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terça-feira, 27 de setembro de 2022

João Gilberto: Você e Eu

Você e Eu (samba bossa, 1961) - Carlos Lyra e Vinícius de Moraes - Intérprete: João Gilberto

LP João Gilberto / Título da música: Você e eu / Moraes, Vinícius de Moraes (Compositor) / Lyra, Carlos (Compositor) / Gilberto, João (Intérprete) / Gravadora: Odeon, 1961 / Álbum MOFB 3202 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba


Tom: D7+
Intro: D6/9 Gm7 F7+

D7+                   Dm7
Podem me chamar e me pedir e me rogar
          D7+
E podem mesmo falar mal
        F#m5-/7          B5+/7
Ficar de mal que não faz mal
 G7+                        Gm7        C7/9
Podem preparar milhões de festas ao luar
               D7+              Ab°
Que eu não vou ir, melhor nem pedir
           G/A
Eu não vou ir, não quero ir
          D7+         Bm7
E também podem me entregar
      C#7/9+
Até sorrir, até chorar
         D7+       Bm7                      B5+/7
E podem mesmo imaginar o que melhor lhes parecer
 G7+                          C7/9
Podem espalhar que eu estou cansado de viver
             F#m7      B5+/7       E7/9
E que é uma pena para quem me conheceu
D7+    B5+/7  E7/9 A7/6 D7+
Eu sou mais você e eu

João Gilberto: Se É Tarde Me Perdoa

"Se É Tarde Me Perdoa" é a segunda música da série composta pelos parceiros Ronaldo Bôscoli e Carlinhos Lyra – a primeira foi "Lobo Bobo". Ronaldo já havia escrito o poema e desafiou seu novo parceiro a fazer a música. Lyra nunca tinha composto melodia para letra pré-elaborada, mas aceitou o desafio. Nascia ali um samba-canção romântico que iria cair no gosto de grandes cantores da MPB. O samba, nas palavras do escritor Denilson Monteiro, autor de uma detalhada da biografia de Bôscoli, é uma verdadeira "Ode a Indulgência" de um aflito amante infiel.

Carlos Lyra
Décadas depois, em 1991, durante um show em sua homenagem, um emocionado Ronaldo Bôscoli, já com sinais do câncer que iria matá-lo em 1994, mas sem perder o seu característico humor sarcástico, declarou: "A música mais parecida comigo é ‘Se É Tarde Me Perdoa’, que fiz com Carlinhos Lyra, pois eu sempre cheguei mentindo, cheguei partindo, cheguei à toa. É o meu autorretrato" (Fontes: Monteiro, Denilson (2011), A bossa do Lobo: Ronaldo Bôscoli, São paulo, Editora Leya; Dr. Zem.

Se é tarde, me perdoa (samba bossa, 1960) - Ronaldo Bôscoli e Carlos Lyra - Intérprete: João Gilberto

LP O Amor Sorriso e a Flor / Título da música: Se é tarde me perdoa / Bôscoli, Ronaldo (Compositor) / Lyra, Carlos (Compositor) / Gilberto, João (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1960 / Nº Álbum MOFB 3151 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Samba.


F7M    Bb7/9        F7M  Bb7/9
Se é tarde,        me perdoa
             F7M            A7(#5)
Mas eu não sabia que você sabia
                 Bb7M  Am7  D7(b9)
Que a vida é tão boa

     Gm7    A7(b5)       Dm7
Se é tarde,        me perdoa
              G7             
Eu cheguei partindo, eu cheguei mentindo
             C7/4(9)   C7(b9)
Eu cheguei à toa.

     F7M    Bb7/9        F7M  Bb7/9
Se é tarde,        me perdoa
           F7M               A7(#5)
Trago desencantos, de amores tantos
          Bb7M  Am7  D7(b9)
Pela madrugada

     Gm7    Bbm6         Am7   Abm7   
Se é tarde,        me perdo....a
Gm7          C7(b9)     F6
    Eu vinha só,     cansado...

Vinícius, Toquinho e Maria Creuza: Minha Namorada

Ao comporem “Minha Namorada”, pouco antes de escrever a peça “Pobre Menina Rica”, seus autores não faziam muita fé no sucesso desta canção de amor. Mas, a realidade é que a letra de “Minha Namorada” — classificada por Elis Regina como “a maior cantada da música brasileira” — é de arrasar as resistências dos mais empedernidos corações femininos: “E se mais do que minha namorada / você quer ser minha amada / minha amada, mas amada pra valer / você tem que vir comigo em meu caminho / e talvez o meu caminho seja triste pra você / (...) / e você tem que ser estrela derradeira / minha amiga e companheira / no infinito de nós dois...”

