozinho e Zé Tapera: A Dama de Vermelho

Paiozinho - Tapera
A Dama de Vermelho (fox, 1960) - Ado Benatti e Jeca Mineiro - Interpretação: Paiozinho e Zé Tapera

Disco 78 rpm / Título da música: A Dama de Vermelho / Ado Benatti (Compositor) / Jeca Mineiro (Compositor) / Paiozinho e Zé Tapera (Intérprete) / Gravadora: Caboclo / Continental / Ano: 1960 / Álbum: CS-379 / Lado A / Gênero musical: Fox / Regional / Sertanejo



A "A Dama de Vermelho" em sua gravação original é um fox. Em 1963, Paiozinho e Zé Tapera fizeram uma segunda gravação, na Chantecler, já em ritmo de bolero:


Tom: C

(intro) C Dm  G  C  Am  Dm  G  C

C                  Em
Garçom olhe pelo espelho
             F
A dama de vermelho
                 G
Que vai se levantar
G7                 F
Note que até a orquestra
               G
Fica toda em festa
            G7          C
Quando ela sai para dançar
C                    Em
Esta dama já me pertenceu
                F
E o culpado fui eu
          F Em Dm
Da separação
F  G            C
Hoje choro de ciúmes,
  Am            Dm
Ciúme até do perfume
          G        C
Que ela deixa no salão
        Dm    G
Garçom amigo
                       C   Am
Apague a luz da minha mesa
                    Dm     G
Eu não quero que ela note
                C   Am
Em mim tanta tristeza
                Dm       G
Traga mais uma garrafa
                  C   Am
Hoje vou embriagar-me
                      Dm   G7
Quero dormir para não ver
                     C F C
Outro homem te abraçar

Emilinha Borba: Mulata Yê, Yê, Yê


Mulata Yê, Yê, Yê (marcha/carnaval, 1965) - João Roberto Kelly - Intérprete: Emilinha Borba

LP O Carnaval É Nosso / Título da música: Mulata Yê, Yê, Yê / João Roberto Kelly (Compositor) / Emilinha Borba (Intérprete) / Gravadora: Entré / CBS / Ano: 1964 / Nº Álbum: 4030 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Marcha / Carnaval.


G
Mulata bossa nova   caiu no huly-guly
        Am    C               G       D7        G
e só dá ela  iê-iê-iê iê-iê-iê iê-iê   na passarela (BIS)

Am               G                              C
a boneca está  cheia de fiu-fiu  esnobando as louras
       A7          D7
e as morenas do Brasil

Carmen Miranda e Mário Reis: Chegou a Hora da Fogueira

Ao contrário dos balões - que, mesmo proibidos, continuam subindo -, as marchas juninas desapareceram do repertório musical. Mas, para animar os festejos dos três santos (Pedro, Antônio e João), restaram os clássicos, na maioria lançados na década de 1930, que eram assinados por compositores como João de Barro, Alberto Ribeiro, Benedito Lacerda, Ary Barroso e Lamartine Babo, este último o mais prolífico no gênero.

Dele é "Chegou a Hora da Fogueira" ("Chegou a hora da fogueira / é noite de São João..."), gravado inicialmente pela dupla Carmen Miranda e Mário Reis, sustentada por um arranjo excepcional de Pixinguinha (Fonte: A Canção no Tempo - 85 Anos de Músicas Brasileiras, Vol 1: 1901-1957 / Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. - São Paulo: Ed. 34, 1997).

Chegou a Hora da Fogueira (marcha, 1933) - Lamartine Babo - Intérpretes: Carmen Miranda e Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: Chegou a Hora da Fogueira / Lamartine Babo (Compositor) / Carmen Miranda (Intérprete) / Mário Reis (Intérprete) / Gravadora: Victor / Ano: 1933 / Nº Álbum: 33.671-A / Lado A / Gênero musical: Marcha junina.


Tom: D  

D                 C
Chegou a hora da fogueira
G7              C
É noite de São João

O céu fica todo iluminado
D
Fica o céu todo estrelado
                C
Pintadinho de balão..
A7
Pensando na cabocla a noite inteira
D                                A7    D
também fiz uma fogueira dentro do meu coração..


