Disco 78 rpm / Título da música: Cabeça inchada / Autoria: Cordovil, Hervé (Compositor) / Carmélia Alves (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 27/03/1951 / Nº Álbum 16378 / Lado A / Lançamento: Maio/1951 / Gênero musical: Baião
C ------------G7 ------------------------C
Eu tou doente, morena / Doente eu tou, morena ---------------G7 ------------------------C
Cabeça inchada, morena / tou, tou e tou.
----------F ----------G7----------- C
Ai, morena, moreninha, meu amor ---------------------------G7
Você diz que me namora, morena ---------C ---------------G7
Mentira, morena, namora morena --------------C
Namora, não.
----------F ---------G7----------- C
Ai morena, moreninha meu amor -----------------------------G7
Você diz que por mim chora, morena -------C ----------------------G7
Mentira, morena / Não chora morena ----------------C
Não chora não.
Brasil caboclo - Tonico e Walter Amaral - Interpretação: Tonico e Tinoco
LP Data Feliz / Título da música: Brasil Caboclo / Tonico (Compositor) / Walter Amaral (Compositor) / Tonico e Tinoco (Intérprete) / Gravadora: Sertanejo / Chantecler / Ano: 1964 / Álbum: CH 3106 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Regional / Sertanejo
Tom: A
Intro: A E A E A Vocal:
"Amanhecer na minha roça, vem surgindo o clarão
Caboclo deixa a palhoça pra fazer a plantação
O carro de boi gemendo no arco do chapadão
Os passarinho cantando fazendo um barulhão
Esse é o Brasil caboclo, esse é meu sertão"
E A E
Casinha de palha lá no ribeirão
A
Uma linda cabocla e um cavalo bão
E A A7 D
Som de uma viola alegra a solidão
Refrão
D A E
Esse é o Brasil Caboclo
E A
Esse é o meu sertão
Introdução
E A E
Sino da cascata, caia no brotão
A
A lua de prata, ouvindo a canção
E A A7 D
Depois da serenata, o gemer do violão
Refrão + Introdução
E A E
Sino da capela, dobra em oração
A
Cigarra cantando tarde de verão
E A A7 D
Cabocla sambando, noite de São João
Refrão + Introdução
Os irmãos Rubens da Silva (o Caçula) e Mariano da Silva (Mariano), ambos de Piracicaba, SP, trabalhavam na roça quando foram descobertos por Cornélio Pires e convidados a integrar a Turma Caipira formada por ele. Foram responsáveis pela primeira moda de viola gravada, "Jorginho do sertão", em 1929 pela Columbia, recolhida por Cornélio Pires.
No mesmo ano gravaram diversas modas de viola, entre as quais, "O bonde camarão", "Sô cabocro brasilero" e "A briga dos véio" (Fonte: Dicionário Cravo Albin).
Disco 78 rpm / Título da música: O Bonde Camarão / Cornélio Pires (Compositor) / Mariano da Silva (Compositor) / Caçula e Mariano (Intérprete) / Gravadora: Columbia / Ano: 1929 / Álbum 20015 / Matriz 380498 / Lado A / Gênero musical: Moda-de-viola / Regional / Sertanejo.
Tom: D
Intro: D
D
Aqui em São Paulo
A7
o que mais me amola
D
são esses bondes que nem gaiola
A7
cheguei abrir uma portinhola
levei um tranco e quebrei a viola
D A7 D A7 D
inda pus dinheiro na caixa da esmola
chegou um veio se faceirando
D
levou um tranco e foi cambeteando
A7
beijou uma veia e saiu bufando
sentou de um lado e gritou suando
D A7 D A7 D
pra mode o vizinho ta catingando
A7
entrou uma moca se arrequebrando
D
no meu colo ela foi sentando
A7
pra mode o bonde que estava andando
sem a tal zinha estar esperando
D A7 D A A7 D
eu falo claro eu fiquei gostando
A7
entrou um padre bem barrigudo
D
levou um tranco dos bem graúdo
A7
deu um abraço num bigodudo
protestante dos carrancudo
D A7 D A7 D
que deu cavaco com o butinudo
A7
eu vou-me embora pra minha terra
D
esta porquera inda me inguerra
A7
este povo inda sobe a serra
pra mode a light que os dente ferra
D
nos passageiro que grita e berra
LP Felicidade De Caboclo / Título da música: Boiadeiro Errante / Teddy Vieira (Compositor) / Liu e Léu (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1963 / Álbum: CS-LP-6.043 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Toada / Regional / Sertanejo
Tom: G
G D7 G
eu venho vindo de uma querência distante
D7 G D7
sou um boiadeiro errante que nasceu naquela serra
C D7
o meu cavalo corre mais que o pensamento
C D7 G
ele vem no passo lento porque ninguém me espera
D7 G
tocando a boiada auê-uê-uê-ê boi eu vou cortando estrada uê boi
D7 G
tocando a boiada auê-uê-uê-ê boi eu vou cortando estrada
D7 G
toque o berrante com capricho Zé Vicente
D7 G D7
mostre para essa gente o clarim das alterosas
C D7
pegue no laço não se entregue companheiro
C D7 G
chame o cachorro campeiro que essa rez é perigosa
D7 G
olhe na janela auê uê uê ê boi que linda donzela uê boi
D7 G
olhe na janela auê uê uê ê boi que linda donzela
D7 G
sou boiadeiro minha gente o que é que há
D7 G D7
deixe o meu gado passar vou cumprir com a minha sina
C D7
lá na baixada quero ouvir a siriema
C D7 G
prá lembrar de uma pequena que eu deixei lá em Minas
D7 G
ela é culpada auê uê uê ê boi de eu viver nas estradas uê boi
D7 G
ela é culpada auê uê uê ê boi de eu viver nas estradas
D7 G
o rio tá calmo e a boiada vai nadando
D7 G D7
veja aquele boi berrando Chico Bento corre lá
C D7
lace o mestiço salve êle das piranhas
C D7 G
tire o gado da campana pra’ viagem continuar
D7 G
com destino a Goiás auê uê uê ê boi deixei Minas Gerais uê boi
D7 G
com destino a Goiás auê uê uê ê boi deixei Minas Gerais uê boi
Boieiro do Nabileque (1982) - Almir Sater e João Bá - Interpretação: Almir Sater
LP Doma / Título da música: Boieiro do Nabileque / Almir Sater (Compositor) / João Bá (Compositor) / Almir Sater (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1982 / Álbum: 308.6025 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.