Isso é Vinícius de Moraes em momento de lirismo supremo, só alcançado em alguns poemas ou canções como “Eu Sei que Vou te Amar”. Na melodia de Carlinhos, o acorde menor de si bemol, com a sétima sobre a sílaba “mi”, em “ser mi-nha até morrer” e o arremate final às frases seqüenciais são deta lhes que situam “Minha Namorada” como um primoroso exemplo de equilíbrio na conjunção letra e música.

Maria Creuza
Uma das melhores versões desta canção é a do conjunto Os Cariocas — na ocasião, em sua formação mais duradoura, com o falecido Luís Roberto como solista. Outra boa versão é a de Maria Creuza, Vinicius e Toquinho, gravada em 72, na qual foi restaurado o recitativo original “Meu poeta, eu hoje estou contente, / todo mundo de repente ficou lindo, / ficou lindo de morrer, / eu hoje estou me rindo, / nem eu mesmo sei de quê...” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Minha namorada (bossa nova, 1965) - Carlos Lyra e Vinícius de Moraes - Interpretação: Maria Creuza, Toquinho e Vinícius de Moraes.

LP/CD Vinicius de Moraes en "La Fusa" - Con Maria Creuza y Toquinho / Título da música: Minha namorada / Carlos Lyra (Compositor) / Vinicius de Moraes (Compositor) / Vinicius de Moraes, Maria Creuza e Toquinho (Intérpretes) / Gravadora: Trova (Argentina) / Ano: 1970 / Álbum: XT 80002 / Faixa 14 / Gênero musical: Bossa Nova.

Tom: A  

A7M              Bm7       C#m7
Se você quer ser minha namorada
        F#7(b9)     Bm7(9)
Ah, que linda   namorada
     C7(9)   B7(9)
Você poderia ser
          Fº(b13)     A7M
Se quiser ser somente minha
     Bm7           C#m7        Cº(b13)    C#m7(b5)
Exatamente essa coisinha, essa coisa toda minha
       F#7(b13)       G#m7(11)
Que ninguém mais pode ser
     F#m7         F7M        A
Você tem que me fazer um juramento
      A/G         D/F#
De só ter um pensamento
       F7           E74    E7(b9)
Ser só minha até morrer
     D#m7(b5)      E/D         C#m7
E também de não perder esse jeitinho
     A7(9)  A7(b9) D7M 
De falar  devaga____rinho
         E7(#5)      C#7(13)   A7(9)
Essas histórias de você
       D#m7(b5)   E/D         C#7(13)  C#7(b13)
E de repente me fazer muito carinho
     C#m7  F#7(b9)     B7(9)
E chorar   bem   de mansinho
       Bb7M          E74    E7(#5)
Sem ninguém saber porque
A7M                Bm7       C#m7 
E   se mais do que minha namorada
     F#7(b9)            Bm7(9)
Você quer    ser minha amada
       C7(9)      B7(9)      Fº(b13)
Minha amada, mas amada pra valer
        A7M        Bm7         C#m7
Aquela amada pelo amor predestinada
      Cº(b13)       C#m7(b5)
Sem a qual a vida é nada
      F#7(b13)        G#m7(11)  G7(#11)
Sem a qual se quer morrer
     F#m7          F7M           A
Você tem que vir comigo em meu caminho
     A/G         D/F#
E talvez o meu caminho
     F7           E74   E7(b9)
Seja triste pra você
        D#m7(b5)             E/D             C#m7
Os seus o_______lhos tem que ser só dos meus o____lhos
        A7(9)  A7(b9)  D7M        E7(#5)      C#7(13)  A7(9)
Os seus braços o   meu ninho no silêncio de depois
       B#m7(b5)        E/D        C#7(13)  C#7(b13)
E você tem que ser a estrela derradei______ra
       C#m7  F#7(b9)    B7(9)
Minha amiga  e     companheira
       Bb7M        A7M 
No infinito de nós dois

Nara Leão: Marcha de Quarta-Feira de Cinzas

Composta antes de 1964, a “Marcha da Quarta-Feira de Cinzas” é assim uma espécie de protesto premonitório contra a realidade imposta pela ditadura militar. Pertence àquela fase inicial do CPC em que Carlos Lyra, como já foi dito, incorpora à sua obra uma temática político-nacionalista, tendo sido feita no mesmo dia em que ele e Vinícius haviam concluído o “Hino da UNE” (“De pé a jovem guarda / a classe estudantil / sempre na vanguarda / trabalha pelo Brasil...”).

Mas, com sua mensagem disfarçada no lirismo melancólico de uma marcha-rancho, a composição pode ser considerada um belo exemplar do gênero música de protesto: “Acabou nosso carnaval / ninguém ouve cantar canções / ninguém passa mais brincando feliz / e nos corações / saudades e cinzas foi o que restou...” A passagem com o acorde de sétima maior de dó antecedendo a frase “e no entanto é preciso cantar”, após a pungente primeira parte, cria um momento mágico, na medida em que envolve a platéia inteira e a faz cantar suavemente embalada por um simples violão.