A7                            D
Quando eu era pequenino de pé no chão
C                               D
Eu cortava papel fino pra fazer balão..
A7                                       D
E o balão ia subindo lá no azul da imensidão..

A7                                     D
Hoje em dia o meu destino não vive em paz..
 C                                 
O balão de papel fino
 A7         D
já não sobe mais..
A7            D     
O balão da ilusão
         D7    A7    D
levou pedra e foi ao chão...

Anjos do Inferno: Nós os Carecas

Nós os carecas (marcha/carnaval, 1942) - Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti

Disco 78 rpm / Título: Nós, os carecas / Autoria: Marques Júnior, Arlindo (Compositor) / Roberti, Roberto (Compositor) / Anjos do Inferno (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Columbia, 1941 / Nº Álbum 55314 / Lado A / Lançamento 1942 / Gênero: Marcha


----A------------------------------------------------- E7
Nós, nós os carecas / com as mulheres, somos os maiorais
--------------------A ---Gb7---------- B7 -------E7------- A
E na hora do aperto / ------É dos carecas que elas gostam mais


--------------------------------------A7 ------------D
Não precisa ter vergonha / Pode tirar o seu chapéu
---------------------------A
Prá que cabelo / Prá que, seu Queiroz
-----B7 ------------E7---------------- A
Agora a coisa está prá nós / Nós, nós, nós ....

Anjos do Inferno: O Cordão dos Puxa-Sacos

O cordão dos puxa-sacos (marcha/carnaval, 1946) - Eratóstenes Frazão e Roberto Martins

Disco 78 rpm / Título da música: Cordão dos puxa-saco / Autoria: Frazão, Eratóstenes (Compositor) / Martins, Roberto (Compositor) / Anjos do Inferno (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 10/09/1945 / Nº Álbum 800342 / Lado B / Lançamento: Novembro/1945 / Gênero musical: Marcha


-------D -------------------------A7
Lá vem / O cordão dos puxa-saco
------------------------------D
Dando viva aos seus maiorais (bis)

--------------------B7 -------------------Em
Quem está na frente é passado para trás
-----------A7 ------------D ----------A7------------ D
E o cordão dos puxa-saco / Cada vez aumenta mais (bis)

--------------A7 ------------------D
Vossa Excelência / Vossa Eminência
----------------A7---------------------- D
Quanta referência nos cordões eleitorais !
----------------G----------------------------- D
Mas se o “Doutor” cai do galho e vai pro chão
-------------Gb7 --------------(Bm)
A turma logo evolui de opinião
--------------------------D-------- A7 -------------D
E o cordão dos puxa-saco cada vez aumenta mais.

Castro Barbosa: O Teu Cabelo Não Nega!...

A marchinha carnavalesca já existia desde a década de 1920, com características definidas por seus sistematizadores. O prestígio do gênero, porém, somente se consolidou a partir de 1932, com o lançamento de "O Teu Cabelo Não Nega", uma das maiores marchas de todos os tempos. A história de "O Teu Cabelo Não Nega" é curiosa. Em sua forma original - um frevo intitulado "Mulata", dos irmãos pernambucanos Raul e João Valença -, a composição foi oferecida à gravadora Victor para eventual aproveitamento em disco.

Aprovando em parte a melodia, mas achando que a letra tinha um teor excessivamente regional, a direção da gravadora encarregou, então, Lamartine Babo de adaptar "Mulata" ao gosto carioca. Especialista na arte de melhorar canções alheias, ele logo pôs mãos à obra, transformando o frevo na vitoriosa marchinha.