Tom: A
(intro) E4ED/EEE
Vai boiero, rio abaixo
A
Vai levando gado e gente
B
O sal grosso e a semente
EE4E
Eh, porto de Corumbá
Um amor, toda beleza
A
Como um canto de nobreza
B
Deslizar na veia d'água
EE4E
Eh, rio Paraguai
F#mA
Rio acima, peixe-boi
E
Passarada, matagal
F#m
Véio bugre entoando
AB
Seu antigo ritual
EA
Pantaneiro...
LP Rasta Bonito / Título da música: Boiada / Almir Sater (Compositor) / Renato Teixeira (Compositor) / Almir Sater (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1989 / Álbum: 1.01.404.377 / Lado B / Faixa 4 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.
A
Ele foi levando boi,
um dia ele se foi no rastro da boiada
D
A poeira é como o tempo,
um véu, uma bandeira, tropa viajada
A
Foram indo lentamente,
calmos e serenos, lenta caminhada
D
E sumiram lá na curva,
na curva da vida, na curva da estrada
E7
E depois dali pra frete,
não se tem notícias, não se sabe nada
A G
Nada que dissesse algo
D A/E
De boi, de boiada, de peão de estrada
C G
Disse um viajante, história mal contada
Bb D/A C
Ninguém viu, nem rastro, nem homem, nem nada
A
Isso foi há muito tempo,
tempo em que a tropa ainda viajava
D
Com seus fados e pelegos
no rangeu do arreio ao romper da aurora
A
Tempos de estrelas cadentes,
fogueiras ardentes, ao som da viola
D
Dias e meses fluindo,
destino seguindo, e a gente indo embora
E7
Isso tudo aconteceu no fato que se deu,
faz parte da história
A G D
E até hoje em dia quando junta a peãozada
A/E C
Coisas assombradas, verdades juradas
G/B Bb
Dizem que sumiram, que não existiram
D/A
Ninguém sabe nada
A
Ele foi levando boi,
um dia ele se foi no rastro da boiada
D
A poeira é como o tempo,
um véu, uma bandeira, tropa viajada
E
Foram indo lentamente,
calmos e serenos, lenta caminhada
D
Dias e meses seguindo,
destino fluindo, e a gente indo embora
E7
Isso tudo aconteceu no fato que se deu,
faz parte da história
A G D
E até hoje em dia quando junta a peãozada
A/E C
Coisas assombradas, verdades juradas
G/B Bb
Dizem que sumiram, que não existiram
D/A
Ninguém sabe nada
Boate Azul (guarânia, 1985) - Benedito Seviero e Aparecido Tomás de Oliveira - Intérprete: Joaquim e Manuel
LP Joaquim e Manoel - Pelos Caminhos Da Vida / Título da música: Boate Azul / Benedito Seviero (Compositor) / Aparecido Tomás de Oliveira (Compositor) / Joaquim e Manuel (Intérprete) / Gravadora: Sertanejo / Chantecler / Ano: 1985 / Álbum: 2.11.405.688 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Guarânia / Regional / Sertanejo
Tom: F
Intro: GmCFDmGmADmD7DmC
Doente de amor procurei remédio na vida noturna.
BbA7D7
Como a flor da noite em uma boate aqui na zona sul.
GmDm
A dor do amor é com outro amor que a gente cura.
A7DmD7
Vim curar a dor deste mal de amor na boate azul.
GmDm
E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora.
A7DmD7
Os integrantes da vida noturna se foram dormir.
GmDm
E a dama da noite que estava comigo também foi embora.
BbA7D
Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair.
AGD
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou.