Um clássico de seu tempo, a “Marcha da Quarta-Feira de Cinzas” é uma daquelas raras canções capazes de encerrar com elevada dose de emoção um espetáculo musical. Embora consagrada pela voz de Nara Leão, teve sua gravação inicial por Jorge Goulart em fevereiro de 63 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Marcha de Quarta-feira de Cinzas (marcha-rancho, 1963) - Carlos Lyra e Vinícius de Moraes - Interpretação: Nara Leão.

LP Nara / Título da música: Marcha da Quarta-Feira de Cinzas / Carlos Lyra (Compositor) / Vinícius de Moraes (Compositor) / Nara Leão (Intérprete) / Gravadora: Elenco / Ano: 1964 / Álbum: ME-10 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Marcha-rancho.

INTROD: Gm  D#5-/6  D7  Gm  D#5-/6  D7  

Gm7            D#5-/6  D7
Acabou nosso carnaval 
        Gm7          D#5-/6   
Ninguém ouve cantar canções
  D7          Bm7             Bm5-/7
Ninguém passa mais brincando feliz
E7       A7/13
E nos corações 
           Am7(b5) D7(b9)         Gm7  Am4/7 D7(#9)
Saudades e cinzas  foi   o que restou

      Gm7           D#5-/6
Pelas ruas o que se vê
 D7     Gm7             D#5-/6
É uma gente que nem se vê
 D7          Bm7                Bm5-/7
Que nem se sorri, se beija e se abraça
 E7      A7/13
E sai caminhando
              Am7(b5) D7(b9)       Gm7  Dm7 G#°(b13)
Dançando e cantando   cantigas de amor

C7M                   Cm6
    E no entanto é preciso cantar
G/B                   A7        Em7
    Mais que nunca é preciso cantar
A7/13      A7(#5)      A7                Am7(b5)  D#5-/6   D7
      É preci....so cantar e alegrar a cida.......de

      Gm7              D#5-/6
A tristeza que a gente tem
         Gm7           D#5-/6
Qualquer dia vai se acabar
  D7       Bm7                Bm5-/7
Todos vão sorrir, voltou a esperança
 E7            A7/13
É o povo que dança
            Am7(b5)  D7(b9)      Gm7  Dm7 G#°(b13)
Contente da vida,    feliz  a cantar

C7M                   Cm6
    Porque são tantas coisas azuis
G/B                     Em7
    E há tão grandes promessas de luz
A7/13       A7(#5)      A7
      Tanto amor  para amar
                  Am7(b5)  D7
De que agente nem sa.......be

        Gm7           D#5-/6 D7  
Quem me dera viver pra ver
      Gm7             D#5-/6
E brincar outros carnavais
 D7          Bm7          Bm5-/7
Com a beleza dos velhos carnavais
       E7        A7/13
Que marchas tão lindas
            Am7(b5)     D7(b9)    Gm7
E o povo cantando   seu canto  de paz
Am7(b5)     D7(b9)   Gm7
        Seu canto de paz

João Gilberto: Lobo Bobo

Quase uma vinheta, ocupando pouco mais de um minuto do lado A do elepê Chega de saudade, “Lobo bobo” foi uma das primeiras composições da dupla Carlos Lyra-Ronaldo Bôscoli. Feita meio de brincadeira, a partir do tema de “O Gordo e o Magro” (Stan Laurel & Oliver Hardy), funciona como uma espécie de versão musical alegre, espirituosa e temperada por uma boa dose de malícia, da fábula “Chapeuzinho Vermelho”: “Era uma vez um lobo mau / que resolveu jantar alguém / estava sem vintém / mas arriscou / e logo se estrepou...”.

Inusitada para a época, esta letra causou reações negativas como as de Sérgio Porto e Lúcio Rangel (“é um samba armado em burrice”) ou positivas como a de Ary Barroso, que achava “inteligentes” as letras da bossa nova. Já a censura implicou com a utilização do verbo “comer” no segundo verso (“que resolveu comer alguém”), obrigando os autores a trocá-lo por “jantar”.

Carlos Lyra - 1960
Na verdade, “Lobo Bobo” seria uma auto-zombaria de Ronaldo Bôscoli, sendo “o lobo” ele próprio e “Chapeuzinho” Nara Leão, sua namorada na época. Mas quem gostou mesmo do sambinha foram os cantores João Gilberto e Sylvia Telles, que o gravaram quase simultaneamente, seguidos de perto pela então novata Alaíde Costa. (A Canção no Tempo - Vol.2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34).

