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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Maria Bethânia: Ciclo

Álbum que surgiu na “contramão” do som eletrônico dos anos de 1980: No início dos anos de 1980 muitos artistas internacionais e até mesmo nacionais precisaram praticamente se reciclar para se manter no topo das paradas musicais, principalmente no quesito “sonoridade”, já que as batidas eletrônicas eram o “modismo” da época. Nomes de destaque da música, como, David Bowie, Queen, Peter Gabriel, Genesis, América e até mesmo alguns “brazucas” tiveram que mudar os conceitos. Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso, Djavan e outros nomes também se adequaram a nova sonoridade que se propagava com Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Blitz, Kid Abelha, Lulu Santos e outros. Todavia, Maria Bethânia, uma das destacáveis artistas da MPB nadando contra a corrente e na contramão dos modismos lançou “Ciclo” em 1983. O álbum que traz grandes clássicos da música, foi o “primeiro registro de um acústico no país” e mesmo não estando nos moldes da época, vendeu 400 mil cópias e ganhou um disco de platina. Além disso, se tornou uma das obras preferidas da própria cantora.

Na canção que intitula o álbum, Maria Bethânia mais uma vez transpõe todo a sua interpretação na música de “Caetano Veloso e Nestor De Oliveira”. “Passa o tempo e a vida passa. E eu, de alma ingênua, acredito. No sonho doce infinito. Plenitude, enlevo e graça. Que sem tortura ou revolta. Estou cantando ao luar. Vamos dar a meia-volta. Volta e meia vamos dar. Depois a estrada poeirenta. Os pés sangrando em pedrouços. E apaziguando alvoroços. A alma intranquila e sedenta. Murchessem todas as flores. A correnteza das horas. As trevas sobre as auroras. Os derradeiros amores” (Fonte: Cultura BH)

Ciclo (1983) - Caetano Veloso - Intérprete: Maria Bethânia

LP Ciclo / Título da música: Ciclo / Caetano Veloso (Compositor) / Nestor de Oliveira (Compositor) / Maria Bethânia (Intérprete) / Gravadora: Polygram / Ano: 1983 / Nº Álbum: 814 855-1 / Lado B / Faixa 1.


Em7                    F#m5-/7
Passa o tempo e a vida passa, 
                           Em
  e eu de alma ingênua acredito
     Am7           Em7      F#m5-/7    B7       Em
Num sonho doce, infinito, plenitude, enlevo e graça
     D7   D/C         G/B    D7      D/C      G/B
Que sem tortura ou revolta estou cantando ao luar
      F#m5-/7 B7   Em       F#m5-/7    B7   Em  Ebm7
Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar
                    Fm5-/7     Bb7                Ebm7
Depois a estrada poeirenta, os pés sangrando em pedrouços
  Abm7            Ebm      Fm5-/7   Bb7        Ebm7
E apaziguando alvoroços a alma intranquila e sedenta
   Db7                Gb7+      Db7             Gb7+
Murchessem todas as flores e a correnteza das horas
    Fm5-/7 Bb7        Ebm7        m5-/7  Bb7   Ebm7
As trevas sobre as auroras, e os derradeiros amores
                   Fm5-/7       Bb7              Ebm7
Recordo o passado inteiro e as voltas que o mundo dá
      Abm7         Ebm7     Fm5-/7  Bb7  Ebm7
Meu limão, meu limoeiro, meu pé de jacarandá
    Db7              Gb7+       Db7             Gb7+
E aquele ao léu do destino que inspirou tanto louvor
 Fm5-/7   Bb7  Ebm7  Fm5-/7         Ebm7
Cajueiro pequenino carregadinho de flor
                        Fm5-/7       Bb7      Ebm7
Passa o tempo e eu fico mudo, ontem ainda a ciranda
    Abm7              Ebm7   Fm5-/7   Bb7    Ebm7
Vida à toa, a trova branda agora envolvendo tudo
  Db7                Gb7+    Db7               Gb7+
O vale nativo, os combros, várzea, montanha, leveza
Fm5-/7 Bb7         Ebm7    Fm5-/7    Bb7      Ebm7  Em7
Essa poeira de escombros de que se nutre a tristeza
                  F#m5-/7      B7            Em7
Velho, recordo o menino, que resta de mim, sei lá
  Am7       Em7       F#m5-/7     Em
Cajueiro pequenino, meu pé de jacarandá

Elizeth Cardoso: Canção de Amor

A entrada da editora Todamérica no mercado fonográfico ensejou o aproveitamento de vários artistas, sem oportunidade em outras gravadoras. Entre estes estava Elizeth Cardoso (foto), que despontou para o estrelato logo em seu primeiro disco na empresa, com o samba "Canção de Amor".