AGD
Muito vagamente me lembro que estou. Em uma boate aqui na zona sul
AGD
Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer.
AGAD
Qual era o nome daquela mulher, a flor da noite da boate azul.
( DmCFDmGmA7DmD7 )
GmDm
E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora.
A7DmD7
Os integrantes da vida noturna se foram dormir.
GmDm
E a dama da noite que estava comigo também foi embora.
BbA7D
Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair.
AGD
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou.
AGD
Muito vagamente me lembro que estou. Em uma boate aqui na zona sul
AGD
Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer.
AGAD
Qual era o nome daquela mulher, a flor da noite da boate azul.
Disco 78 rpm / Título da música: Beijinho doce / Autoria: Nhô Pai (Compositor) / Adelaide Chiozzo (Intérprete) / Eliana (Intérprete) / Matos, Carlos (Acompanhante) / Conjunto (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Star, Indefinida / Nº Álbum 263 / Lado A / Gênero musical: Valsa
E7AA7
Que beijinho doce
D
Que ela tem
E7
Depois que beijei ela
DA
Nunca mais amei ninguém
D
Que beijinho doce
R B7
e Foi ela quem trouxe
f E7
r De longe prá mim
ã D
o Se me abraça apertado
E7
Suspira dobrado
AE7
Que amor sem fim
AA7
Coração que manda
D
Quando a gente ama
E7
Se estou junto dela
D
Sem dar um beijinho
A
Coração reclama
Baile na roça - Tinoco e Nadir - Interpretação:Tonico e Tinoco
LP/CD Viva A Viola / Título da música: Baile na roça / Compositor: Tinoco / Compositor: Nadir / Intérprete: Tonico e Tinoco / Gravadora: Copacabana / Ano: 1982 / Álbum: COELP 41873 / Lado A / Faixa 1.
Intro: GD7GGD7G
Baile na Roça meu bem, se dança assim:
D7G
pego na cintura dela e ela garra“cá” em mim (BIS)
D7G
E o sanfoneiro toca toca alegria,
D7G
Vamo vamo minha gente, até clarear o dia
Refrão / Introdução / Refrão
D7G
Dança dança com a morena, dança dança com a loirinha
D7G
Começa o baile na tuia, e termina na cozinha.
Refrão / Introdução / Refrão
D7G
Viva o baile na roça, viva a noite de S. João
D7G
Vê o povo brasileiro conservando a tradição.
Mocinhas da cidade (chotis, 1959) - Nhô Belarmino - Interpretação: Nhô Belarmino e Nhá Gabriela
Gravação original: disco 78 rpm / Título da música: Mocinhas da cidade / Nhô Belarmino (Compositor) / Nhô Belarmino (Intérprete) / Nhá Gabriela (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1959 / Álbum: 80-2106 / Lado A / Gênero: Regional/Sertaneja
Tom: A
Intro: AEA AEA
As mocinhas da cidade, são bonitas e dançam bem
EA
as mocinhas da cidade, são bonitas e dançam bem
DA
Dancei uma vez com uma moreninha,
EA
já fiquei querendo bem
DA
dancei uma vez com uma moreninha,
EA
já fiquei querendo bem
EA
E o sol já vai entrando, e a saudade vem atrás
EA
e o sol já vai entrando, e a saudade vem atrás
DA
vou buscar aquela linda moreninha
EA
que é pra eu viver em paz
DA
vou buscar aquela linda moreninha
EA
que é pra eu viver em paz
EA
Fui na casa da morena, pedi água pra beber
EA
fui na casa da morena, pedi água pra beber
DA
não é sede, não é nada, moreninha,
EA
vim aqui só pra te ver
DA
não é sede, não é nada, moreninha,
EA
vim aqui só pra te ver
EA
Embora seu pai não queira, que eu me case com você
EA
embora seu pai não queira, que eu me case com você
DA
Mas depois de nóis casado, moreninha,
EA
ele vai me compreender
DA
mas depois de nóis casado, moreninha,
EA
ele vai me compreender
LP Último Adeus / Título da música: Arapuca / Solevante (Compositor) / Itamaracá (Compositor) / Mangabinha (Compositor) / Trio Parada Dura (Creone - Mangabinha - Barrerito) (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Ano: 1981 / Álbum: COELP 41578 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Regional/Sertaneja
Tom: E
(intro) EB7EB7
Armei uma arapuca na beira da estrada
AB7E
Pra pegar moça bonita e também mulher casada. (2x)
B7
Quem é, quem é
AB7E
Que vive neste mundo, sem dinheiro e sem mulher?
B7
Quem é, quem é
AB7E
Que vive neste mundo, sem dinheiro e sem mulher?
( EB7 )
EB7
A primeira vez que a arapuca desarmou
AB7E
Eu fui pra lá correndo pra ver o que ela pegou. (2x)
B7
Pegou, pegou...
AB7E
Uma mulher bonita que meu coração gamou. (2x)
( EB7 )
EB7
A segunda vez que a arapuca desarmou
AB7E
Eu fui pra lá correndo pra ver o que ela pegou. (2x)
B7
Pegou, pegou...