Lobo bobo (samba bossa, 1959) - Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli - Intérprete: João Gilberto

LP Chega de Saudade / Título da música: Lobo bobo / Lyra, Carlos (Compositor) / Bôscoli, Ronaldo (Compositor) / João Gilberto (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1959 / Nº Álbum MOFB 3073 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba.

E7+             Fº
Era uma vez um lobo mau 
        F#m7     B6/7
Que resolveu jantar alguém 
F#m7        B6/7           E7
Estava sem vintém , mas arriscou 
   Fº F#7/9    B5+/7
E logo se estrepou
   E7+             Fº
Um Chapeuzinho de maiô 
F#m7            B6/7
Ouviu buzina e não parou 
    F#m7        B7     Bm5-/7       C#5+/7
Mas Lobo Mau insiste e faz cara de triste 
       F#m7       Gº         Em7       C#5+/7
Mas Chapeuzinho ouviu os conselhos da vovó 
 F#m7              B7           Am3b         E6/9
Dizer que não pra lobo, que com lobo não sai só 
Bm7 E7/9 A7+ A6 Bm7 E7/9   A7+      A6
Lobo canta, pede, promete tudo até amor 
          C#m6b D#7 G#m7   C#m7       F#7/9     A/B  B7/9-
E diz que fraco de lobo é ver um Chapeuzinho de maiô 
        E7+        Fº
Mas Chapeuzinho percebeu 
    F#m7           B6/7
Que Lobo Mau se derreteu 
     F#m7         B7         Bm5-/7       C#5+/7
Pra ver você que lobo também faz papel de bobo 
    F#m7        Gº      G#m7            C#5+/7
Só posso lhes dizer, Chapeuzinho agora traz 
    F#m7      B7            Am3b        E6/9
Um lobo na coleira que não janta nunca mais 

Lobo bobo, uuuuh!

Carlos Lyra: Influência do Jazz

Em setembro de 1961, Carlos Lyra fundou, juntamente com Oduvaldo Viana Filho, Ferreira Gullar e outros companheiros, o CPC (Centro Popular de Cultura) da União Nacional dos Estudantes. Na ocasião, o compositor começava a considerar a bossa nova apenas uma forma musical moderninha de repetir as mesmas coisas românticas de sempre.

Isso refletiu-se em sua produção que, sem afastar-se de todo do romantismo, passou a tomar contornos nacionalistas, a partir de composições como “Mister Golden”, “Canção do Subdesenvolvido” e este surpreendente “Influência do Jazz”, que questionava tendências observadas em sambas da época (“Pobre samba meu / foi se misturando, se modernizando / e se perdeu...”). Bem sincopado, o samba mesclava tradição e modernidade, lembrando sua melodia, propositalmente, canções americanas como “Indian Love Call”, da opereta “Rose-Marie” e “You Were Meant for Me”, do filme “Cantando na Chuva”.

“Influência do Jazz” foi lançado pelo Tamba Trio (Luís Eça, Hélcio Milito e Bebeto) num programa de Zé Trindade, transmitido aos domingos pela TV Rio. O motivo da presença do Tamba no programa cômico era que seus componentes estavam iniciando carreira e o pessoal da televisão arranjara aquela brecha no horário nobre para apresentá-los, embora o conjunto e a música nada tivessem a ver com o humor do Zé. Em seguida, “Influência do Jazz” tornou se sucesso, sendo até executado duas vezes no famoso show de bossa nova no Carnegie Hall, por Lira e o Quarteto de Oscar Castro Neves (A Canção no Tempo - Vol. 2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34).

Influência do Jazz (samba, 1962) - Carlos Lyra

LP Depois do Carnaval - O Sambalanço de Carlos Lyra / Título da música: Influência do jazz / Carlos Lyra (Compositor) / Carlos Lyra (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1962 / Álbum: P 630.492 L / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba.


Em7   A7(b9) D7M  B7(b9)
Pobre samba  meu
            Em7             A7/9           D7M  D6/9
Foi se misturando se modernizando, e se perdeu
        Am7                 D7(b9)
E o rebolado cadê?, não tem mais
              G#m7(b5)               Gm6
Cadê o tal gingado    que mexe com a gente
                D6/F#   F°       Em7
Coitado do meu samba  mudou de repente 
     A7/13    D6/9    B7(b9)
Influência do jazz

Em7      A7(b9)     D7M    B7(b9)
   Quase que      morreu
           Em7                  A7/9            D7M
E acaba morrendo, está quase morrendo, não percebeu
D6/9               Am7                  D7(b9)
     Que o samba balança de um lado pro outro
             G#m7(b5)                Gm6
O jazz é diferente,   pra frente pra trás
               D6/F#   F°       Em7
E o samba meio morto ficou meio torto 
     A7/13    D6/9
Influência do jazz

G#m7/11  G7(#11)    F#m7   B7/9  F#m7      B7/9
                 No afro-cubano, vai complicando
F#m7     B7/9  F#m7  B7/9
Vai pelo cano, vai
G#m7     C#7/9  G#m7       C#7/9
Vai entortando, vai sem descanso
F#m7  Fm7   Em7         A7(b9)
Vai,  sai,  cai... no balanço!