Possuidora de um belo timbre de voz e de um estilo personalíssimo de cantar, Elizeth soube valorizar muito bem a melodia deste samba, considerada avançada na época. Aliás, era uma característica de seu autor, o comediante Chocolate, a predileção por melodias sofisticadas.

Mais conhecida pelo verso inicial - "Saudade, torrente de paixão" -, "Canção de Amor" foi lançada em outubro de 50, alcançando as paradas de sucesso em abril do ano seguinte, nelas permanecendo por quatro meses.

Canção de amor (samba-canção, 1951) - Elano Paulo e Chocolate

Disco 78 rpm / Título da música: Canção de amor / Autoria: Chocolate (Compositor) / De Paula, Elano (Compositor) / Cardoso, Elizeth (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Todamérica, 1950 / Nº Álbum 5010 / Gênero musical: Samba canção

A7M      Bbº         Ab7
Saudade, torrente de paixão 
             A7M
Emoção diferente
        F#7             Bm7
Que aniquila a vida da gente
      E7                        A7M C#m7 Cm7 Bm7 E7
Uma dor que eu não sei de onde vem

   A7M         Bbº       Ab7
Deixaste o meu coração vazio
               A7M
Deixaste a saudade
         F#7             Bm7
Ao desprezares aquela amizade
       E7                   C#m7   F#7
Que nasceu ao chamar-te meu bem

      Bm7           Dm7
Nas cinzas do meu sonho
    C#m7          Cm7    Bm7
Um hino então compo.....nho
                 E7
Sofrendo a desilusão
          Em7    F#7
Que me inva.....de
    Bm7     Dm7   E7    A7M   E7/5+
Canção de amor,     saudade


   A7M      Bbº         Ab7
Saudade, torrente de paixão....(até)

    Bm7    Dm7    E7    A7M
Canção de amor,     saudade
    A9
Saudade


Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Volume 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Caetano Veloso: Cajuína

Por trás da música “Cajuína” existiu uma história comovedora e que serviu de inspiração para o seu autor, o tropicalista Caetano Veloso. O Baiano contou, durante uma apresentação de um programa de televisão, que o argumento da letra foi inspirado em um encontro com o pai do compositor, poeta, escritor e jornalista Torquato Neto, autor de várias músicas, dentre elas, o clássico “Pra dizer adeus”, em parceria com Edu Lobo.

Caetano contou que, em 1972, ano da morte de Torquato (na foto é o primeiro, seguido de Caetano e Capinan) – O poeta suicidou-se com apenas 28 anos de idade – não havia chorado. Anos depois, em uma turnê em Teresina, recebeu uma visita do pai de Torquato. Visitou a casa do senhor e diante daquele cenário de lembranças, confessou que chorou muito, sendo consolado com afagos no cabelo pelo pai do seu parceiro. Em certo momento, tomou uma Cajuína oferecida e, logo depois, recebeu uma rosa colhida do jardim da casa pelo próprio pai do letrista falecido. Estavam sós na casa, Caetano contou que quase não se falaram, mas o olhar dizia tudo. Aquele momento o marcou.

Pouco tempo depois, sua genialidade o inspirou a compor "Cajuína", um grande sucesso do cantor (Fonte: Dr. Zem).

Cajuína - Caetano Veloso - Intérprete: Caetano Veloso

LP Cinema Transcendental / Título da música: Cajuína / Caetano Veloso (Compositor) / Caetano Veloso (Intérprete) / Gravadora: Philips / Ano: 1979 / Nº Álbum: 6349 436 / Lado B / Faixa 3.


     Cm                          Fm
Existirmos a que será que se destina
            G7                       Cm
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
              C7                           Fm
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
        Bb                          Eb
De um menino infeliz não se nos ilumina
           G#7                      G7
Tão pouco turva-se a lágrima nordestina
                                 Cm
E apenas a matéria vida era tão fina
            C7                  Fm
E éramos olharmo-nos intacta retina
       G7                     Cm 
Da cajuína cristalina em Teresina

SOLO: Cm Fm G7 Cm C7 Fm Bb Eb G#7 G7 Cm C7 Fm G7 Cm 

Festa da Penha: A grande agregadora de sambistas

Foto: A Festa da Penha em 1912. Em primeiro plano, de pé, da esquerda para a direita, João Pernambuco, de chapéu branco, segurando o violão, Patrício Teixeira, de terno branco, Pixinguinha, com a flauta, e Caninha, com o cavaquinho. Na foto só faltou o Sinhô...