AB7E
Um baita de um "negão" que meu coração gelou. (2x)
( EB7 )
LP Tião Carreiro e Pardinho - Hoje Eu Não Posso Ir / Título da música: Amargurado / Tião Carreiro (Compositor) / Dino Franco (Compositor) / Tião Carreiro e Pardinho (Intérprete) / Gravadora: Chantecler / Ano: 1972 / Álbum: CALP 8006 / Lado A / Faixa 2.
Tom: C
C
Do que é feito daqueles beijos que eu te dei.
Daquele amor cheio de ilusão.
G
Que foi a razão do nosso querer.
D#m G
Pra onde foram tantas promessas que me fizeste.
F G C
Não se importando que o nosso amor viesse a morrer.
Talvez com outro estejas vivendo bem mais feliz.
C7 F
Dizendo ainda que nunca houve amor entre nós.
G C
Pois tu sonhavas com a riqueza que eu nunca tive.
G
E se ao meu lado muito sofreste.
C
O meu desejo é que vivas melhor.
G F G C
Vai com Deus. Sejas feliz com o seu amado.
G
Tens aqui um peito magoado.
F G C
Que muito sofre por te amar.
F G C
Eu só desejo que a boa sorte siga teus passos.
G
Mas se tiveres algum fracasso.
F G C
Creias que ainda lhe posso ajudar.
LP Na Fonte / Título da música: Alpendre da Saudade / João Pacífico (Compositor) / Edmundo Souto (Compositor) / Beth Carvalho (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1981 / Álbum: 103.0514 / Lado B / Faixa 6 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.
Tom: E
E E7/5+ A
Às vezes fico / No alpendre da fazenda
B7 A E B7
Contemplando a vivenda / Onde eu era tão feliz
E E7/5+ A
E bem na frente / Um barranco ao pé da estrada
B7 A E
Foi passagem de boiada / Tão pisado o chão me diz:
F#m
Por quê? / Por quê você mudou?
B7 E
Por quê se afastou de mim?
E7*
Eu sou apenas uma estrada
A
Não sou mais pisada
B7 E
E tão abandonada, enfim.
E7*
Eu sou apenas uma estrada
A
Não sou mais pisada
B7 E
E tão abandonada, enfim.
E E7/5+ A
O que me adianta / Esse alpendre da fazenda
B7
Que eu troquei pela vivenda
A E B7
Por ser tão cheia de pó
E E7/5+ A
Mas era um pó / Cheio de felicidade
B7
Hoje é o pó da saudade
A E
E eu chorando aqui tão só.
F#m
Eu sei, eu sei qual a razão
B7 E
Pois o meu coração me diz
E7*
Mas quando eu pego na viola
A B7 E
Ela me consola / Ela é que me faz feliz
E7*
Mas quando eu pego na viola
A B7 E
Ela me consola / Ela é que me faz feliz
Adeus solidão (Picking Up Pebbles) (balada, 1969) - Johnny Curtis - Versão: Newton Miranda - Interpretação: Carmen Silva
Compacto simples / Título da música: Adeus solidão (Picking Up Pebbles) / Johnny Curtis (Compositor) / Newton Miranda (Compositor) / Carmen Silva (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1969 / Álbum: LC-6582 / Lado A / Gênero musical: Balada.
Tom: E
Intro.: EEF#m
Eu já sofri e até chorei
AB7E
Sozinha sem ninguém
F#m
Mas de repente apareceu
AB7E
O amor em mim nasceu
F#m
Quero bem alto ao mundo inteiro gritar
B7E
Que sou feliz e tenho alguém para amar
F#m
Agora eu posso dizer adeus solidão
B7EB7
Pois sei que o amor tomou conta do meu coração
EF#m
Eu nunca mais quero lembrar
AB7E
Daquilo que passou
F#m
Sei que este amor virá fazer
AB7E
De tudo me esquecer
F#m
Quero bem alto ao mundo inteiro gritar
B7E
Que sou feliz e tenho alguém para amar
F#m
Agora eu posso dizer adeus solidão
B7EB7
Pois sei que o amor tomou conta do meu coração
EF#m
hoje eu só penso em meu bem
AB7E
Com todo meu calor
F#m
Sei que agora encontrei
AB7E
Tudo o que sonhei
F#m
Quero bem alto ao mundo inteiro gritar
B7E
Que sou feliz e tenho alguém para amar
F#m
Agora eu posso dizer adeus solidão
B7E
Pois sei que o amor tomou conta do meu coração.
Título da música: Adeus Mariana/ Gênero musical: Chótis / Intérprete: Pedro Raimundo / Compositor: Pedro Raimundo / Gravadora: Phonodisc / Nome do Álbum: Adeus Mariana (relançamento de 1968) / Número do Álbum 0.30-404-122 / Lado A / Rotações Disco 33 1/3 rpm / Estéreo.
EB7AB7AG#m7B7E
Nasci lá na cidade me casei na serra
B7
Com a minha Mariana moça lá de fora
AB7 Bis
Um dia eu estranhei os carinhos dela
AG#m7F#m7E
E disse adeus Mariana que eu já vou me embora
Int.