Em7   A7(b9) D7M  B7(b9)
Pobre samba  meu
             Em7            A7/9          D7M  D6/9
Volta lá pro morro e pede socorro onde nasceu
               Am7               D7(b9)
Pra não ser um samba com notas demais
                 G#m7(b5)               Gm6
Não ser um samba torto   pra frente pra trás
                  D6/F#       F°       Em7 
Vai ter que se virar    pra poder se livrar
        A7/13    D6/9
Da influência do jazz

Rosana Toledo: Canção que Morre no Ar


Canção Que Morre No Ar (1960) - Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli - Intérprete: Rosana Toledo

LP A Voz Acariciante De Rosana / Título da música: Canção Que Morre No Ar / Carlos Lyra (Compositor) / Ronaldo Bôscoli (Compositor) / Rosana Toledo (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1960 / Nº Álbum: MOFB 3158 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Samba-canção.


Intr.:( D6 Em7 A7(b9) D6 Bm7 Fm7 
        Bb7/13 Eb7M Cm7 Bbm7 Eb7(b9) 
        Ab7/13 Ab7(b13) Abm7 Db7(b9) )

F#7M      F#6  Em7
Brinca no ar
   A7(b9)      D7M  F#m7/C# Bm7 A G#m7
Um resto de canção
   C#7(b9)      F#7M  F#6 Em7
Um rosto  tão sereno
    A7(b9)       D7M  Bm7 G#m7 C#7(b9)
Tão quieto de paixão

F#7M     F#6  Em7
Morre no ar
  A7(b9)        D7M   F#m7/C# Bm7 A G#m7
O sempre mesmo adeus
     C#7(b9)         F#7M   F#6
Meus olhos  são teus olhos

     G#m7 E7  A6  F#m7 Cm7
Para nós,     vem
   F7/13         Bb7M    Bb6
Um mundo sempre amor
                Gm   Gm(7M) Gm7
O pranto que desliza
   C7/4(9)        F7M  F6
No seio    de uma flor
      Em7   A7      D7M  F#m7/C# Bm7
Terra-luz,     anjo só
A     C#m7   F#7(b13)      Bm7   E7
Mil carícias          você tras
      Em7    A7/4(9)       D7M
Beijo manso,         luz e paz

Gal Costa: Você Não Entende Nada

Mais uma da safra "Caetano arredio". O personagem, irritado, não aguenta mais ficar onde está. "Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento / Você está tão curtida / Eu quero tocar fogo neste apartamento / Você não acredita". Cita artigos de consumo como coca-cola e suíta (adoçante artificial). Ele a convida a fugir: "Tem que saber que eu quero é correr mundo, correr perigo / Eu quero é ir-me embora / Eu quero dar o fora / E quero que você venha comigo". Também critica o cotidiano repetitivo (ou não, se considerado o jogo de palavras): "Bota a sobremesa, eu como / Eu como, eu como, eu como, eu como / Você".

Gal Costa, na verdade, foi mesmo a criadora deste samba, que certamente Caetano Veloso mandou pra ela de Londres, onde estava exilado. Só depois é que teve aquele famoso registro ao vivo do próprio Caetano com Chico Buarque, aproveitando o "todo dia" da música "Cotidiano", interpretada por Chico logo em seguida. Daniela Mercury reviveu a composição em 1993, no seu segundo álbum, "O canto da cidade".

Você Não Entende Nada (1972) - Caetano Veloso - Intérprete: Gal Costa

Compacto duplo (7") Gal / Título da música: Você Não Entende Nada / Caetano Veloso (Compositor) / Gal Costa (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1971 / Nº Álbum: 6245 004 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Samba / MPB.


Intro: E A E A

 E                  A        C#m    B
Quando eu chego em casa nada me consola
E           A       E   A
Você está sempre aflita
E           A             C#m   F#m  B7
Lágrimas nos olhos, de cortar cebola
E       A      E  E7
Você é tão bonita 

A                 D       E
Você traz a coca-cola eu tomo
                    A        D
Você bota a mesa, eu como, eu como
  G#m      C#7       F#m
Eu como, eu como, eu como
C7 B7      E
Você não está entendendo
A         C#m        F#m  B7.5+
Quase nada do que eu digo
E         A      C#m
Eu quero ir-me embora
          F#m B7 E E7
Eu quero é dar o fora

    A          B7        E   E7
E quero que você venha comigo
  A          B7        E   B7
E quero que você venha comigo