O grande polo agregador dos sambistas era a Festa da Penha, organizada no Rio de Janeiro pela comunidade portuguesa para comemorar o dia da Natividade de Nossa Senhora, no fim do século XVIII e que acabou apropriada pelos baianos e sambistas cariocas.


Mantinha seu caráter religioso, com missas e pagamentos de promessas católicos, mas aos poucos cerimônias do candomblé foram sendo introduzidas e os sambistas faziam das barracas das “tias” baianas seus pontos de encontro. Ali, comiam bem, ouviam o canto das mulheres que cozinhavam, e os malandros jogavam capoeira, armavam suas rodas de samba em meio a generosas doses de aguardente. O que levantava a temperatura e, muitas vezes, acabava em conflito, com intervenção violenta da polícia, sempre à procura de motivo para reprimir samba e sambistas.

Com o tempo, músicos e grupos profissionais passam a frequentar a Festa, e concursos musicais com prêmios são organizados. Os fins de semana de outubro são quase tão animados quanto o Carnaval e tornam-se uma prévia dele, pois na Penha os compositores lançavam seus novos trabalhos, numa espécie de vitrine, para o grande festejo de fevereiro.

Tia Ciata era uma das mais famosas frequentadoras da Festa, onde armou sua barraca até morrer em 1924. O final da década de 20 marcou os últimos anos de prestígio do grande evento musical, um dos principais do início do século.

José Luiz de Moraes, o Caninha, compositor conhecido no começo do século, era um dos que frequëntava a Festa da Penha e lançava aí suas novas criações. Em 1922, disputando com Sinhô (que inscrevera Não É Assim), ganha o concurso com Me Sinto Mal, que ele chamava de “marcha ragtime” e que já na época garantia: “Quando chega o Carnaval/Ninguém lembra da carestia/Vamos todos para a Avenida/Caímos na folia”. Sinhô, o Rei do Samba, que não admitia derrotas, saiu furioso. O júri precisou de proteção policial.

“Naquele tempo não tinha rádio, a gente ia lançar música na Festa da Penha, a gente ficava tranquilo quando a música era divulgada lá, que aí estava bem, que era o grande centro. Eu fiquei conhecido a partir da Festa da Penha.” (Heitor dos Prazeres).

Um samba que faz referencia ao evento denomina-se Festa da Penha, criado entre 1937 e 1940 e gravado pela primeira vez em 1958. Esse samba de Cartola e Asobert fala da famosa festa realizada no Rio de Janeiro, onde o devoto busca um terno para ir à festa fazer suas orações e pedidos:

Uma camisa e um terno usado / Alguém me empresta /
Hoje é domingo / E eu preciso ir à festa / Não brincarei /
Quero fazer uma oração / Pedir à santa padroeira proteção
Levarei dinheiro para comprar / Velas de cera /
Quero levar flores / Para a santa padroeira / Só não subirei /
A escadaria ajoelhado / Pra não estragar / O terno que tenho emprestado.
"

Fonte: História do Samba - Editora Globo.

Gal Costa: Baby

Maria Bethânia tem tudo a ver com a canção “Baby”, pois foi ela quem a encomendou ao irmão Caetano Veloso. “Ela já tinha o título e grande parte da letra” esclarece Caetano, no livro Verdade tropical. “‘Baby’, ela queria que a canção se chamasse. E fazia questão de que nela fosse feita referência a uma T-shirt em que se podia ler a frase ‘I love you’. (...) E que a canção tinha que terminar dizendo: ‘leia na minha camisa, baby, I love you’.”

Assim a música foi feita, encaixando-se os seus versos, com sugestões de comportamento (“Você precisa saber da piscina / da margarina / da Carolina / da gasolina / você precisa saber de mim / baby, baby / eu sei que é assim...”), na estética tropicalista, e, por extensão, no repertório do elepê Tropicália ou panis et circensis, na ocasião em preparação.

No entanto, ao contrário da canção, Bethânia não se encaixou, ou melhor, não quis se encaixar no projeto, decidida que estava em não mais participar de grupos ou movimentos artísticos. Na verdade, ela detestara ter sido, dois anos antes, transformada em musa da canção de protesto em razão do sucesso de “Carcará”.