É gaúcha de verdade dos quatro costados
B7
Que usa chapéu grande bombacha e esporas
AB7 Bis
E eu que estava vendo o caso complicado
AG#m7F#m7E
Disse adeus Mariana que eu já vou me embora
Int.
Nem bem rompeu o dia me tirou da cama
B7
Encilhou o tordilho e saiu campo a fora
AB7 Bis
E eu aproveitei e saí dizendo
AG#m7F#m7E
Adeus Mariana que eu já vou me embora
Int.
Ela não disse nada mas ficou cismando
B7
Que era desta que eu daria o fora
AB7 Bis
Pegou uma açoiteira e veio contra mim
AG#m7F#m7E
Eu disse larga Mariana que eu não vou me embora
Int.
Ela ficou zangada e foi quebrando tudo
B7
Pegou a minha roupa e jogou porta afora
AB7 Bis
Agarrei fiz uma trouxa e saí dizendo
AG#m7F#m7E
Adeus Mariana que eu já vou me embora
LP Tião Carreiro e Pardinho - Rancho do Vale / Título da música: A Vaca Já Foi Pro Brejo / Tião Carreiro (Compositor) / Lourival dos Santos (Compositor) /Vicente P. Machado (Compositor) / Tião Carreiro e Pardinho (Intérprete) / Gravadora: Alvorada / Chantecler / Ano: 1977 / Álbum: 2.10.407.206 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Regional / Sertanejo
Tom: C
(intro) BF7
(solo)
E|-12/14-14-12-11-11-11-14-14--9-12-12--9-11
B|-------------12-12-12-16-16-11-14-12-11-12
D|------------------------------------------
G|------------------------------------------
A|------------------------------------------
E|------------------------------------------
B
Mundo velho está perdido
Já não endereita mais
F#7
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim
Já estou vendo sinais
EF#F#7BF#7B
Metade da mocidade estão virando marginais
E
É um bando de serpente
F#F#7B
Os mocinhos vão na frente, as mocinhas vão atrás...
(intro)
B
Pobre pai e pobre mãe
Morrendo de trabalhar
F#7
Deixa o coro no serviço pra fazer filho estudar
Compra carro a prestação
Para o filho passear
EF#F#7BF#7B
Os filhos vivem rodando fazendo pneu cantar
E
Ouvi um filho dizer
F#F#7B
O meu pai tem que gemer, não mandei ninguém casar...
(intro)
B
O filho parece rei
Filha parece rainha
F#7
Eles que mandam na casa e ninguém tira farinha
Manda a mãe calar a boca
Coitada fica quietinha
EF#F#7BF#7B
O pai é um zero à esquerda, é um trem fora da linha
E
Cantando agora eu falo
F#F#7B
Terrero que não tem galo quem canta é frango e franguinha...
(intro)
B
Pra ver a filha formada
Um grande amigo meu
F#7
O pão que o diabo amassou o pobre homem comeu
Quando a filha se formou
Foi só desgosto que deu
EF#F#7BF#7B
Ela disse assim pro pai: "quem vai embora sou eu"
E
Pobre pai banhado em pranto
F#F#7B
O seu desgosto foi tanto que o pobre velho morreu...
(intro)
B
Meu mestre é Deus nas alturas
O mundo é meu colégio
F#7
Eu sei criticar cantando: Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Eu mato e não apedrejo
EF#F#7BF#7B
Dragão de sete cabeças também mato e não aléjo
E
Estamos no fim do respeito
F#F#7BF#7B
Mundo velho não tem jeito, a vaca já foi pro brejo....
LP Tião Carreiro e Pardinho - Rancho do Vale / Título da música: A mão do tempo / Tião Carreiro (Compositor) / José Fortuna (Compositor) / Tião Carreiro e Pardinho (Intérprete) / Gravadora: Alvorada/Chantecler / Ano: 1977 / Álbum: 2.10.407.206 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Regional / Sertanejo
Introdução:
E|--14-14-14-13-14-11-11-11-9--11--|
B|--16-16-16-14-16-12-12-12-11-12--|
G|---------------------------------|
D|---------------------------------|
A|---------------------------------|
E|---------------------------------|
E|--7-7-7/9--9--9---------------|
B|--9-9-9/11-11-11--------------|
G|-----------------3/6-6-6-4-6--|
D|-----------------4/8-8-8-6-8--|
A|------------------------------|
E|------------------------------|
E|------------------------|
B|------------------------|
G|-3-3-3-3-3/4-3h4-3-4-4--|
D|-4-4-4-4-4-4-4---4-4-4--|
A|------------------------|
E|------------------------|
F#B
A solidão do meu peito
F#
O meu coração reclama
Por amar quem esta distante
B
E viver com quem não ama
B
Eu sei que você também
EF#
Da mesma sina se queixa
Querendo viver comigo
B
Mas o destino não deixa
Riff
F#BF#BF#
E|------6---9---7--2/6-6-4-2-0-----|
B|--4/7---7---7----3/7-7-5-4-2-----|
G|---------------------------------|
D|---------------------------------|
A|---------------------------------|
E|---------------------------------|
B
Que bom se a gente pudesse
F#
Arrancar do pensamento
E sepultar a saudade
B
Na noite do esquecimento
B
Mas a sombra da lembrança
EF#
É igual a sombra da gente
Pelos caminhos da vida
B
Ela esta sempre presente
Riff
B
Vai lembrança e não me faça
F#
Querer um amor impossível
Se o lembrar nos faz sofrer
B
Esquecer é preferível
B
O que adianta querer bem
EF#
Alguém que já foi embora
É como amar uma estrela
B
que foge ao romper da aurora
Riff
B
Arranque da nossa mente
F#
horas distantes vividas
Longas estradas que um dia
B
Foram por nós percorridas
B
Apague com a mão do tempo
EF#
os nossos rastros deixados
Como flores que secaram
B
Do chão do nosso passado
Riff
F#B
E|------6---9---7--|
B|--4/7---7---7----|
G|-----------------|
D|-----------------|
A|-----------------|
E|-----------------|
Por alguns anos o disco que mais dividendos rendeu a Luiz Gonzaga foi "A Moda da Mula Preta", um autêntico recordista de vendagem. E o surpreendente é que esta moda-de-viola nem inédita era na ocasião, pois já havia sido lançada por Raul Torres e Florêncio em 1945.