 E                A            C#m       F#m   B7.5+
Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
E         A       C#m  F#m  B7.5+
Você está tão curtida
   E            A          C#m  F#m  B7.5+
Eu quero tocar fogo neste apartamento
E         A    E   E7
Você não acredita

A                   D       E
Traz meu café com suita eu tomo
          E7        A        D
Bota a sobremesa eu como, eu como
G#m         C#7      F#m
Eu como, eu como, eu como
 B7.5+                    A             C#m
Você tem que saber que eu quero correr mundo
       F#m   B7.5+
Correr perigo
E          A        C#m
Eu quero é ir-me embora
        F#m  B7 E E7
Eu quero dar o fora

   A          B7         E    E7
E quero que você venha comigo
 A          B7         E    E7
E quero que você venha comigo
 A          B7         E    E7
E quero que você venha comigo
 A          B7         E    E7
E quero que você venha comigo
 A          B7         E    E7
E quero que você venha comigo


Fontes: Itatiaia; Samuel Machado Filho - Youtube.

Caetano Veloso: Você é Linda

“É o disco que mais gosto.(...) Adoro a canção ‘Uns’, adoro ‘Peter Gast’. E é a melhor capa: eu, Rodrigo e Roberto, meus dois irmãos.” Assim, Caetano comenta o seu elepê Uns, em entrevista ao Jornal do Brasil, em janeiro de 91.

Realmente, este álbum, lançado em 83, é um dos melhores e mais diversificados de sua discografia. Além das citadas “Uns” e “Peter Gast”, de feição concretista, tem o roquinho “Eclipse Oculto”, superior a muita coisa que foi feita nessa área e composições de sabor popular como “Você É Linda”, uma ode apaixonada bem ao estilo de Vinícius de Moraes. Aliás, não por acaso, Caetano inclui no disco uma dessas canções em que o poeta se desmancha em elogios à musa.

Faixa de maior sucesso no álbum, “Você É Linda” é consequência de uma episódio acontecido num show que o autor realizou em Salvador. Quando estava cantando “Lua e Estrela”, ele notou uma linda loura à beira do palco, fazendo sinais. No verso “quem é você, qual o seu nome?”, cantado em sua direção, ela respondeu para a sua maior surpresa: “Cristina.” E no seguinte, “conta pra mim, diz como eu te encontro”, ela completou: “Ondina”, justamente o bairro onde ele morava.
Caetano Veloso e Cristina Mandarino - Foto: Thereza Eugênia
Dias depois, Caetano viu a moça do outro lado da rua, chamando-a de longe. Ela atendeu, aproximou-se e rapidamente se afastou, sem olhar para trás. Finalmente, no dia seguinte Cristina veio vê-lo e Caetano, fascinado, compôs; “Fonte de mel / nuns olhos de gueixa / (...) / esta canção é só pra dizer / e diz / você é linda / mais que demais / você é linda, sim...”

Embora um tanto adocicada, “Você É Linda” é uma bela canção, admirada até no exterior, tendo sido gravada pelo guitarrista Lee Ritenour e o gaitista Toots Thielemans. Roberto e Erasmo Carlos têm uma canção homônima, também de sucesso (“Você veio sorrindo / não sei bem de onde...”), lançada em 1972 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Você é Linda (1983) - Caetano Veloso - Intérprete: Caetano Veloso

LP Uns / Título da música: Você É Linda / Caetano Veloso (Compositor) / Caetano Veloso (Intérprete) / Gravadora: Polygram / Ano: 1983 / Nº Álbum: 812 747-18 / Lado B / Faixa 1.


Tom: A  

(intro) A7M

 F#m7            C#m7
Fonte de mel nos olhos de gueixa
D7M       G#m7 G#º C#7(9-)
 Kabuki, máscara
  D7M(9)                 D#m7(5-)  G#7
Choque entre o azul e o cacho de acácias
 C#m7     F#7    Bm7    E7
Luz das acácias você é mãe do sol
F#m7           C#m7
A sua coisa é toda tão certa
D7M        G#m7 G#º C#7(9-)
 Beleza esperta
 D7M(9)          D#m7(5-) G#7
Você me deixa a rua    deserta
  C#m7      F#7  Bm7      E7
Quando atravessa e não olha pra trás

(refrão)

A7M       C#m7
 Linda e sabe viver
D7M             Bm7
 Você me faz feliz
Dm7            G7
Esta canção é só pra dizer
   A7M
E diz
              C#m7
Você é linda mais que demais
D7M            Bm7
 Você é linda sim
Dm7              G7
Onda do mar do amor
              A7M
Que bateu em mim

(repete intro)