Então, “Baby” foi gravada por Gal Costa, tornando-se o seu primeiro grande sucesso, com uma interpretação que deslumbrou o autor, deixando-o fortemente emocionado, ainda no estúdio. Gal conseguiu sobrepor ao belo arranjo para cordas de Rogério Duprat um suave e nostálgico clima intimista de bossa nova — com o qual ela tanto se identificava, ela que era considerada na Bahia o “João Gilberto de saias” —, misturado com o de balada rock and roll, que nada tinha a ver com o João, mas estava presente nas entrelinhas do novo movimento.

O próprio Caetano reforçou essa indução com a sua participação, citando em contracanto o final de “Diana”, balada de Paul Anka que fizera sucesso no Brasil em 1958. “Baby” ficou sendo um marco na carreira de Gal Costa, que soube aproveitar esse tremendo impulso para em seguida se projetar definitivamente, ao entregar-se a um estilo francamente pop, em “Divino Maravilhoso”, numa surpreendente guinada de 180 graus (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Baby (1968) - Caetano Veloso - Intérprete: Gal Costa

LP Tropicália Ou Panis Et Circenses / Título da música: Baby / Caetano Veloso (Compositor) / Gal Costa (Intérprete) / Caetano Veloso (Intérprete) / Gravadora: Philips / Nº Álbum: R 765.040 L / Ano 1968 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: MPB.


Tom: D

D  G                       D  
Você precisa saber da piscina, da  
              G                   D  G  D  
Margarina, da Carolina, da gasolina   
        G                D  G  
Você precisa saber de mim   
   D        Bm   Em           A7  
Baby, baby, eu sei que é assim  
   D        Bm   Em           A7  
Baby, baby, eu sei que é assim  
       D  G                  D  
Você precisa tomar um sorvete  
              G               D  
Na lanchonete, andar com gente  
               G  D  
Me ver de perto.  
           G                  D  G  
Ouvir aquela canção do Roberto   
   D        Bm  Em         A7  
Baby, baby, há quanto tempo  
   D        Bm  Em         A7  D  
Baby, baby, há quanto tempo   
  
         G                  D  G  
Você precisa aprender inglês   
                             D  
Precisa aprender o que eu sei  
                       G  
E o que eu não sei mais  
                       D  G  D  
E o que eu não sei mais    
          G                  D  G  
Não sei, comigo vai tudo azul   
                       D  G  
Contigo vai tudo em paz   
                        D  
Vivemos na melhor cidade  
           G  
Da América do Sul  
            D  
Da América do Sul  
          G               D  G  
Você precisa, você precisa   
           D   G             D  G  
Não sei, leia na minha camisa   
  D         Bm  Em    A7  
Baby, baby, I love you  
  D         Bm  Em    A7  
Baby, baby, I love you

Caetano Veloso: Ay, Amor!

Ay, Amor! (bolero, 1949) - Bola de Nieve - Interpretação: Caetano Veloso

CD Caetano Veloso - Fina Estampa - Ao Vivo / Título da música: Ay, Amor! / Ignacio Jacinto Villa Fernández (Compositor) / Caetano Veloso (Intérprete) / Gravadora: Verve Word / Ano: 1995 / Álbum: 528 918-2 / Faixa 12.


 Cm7/9           Fm7    G7            Cm7/9
Amor, yo sé que quieres llevarte mi ilusión.
 Cm7/9           Fm7           G#7/5-      G7/5+ G7
Amor, yo sé que puedes también llevarte mi al----ma.
      C7M/9  G6/9              Am6  G#m6 Am6
Pero, ay amor, si te llevas mi alma,
           Dm7/9  Dm6
llévate de mí
G7/9          C7M/9  G6/9
 también el dolor,
Em7         Eº               Dm7  Dm7/9
lleva en tí   todo mi desconsuelo
     A#º  Am6             G6/9  G7/4 G7/9
y también mi canción de sufrir.



C7M/9  G6/9             Am6  G#m6 Am6
Ay amor, si me dejas la vida,
           Dm7/9  Dm6
déjame también
   G7/9    C7M/9  G6/9
el alma sentir;
Em7          D#º            Dm7  Dm7/9
si sólo queda en mi dolor y vida,
    Fm6         G6/9
ay amor, no me dejes vivir.



C7M/9  G6/9             Am6  G#m6 Am6
Ay amor, si me dejas la vida,
           Dm7/9  Dm6
déjame también
   G7/9    C7M/9  G6/9
el alma sentir;
Em7          D#º            Dm7  Dm7/9
si sólo queda en mi dolor y vida,
    Am6        Fm6 C6/9
ay amor, no me dejes vivir.