Recolhida do folclore mineiro pelo próprio Torres, a peça conta em quatro partes a história de uma certa mula, ensinada e manhosa, que morre no verso final picada por uma cobra. Só que a história é contada com muita graça - e aí esta a razão do sucesso - sobre uma melodia repetitiva, fácil de memorizar. "A Moda da Mula Preta" foi na época um dos raros casos de música sertaneja a fazer sucesso em todo o país.
A moda da mula preta (moda de viola, 1948) - Raul Torres
Disco 78 rpm / Título da música: Moda da mula preta / Autoria: Torres, Raul (Compositor) / Gonzaga, Luiz (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 1948 / Nº Álbum 800580 / Gênero musical: Moda de viola
A ----------------------------------------------------E7
Eu tenho uma mula preta tem sete palmos de altura ----------------------------------------------A---- E----- A
A mula é descanelada, tem uma linda figura -----------------------------------------------E7
Tira fogo na calçada no rampão da ferradura --------------------------------------------A---- E------ A
Com morena delicada, na garupa faz figura -------D ----------E7 --------------------A ------E7 ------A
A mula fica enjoada, pisa só de andadura ------------------------------------------E7
Ensino na criação vejo quanto ela regula -------------------------------------------------A----- E----- A
O defeito do mulão se eu contar ninguém calcula -------------------------------------------------E7
Moça feia e marmanjão na garupa a mula pula -----------------------------------------------A
Chega a fazer cerração todo pulo desta mula ------------D --------E7 -------------------A---- E------ A
Cara muda de feição, sendo preto fica fula -------------------------------------------------E7
Eu fui passear na cidade só numa volta que dei -----------------------------------------------A------ E--------- A
A mula deixou saudade no lugar onde passei --------------------------------------------------E7
Pro mulão de qualidade, quatro milhões injeitei --------------------------------------------A------ E -------A
Pra dizer a verdade, nem satisfação eu dei ----------D ---------E7---------------------- A------ E ------A
Fui dizendo boa tarde pra minha casa voltei -------------------------------------------------E7
Soltei a mula no pasto veja o que me aconteceu ---------------------------------------------A----- E------- A
Uma cobra venenosa a minha mula mordeu --------------------------------------------------E7
Com o veneno desta cobra a mula nem se mexeu -----------------------------------------------------A----- E ------A
Só durou umas quatro horas depois a mula morreu ---------D --------------E7 ----------------------A------ E------- A
Acabou-se a mula preta que tanto gosto me deu
Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.
A Dama de Vermelho (fox, 1960) - Ado Benatti e Jeca Mineiro - Interpretação: Paiozinho e Zé Tapera
Disco 78 rpm / Título da música: A Dama de Vermelho / Ado Benatti (Compositor) / Jeca Mineiro (Compositor) / Paiozinho e Zé Tapera (Intérprete) / Gravadora: Caboclo / Continental / Ano: 1960 / Álbum: CS-379 / Lado A / Gênero musical: Fox / Regional / Sertanejo
A "A Dama de Vermelho" em sua gravação original é um fox. Em 1963, Paiozinho e Zé Tapera fizeram uma segunda gravação, na Chantecler, já em ritmo de bolero:
Tom: C
(intro) CDmGCAmDmGCCEm
Garçom olhe pelo espelho
F
A dama de vermelho
G
Que vai se levantar
G7F
Note que até a orquestra
G
Fica toda em festa
G7C
Quando ela sai para dançar
CEm
Esta dama já me pertenceu
F
E o culpado fui eu
FEmDm
Da separação
FGC
Hoje choro de ciúmes,
AmDm
Ciúme até do perfume
GC
Que ela deixa no salão
DmG
Garçom amigo
CAm
Apague a luz da minha mesa
DmG
Eu não quero que ela note
CAm
Em mim tanta tristeza
DmG
Traga mais uma garrafa
CAm
Hoje vou embriagar-me
DmG7
Quero dormir para não ver
CFC
Outro homem te abraçar
LP O Carnaval É Nosso / Título da música: Mulata Yê, Yê, Yê / João Roberto Kelly (Compositor) / Emilinha Borba (Intérprete) / Gravadora: Entré / CBS / Ano: 1964 / Nº Álbum: 4030 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Marcha / Carnaval.