 F#m7         C#m7
Você é forte dentes e músculos
D7M        G#m7 G#º C#7(9-)
 Peitos e lábios
D7M(9)        D#m7(5-) G#7
Você é forte letras e músicas
 C#m7     F#7
Todas as músicas
  Bm7      E7
Que ainda hei de ouvir
 F#m7       C#m7
No Abaeté areias e estrelas
D7M            G#m7 G#º C#7(9-)
 Não são mais belas
 D7M(9)         D#m7(5-)   G#7
Do que você mulher das estrelas
 C#m7       F#7
Mina de estrelas
 Bm7        E7
Diga o que você quer

(refrão)
A7M              C#m7
 Você é linda e sabe viver
D7M             Bm7
 Você me faz feliz
Dm7            G7
Esta canção é só pra dizer
   A7M
E diz
              C#m7
Você é linda mais que demais
D7M            Bm7
 Você é linda sim
Dm7              G7
Onda do mar do amor
              A7M
Que bateu em mim

 F#m7           C#m7
Gosto de ver você no seu ritmo
D7M       G#m7 G#º C#7(9-)
 Dona do carnaval
 D7M(9)          D#m7(5-)  G#7
Gosto de ter sentir seu estilo
C#m7      F#7
Ir no seu íntimo
 Bm7      E7
Nunca me faça mal

(refrão)
 A7M          C#m7
Você é linda mais que demais
 D7M          Bm7
Você é linda sim
Dm7              G7
Onda do mar do amor que bateu
    A7M
Em mim
                C#m7
Você é linda e sabe viver
D7M             Bm7
 Você me faz feliz
Dm7            G7             A7M
Esta canção é só pra dizer e diz

Lúcio Alves: Valsa de Uma Cidade

Esta canção é uma crônica de amor ao Rio de Janeiro. Realmente, seus versos iniciais com um enfoque descritivo - "Vento do mar no meu rosto / e o sol a queimar, queimar / calçada cheia de gente / a passar e a me ver passar" - têm a marca inconfundível do grande cronista que foi Antônio Maria, autor da letra, e bem poderiam servir de abertura a uma de suas crônicas.

Abrem, porém, uma das mais belas canções, entre tantas, que louvam o Rio de Janeiro, uma canção em ritmo de valsa, ao contrário da maioria que canta a cidade em ritmo de samba. Em tempo: nenhum dos autores de "Valsa de Uma Cidade" era carioca, sendo Antônio Maria pernambucano e Ismael Neto paraense.

Antônio Maria
Valsa de uma cidade (valsa, 1954) - Ismael Neto e Antônio Maria - Intérprete: Lúcio Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Valsa de uma cidade / Maria, Antônio (Compositor) / Ismael Neto (Compositor) / Alves, Lúcio, 1927-1993 (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1954 / Nº Álbum 16995 / Gênero musical: Valsa.


Introd.: C7M  Am   Dm7   G7/-9/13

C7M        Am7            Dm
Vento do mar no meu rosto
       G7         C7M    A7    Dm7   G7
E o sol a queimar,     queimar
C7M        Am7     Dm7        G7
Calçada cheia de gente a passar
           C7M Am7 Gbm7   B7
E a me ver      passar

 E    Dbm7    Gbm7  B7 E Dbm7   Gbm7 B7
Rio    de    Janeiro    gosto    de   você
  E      Dbm7          Gbm7  B7       E7
Gosto  de     quem  gosta  deste   céu
          A7               Dm7     G7   
Deste mar,  desta  gente  feliz

C7M           Am7        Dm7
Bem que eu quis escrever
         G7           C7M    A7    Dm7  G7
Um poema de amor     e  o  amor
          Cm7    Ab7           G7
Estava  em  tudo  o  que   vi
Ab7M       Fm             Dm7    G7
Em tudo  quanto eu amei
C        Am              F7M
E no poema que eu fiz
              Dm             D7   G7   C   Am7 F7M
Tinha alguém mais feliz   que  eu

G7          C  Am7 F7M   G7               C  Am7 F7M
O meu amor                   que não me quis
 G7         C  Am7 F7M  G7               Ab7M Fm C7M/9
O meu amor                 que não  me  quis


A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34

Tom, Miúcha e Chico: Vai Levando

Tom Jobim, Miúcha, Vinícius de Moraes e Toquinho - 1977
“Vai Levando” foi feita para o show “Chico & Bethânia no Canecão”, em 1975. Traz a irreverência eterna de Caetano Veloso, mesclada com a poesia social de Chico Buarque. É cantada em três vozes, a de Tom Jobim, a de Miúcha e a de Chico Buarque. A letra fala da fama, da roda viva da vida, da pílula, das suas convulsões numa época de claustrofóbica ditadura e mudança de costumes, afinal 1977 trouxe após anos de luta contra os desgastados preconceitos morais e religiosos, a aprovação da lei do divórcio.