Conforme análise do maestro Roberto Gnattali, que comparou as partituras, o trabalho de Lamartine Babo pode ser resumido no seguinte: "Na primeira parte a letra é a mesma, sendo as notas quase todas iguais, salvo as quatro últimas do verso final que Lamartine, muito sabidamente, ao invés de descer, como no original, subiu, encerrando a estrofe para cima. O ritmo é semelhante, mas o adaptador lhe deu mais balanço, através de antecipações rítmicas, quebrando a quadratura do original. A harmonia é idêntica, estando as melodias construídas com apenas dois acordes: tônica e dominante. Na segunda parte, letra e música são diferentes, com exceção de cinco notas do 9° para o 10° compasso (início da segunda frase musical) que Lamartine aproveitou. Aliás, é o melhor momento da música dos Valença nesta parte (mulata, mulatinha meu amor..), sendo a do Lamartine toda boa... A harmonia é praticamente a mesma (pelo menos nos pontos chave, nas cadências). As introduções são completamente diferentes".

Como se vê, Lamartine aproveitou o que tinha de aproveitar - como o excelente estribilho -, substituindo o que não prestava. Por exemplo, não há termo de comparação entre o humor pobre dos versos desprezados ("Tu nunca morre de fome / que os home / te dá sapato de sarto / bem arto / pra tu abalançá o gererê...") e a letra de Lamartine ("Quem te inventou / meu pancadão / teve uma consagração / a lua te invejando fez careta / porque mulata tu não és deste planeta..."). "Pancadão" e "não é do planeta" eram gírias da época, significando, respectivamente, "mulherão" e "pessoa ou coisa excepcionalmente valiosa". Concluída a marchinha, o compositor ofereceu-a à dupla Jonjoca e Castro Barbosa, que gravava na Victor. A propósito, conta João de Freitas, o Jonjoca: "'O Teu Cabelo Não Nega' nos foi mostrada por Lamartine num encontro, casual na Cinelândia. Achamos uma beleza. Então ele disse: 'É de vocês podem gravá-la!' Dias depois, como íamos gravar também o 'Bandonô', de minha autoria, ocorreu-me a infeliz idéia de propor: 'Ô Castro, vamos gravar essas músicas individualmente. Você fica com uma e eu com a outra'. Quanto à escolha, decidimos num cara ou coroa. Deu cara e eu fiquei com `Bandonô'...".

Quem também se interessou pelo "O Teu Cabelo Não Nega" foi Almirante. Depois de conhecer a marcha através do cantor Minona Carneiro, ele chegou a pedir à direção da Victor para gravá-la. Mas era tarde, o disco já fora gravado no dia 21 de dezembro de 1931 por Castro Barbosa, acompanhado pelo Grupo da Guarda Velha, na ocasião composto de piano, dois saxofones, trompete, banjo, baixo, prato, cabaça, omelê, tantã e coro de seis vozes masculinas e uma feminina. O arranjo e a direção musical eram de Pixinguinha. As primeiras tiragens do disco omitiram, por culpa da gravadora, a co-autoria dos Irmãos Valença na composição. O fato gerou uma questão judicial, com repercussão na imprensa, que acabou por fazer valer os direitos dos reclamantes.

O Teu Cabelo Não Nega (marcha / carnaval, 1932) - Lamartine Babo e Irmãos Valença

Disco 78 rpm / Título da música: O teu cabelo não nega!... / Autoria: Valença, Irmãos (Compositor) / Babo, Lamartine, 1904-1963 (Compositor) / Barbosa, Castro (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Grupo da Guarda Velha (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Victor, 21/12/1931 / Nº Álbum 33514 / Gênero musical: Marcha

 E7             A   
O teu cabelo não nega mulata
  E7                 A
Porque és mulata na cor...
      E7             A     
Mas como a cor não pega mulata
  E7                 A
Mulata eu quero o teu amor

 A               B7    
Tens um sabor / Bem do Brasil
E7                 A
Tens a alma cor de anil
  A7                     D          B7
Mulata, mulatinha, meu amor / Fui nomeado
                   E7
Teu tenente interventor 

ESTRIBILHO

   A               B7
Quem te inventou / Meu pancadão
   E7             A
Teve uma consagração.....
    A7                     D
A lua te invejando fez careta
          B7                     E7
Porque mulata, tu não és deste planeta 

ESTRIBILHO

  A               B7
Quando meu bem / Vieste à terra
E7                  A
Portugal declarou guerra
         A7                  D
A concorrência então foi colossal
          B7                      E7
Vasco da Gama contra o batalhão naval 


Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.