G
Mulata bossa nova caiu no huly-guly
Am C G D7 G
e só dá ela iê-iê-iê iê-iê-iê iê-iê na passarela (BIS)
Am G C
a boneca está cheia de fiu-fiu esnobando as louras
A7 D7
e as morenas do Brasil
Ao contrário dos balões - que, mesmo proibidos, continuam subindo -, as marchas juninas desapareceram do repertório musical. Mas, para animar os festejos dos três santos (Pedro, Antônio e João), restaram os clássicos, na maioria lançados na década de 1930, que eram assinados por compositores como João de Barro, Alberto Ribeiro, Benedito Lacerda, Ary Barroso e Lamartine Babo, este último o mais prolífico no gênero.
Dele é "Chegou a Hora da Fogueira" ("Chegou a hora da fogueira / é noite de São João..."), gravado inicialmente pela dupla Carmen Miranda e Mário Reis, sustentada por um arranjo excepcional de Pixinguinha (Fonte: A Canção no Tempo - 85 Anos de Músicas Brasileiras, Vol 1: 1901-1957 / Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. - São Paulo: Ed. 34, 1997).
Chegou a Hora da Fogueira (marcha, 1933) - Lamartine Babo - Intérpretes: Carmen Miranda e Mário Reis
Disco 78 rpm / Título da música: Chegou a Hora da Fogueira / Lamartine Babo (Compositor) / Carmen Miranda (Intérprete) / Mário Reis (Intérprete) / Gravadora: Victor / Ano: 1933 / Nº Álbum: 33.671-A / Lado A / Gênero musical: Marcha junina.
Tom: D
D C
Chegou a hora da fogueira
G7 C
É noite de São João
O céu fica todo iluminado
D
Fica o céu todo estrelado
C
Pintadinho de balão..
A7
Pensando na cabocla a noite inteira
D A7 D
também fiz uma fogueira dentro do meu coração..
A7 D
Quando eu era pequenino de pé no chão
C D
Eu cortava papel fino pra fazer balão..
A7 D
E o balão ia subindo lá no azul da imensidão..
A7 D
Hoje em dia o meu destino não vive em paz..
C
O balão de papel fino
A7 D
já não sobe mais..
A7 D
O balão da ilusão
D7 A7 D
levou pedra e foi ao chão...
Disco 78 rpm / Título: Nós, os carecas / Autoria: Marques Júnior, Arlindo (Compositor) / Roberti, Roberto (Compositor) / Anjos do Inferno (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Columbia, 1941 / Nº Álbum 55314 / Lado A / Lançamento 1942 / Gênero: Marcha
----A------------------------------------------------- E7
Nós, nós os carecas / com as mulheres, somos os maiorais --------------------A ---Gb7---------- B7 -------E7------- A
E na hora do aperto / ------É dos carecas que elas gostam mais
--------------------------------------A7 ------------D
Não precisa ter vergonha / Pode tirar o seu chapéu ---------------------------A
Prá que cabelo / Prá que, seu Queiroz -----B7 ------------E7---------------- A
Agora a coisa está prá nós / Nós, nós, nós ....
Disco 78 rpm / Título da música: Cordão dos puxa-saco / Autoria: Frazão, Eratóstenes (Compositor) / Martins, Roberto (Compositor) / Anjos do Inferno (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: RCA Victor, 10/09/1945 / Nº Álbum 800342 / Lado B / Lançamento: Novembro/1945 / Gênero musical: Marcha
-------D -------------------------A7
Lá vem / O cordão dos puxa-saco ------------------------------D
Dando viva aos seus maiorais (bis)
--------------------B7 -------------------Em
Quem está na frente é passado para trás -----------A7 ------------D ----------A7------------ D
E o cordão dos puxa-saco / Cada vez aumenta mais (bis)
--------------A7 ------------------D
Vossa Excelência / Vossa Eminência ----------------A7---------------------- D
Quanta referência nos cordões eleitorais ! ----------------G----------------------------- D
Mas se o “Doutor” cai do galho e vai pro chão -------------Gb7 --------------(Bm)
A turma logo evolui de opinião --------------------------D-------- A7 -------------D
E o cordão dos puxa-saco cada vez aumenta mais.
A marchinha carnavalesca já existia desde a década de 1920, com características definidas por seus sistematizadores. O prestígio do gênero, porém, somente se consolidou a partir de 1932, com o lançamento de "O Teu Cabelo Não Nega", uma das maiores marchas de todos os tempos. A história de "O Teu Cabelo Não Nega" é curiosa. Em sua forma original - um frevo intitulado "Mulata", dos irmãos pernambucanos Raul e João Valença -, a composição foi oferecida à gravadora Victor para eventual aproveitamento em disco.