É o existencialismo explícito, onde desfilam palavras do cotidiano midiático, como ‘Ibope’, ou marca de cerveja como ‘Brahma’. O disco mal tinha saído do forno e a canção tornou-se tema de abertura da novela global “Espelho Mágico” , um grande avanço na emissora de Roberto Marinho, que havia excluído Chico Buarque da sua programação desde a época dos festivais de canções, tendo-o como presença não grata: “Mesmo com o nada feito, / com a sala escura / com o nó no peito, / com a cara dura / a gente não tem cura / mesmo com o todavia, / com todo dia, / com todo ia, / todo não ia, / a gente vai levando / a gente vai levando...”

Em 1977 a música brasileira assistiu ao encontro histórico de Tom Jobim e Miúcha, registrado no álbum “Miúcha & Antonio Carlos Jobim”, desde então um clássico da MPB. A voz afinada e tranquila de Miúcha encontrou suporte decisivo no universo do maestro soberano, num disco em que ele abre mão da Bossa Nova jazzística, conforme era acusado na época, optando pela brasilidade genuína do som romântico e universal da sua obra.

Vai Levando (1975) - Chico Buarque e Caetano Veloso - Intérpretes: Tom Jobim e Miúcha - Participação: Chico Buarque.

LP Miúcha & Antônio Carlos Jobim / Título da música: Vai Levando / Chico Buarque (Compositor) / Caetano Veloso (Compositor) / Tom Jobim (Intérprete) / Miúcha (Intérprete) / Chico Buarque (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1977 / Nº Álbum: 103.0213 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical:


Tom: G7+
Intro: D7/9

G7+               Bbm7     D#7/9    Bm7
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma
      E7/9  Am4/7    G#7/5-  G7+
Com toda a cama, com toda a lama
A7/6 A7/5+ D7/9 G7+         Bm7 A#7 Am7
A gente vai levando, a gente vai levando,
        D7/9  Bm7
a gente vai levando
  E7/9   Am7   D7/9        G7+
A gente vai levando essa chama
                 Bbm7     D#7/9    Bm7
Mesmo com todo o emblema, todo o problema
  E7/9  Am4/7    G#7/5-  G7+
Todo o sistema, todo Ipanema
A7/6 A7/5+ D7/9 G7+         Bm7 A#7 Am7
A gente vai levando, a gente vai levando, 
         D7/9  Bm7
a gente vai levando
  E7/9   Am7   D7/9       G7+
A gente vai levando essa gema
                 Bbm7     D#7/9    Bm7
Mesmo com o nada feito, com a sala escura
      E7/9   Am4/7    D7/9      G7+
Com um nó no peito, com a cara dura
              Bm7          Am7  D7/9 G7+
Não tem mais jeito, a gente não tem cura
              Bbm7   D#7/9    Bm7
Mesmo com o todavia, com todo dia
  E7/9  Am4/7 G#7/5- G7+
Com todo ia, todo não ia
A7/6 A7/5+ D7/9 G7+         Bm7 A#7 Am7
A gente vai levando, a gente vai levando, 
        D7/9  Bm7
a gente vai levando
  E7/9   Am7   D7/9       G7+
A gente vai levando essa guia
           Bbm7       D#7/9   Bm7
Mesmo com todo rock, com todo pop
      E7/9  Am4/7    G#7/5-  G7+
Com todo estoque, com todo Ibope
A7/6 A7/5+ D7/9 G7+         Bm7 A#7 Am7
A gente vai levando, a gente vai levando, 
        D7/9  Bm7
a gente vai levando
  E7/9   Am7   D7/9       G7+
A gente vai levando esse toque
              Bbm7     D#7/9   Bm7
Mesmo com toda sanha, toda façanha
    E7/9 Am4/7  G#7/5-  G7+
Toda picanha, toda campanha
A7/6 A7/5+ D7/9 G7+         Bm7 A#7 Am7
A gente vai levando, a gente vai levando, 
        D7/9  Bm7
a gente vai levando
  E7/9   Am7   D7/9       G7+
A gente vai levando essa manha
                 Bbm7     D#7/9    Bm7
Mesmo com toda estima, com toda esgrima
     E7/9  Am4/7    G#7/5-  G7+
Com todo clima, com tudo em cima
A7/6 A7/5+ D7/9 G7+         Bm7 A#7 Am7
A gente vai levando, a gente vai levando,
       D7/9  Bm7
a gente vai levando
  E7/9   Am7   D7/9       G7+
A gente vai levando essa rima
                 Bbm7     D#7/9    Bm7
Mesmo com toda cédula, com toda célula
     E7/9  Am4/7    G#7/5-  G7+
Com toda súmula, com toda sílaba
A7/6 A7/5+ D7/9 G7+         Bm7 A#7 Am7
A gente vai levando, a gente vai tocando, 
        D7/9  Bm7
a gente vai tomando
  E7/9   Am7   D7/9       G7+
A gente vai dourando essa pílula