Aprovando em parte a melodia, mas achando que a letra tinha um teor excessivamente regional, a direção da gravadora encarregou, então, Lamartine Babo de adaptar "Mulata" ao gosto carioca. Especialista na arte de melhorar canções alheias, ele logo pôs mãos à obra, transformando o frevo na vitoriosa marchinha.
Conforme análise do maestro Roberto Gnattali, que comparou as partituras, o trabalho de Lamartine Babo pode ser resumido no seguinte: "Na primeira parte a letra é a mesma, sendo as notas quase todas iguais, salvo as quatro últimas do verso final que Lamartine, muito sabidamente, ao invés de descer, como no original, subiu, encerrando a estrofe para cima. O ritmo é semelhante, mas o adaptador lhe deu mais balanço, através de antecipações rítmicas, quebrando a quadratura do original. A harmonia é idêntica, estando as melodias construídas com apenas dois acordes: tônica e dominante. Na segunda parte, letra e música são diferentes, com exceção de cinco notas do 9° para o 10° compasso (início da segunda frase musical) que Lamartine aproveitou. Aliás, é o melhor momento da música dos Valença nesta parte (mulata, mulatinha meu amor..), sendo a do Lamartine toda boa... A harmonia é praticamente a mesma (pelo menos nos pontos chave, nas cadências). As introduções são completamente diferentes".
Como se vê, Lamartine aproveitou o que tinha de aproveitar - como o excelente estribilho -, substituindo o que não prestava. Por exemplo, não há termo de comparação entre o humor pobre dos versos desprezados ("Tu nunca morre de fome / que os home / te dá sapato de sarto / bem arto / pra tu abalançá o gererê...") e a letra de Lamartine ("Quem te inventou / meu pancadão / teve uma consagração / a lua te invejando fez careta / porque mulata tu não és deste planeta..."). "Pancadão" e "não é do planeta" eram gírias da época, significando, respectivamente, "mulherão" e "pessoa ou coisa excepcionalmente valiosa". Concluída a marchinha, o compositor ofereceu-a à dupla Jonjoca e Castro Barbosa, que gravava na Victor. A propósito, conta João de Freitas, o Jonjoca: "'O Teu Cabelo Não Nega' nos foi mostrada por Lamartine num encontro, casual na Cinelândia. Achamos uma beleza. Então ele disse: 'É de vocês podem gravá-la!' Dias depois, como íamos gravar também o 'Bandonô', de minha autoria, ocorreu-me a infeliz idéia de propor: 'Ô Castro, vamos gravar essas músicas individualmente. Você fica com uma e eu com a outra'. Quanto à escolha, decidimos num cara ou coroa. Deu cara e eu fiquei com `Bandonô'...".
Quem também se interessou pelo "O Teu Cabelo Não Nega" foi Almirante. Depois de conhecer a marcha através do cantor Minona Carneiro, ele chegou a pedir à direção da Victor para gravá-la. Mas era tarde, o disco já fora gravado no dia 21 de dezembro de 1931 por Castro Barbosa, acompanhado pelo Grupo da Guarda Velha, na ocasião composto de piano, dois saxofones, trompete, banjo, baixo, prato, cabaça, omelê, tantã e coro de seis vozes masculinas e uma feminina. O arranjo e a direção musical eram de Pixinguinha. As primeiras tiragens do disco omitiram, por culpa da gravadora, a co-autoria dos Irmãos Valença na composição. O fato gerou uma questão judicial, com repercussão na imprensa, que acabou por fazer valer os direitos dos reclamantes.
O Teu Cabelo Não Nega (marcha / carnaval, 1932) - Lamartine Babo e Irmãos Valença
Disco 78 rpm / Título da música: O teu cabelo não nega!... / Autoria: Valença, Irmãos (Compositor) / Babo, Lamartine, 1904-1963 (Compositor) / Barbosa, Castro (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Grupo da Guarda Velha (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Victor, 21/12/1931 / Nº Álbum 33514 / Gênero musical: Marcha
E7 A
O teu cabelo não nega mulata
E7 A
Porque és mulata na cor...
E7 A
Mas como a cor não pega mulata
E7 A
Mulata eu quero o teu amor
A B7
Tens um sabor / Bem do Brasil
E7 A
Tens a alma cor de anil
A7 D B7
Mulata, mulatinha, meu amor / Fui nomeado
E7
Teu tenente interventor
ESTRIBILHO
A B7
Quem te inventou / Meu pancadão
E7 A
Teve uma consagração.....
A7 D
A lua te invejando fez careta
B7 E7
Porque mulata, tu não és deste planeta
ESTRIBILHO
A B7
Quando meu bem / Vieste à terra
E7 A
Portugal declarou guerra
A7 D
A concorrência então foi colossal
B7 E7
Vasco da Gama contra o batalhão naval
Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.