Caetano Veloso: Biografia e Obra

Caetano Veloso (Caetano Emanuel Viana Teles Veloso), compositor, escritor e cantor, nasceu em Santo Amaro da Purificação, Bahia, em 7/8/1942. Filho de um funcionário do Departamento de Correios e Telégrafos, desde pequeno já compunha algumas músicas e pintava. Concluído o curso no Ginásio Severino Vieira, mudou-se para Salvador BA, para fazer o colegial (clássico).


Por essa época, começou a aprender violão e, com a irmã Maria Bethânia, cantava pelos bares da capital baiana. Além de música, escrevia críticas de cinema, publicadas no Diário de Notícias, de Salvador. Nesse período que conheceu o diretor de teatro Álvaro Guimarães, o Alvinho, que o convidou a musicar as peças Boca de ouro, de Nelson Rodrigues (na qual apareceu também como ator) e A exceção e a regra, de Bertolt Brecht.

Ingressando na Faculdade de Filosofia, da Universidade Federal da Bahia, em 1963 tornou-se amigo de Gilberto Gil, Gal Costa (então Maria da Graça) e Tom Zé, e juntos começaram a montar shows musicais.

Em 1964, dirigiu o show Nós, por exemplo, que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador, e em seguida Nova bossa velha e velha bossa nova, encenada no mesmo teatro.

Em 1965 foi para o Rio de Janeiro, acompanhando Maria Bethânia, que havia sido convidada para substituir Nara Leão no show Opinião. Em maio desse ano, estreou no disco com É de manhã, interpretado por Maria Bethânia, num compacto da RCA Victor. No segundo semestre, sob a direção de Augusto Boal e ao lado de Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Tom Zé, apresentou-se no show Arena canta Bahia, realizado no T.B.C., de São Paulo. Ainda em 1965, músicas suas foram incluídas no curta-metragem Viramundo, dirigido por Geraldo Sarno.

De volta a Salvador, compôs Boa palavra e a inscreveu no FNMP, da TV Excelsior, de São Paulo, realizado em junho de 1966, com interpretação de Maria Odete, obtendo o quinto lugar. Ainda nesse ano voltou ao Rio de Janeiro e, em outubro, com Um dia, recebeu o prêmio de melhor letra no II FMPB, da TV Record, de São Paulo.

Com Gal Costa, no começo de 1967, gravou Domingo, seu primeiro LP, lançado pela Philips, e através de suas apresentações no programa Esta Noite se Improvisa, da TV Record, começou a se tornar conhecido. Também em 1967, compôs a trilha sonora do filme Proeza de Satanás na terra do leva-e-traz, dirigido por Paulo Gil Soares. Em outubro, no III FMPB, o mesmo em que Gilberto Gil obteve o segundo lugar com Domingo no parque, sua marcha-rancho Alegria, alegria, acompanhada pelas guitarras elétricas do conjunto argentino Beat Boys, classificou-se em quarto lugar. Os dois baianos foram as figuras marcantes desse festival, em que apareceram como inovadores de nossa música e iniciadores do movimento tropicalista. Logo depois casou com Dedé.

No início de 1968, lançou seu primeiro LP individual, pela Philips, com arranjos de Rogério Duprat e acompanhamento dos conjuntos RC-7 e Os Mutantes, incluindo, entre outros, Superbacana e Tropicália. Por essa época participou de diversos programas de televisão, como A Buzina do Chacrinha e Jovem Guarda, além de haver musicado três filmes: Brasil ano 2000, de Walter Lima Júnior, Copacabana me engana, de Antônio Carlos Fontoura, e Os herdeiros de Carlos Diegues.

Em maio, por utilizar guitarra elétrica no acompanhamento de suas músicas, foi impedido de concorrer na I Bienal do Samba, da TV Record, de São Paulo. Ainda nesse ano, o grupo tropicalista concretizou o movimento, lançando o LP Tropicália ou Panis et circensis, que incluia, entre outras, Batmacumba, Lindonéia e Panis et Circences (com Gilberto Gil), além de sua reinterpretação de Coração materno, antigo sucesso de Vicente Celestino.

Distanciando-se ainda mais da linha tradicional da música popular brasileira, em setembro inscreveu É proibido proibir no III FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, que lhe valeu prolongada vaia e a desclassificação. No mês seguinte, conseguiu o terceiro lugar no IV FMPB, com Divino maravilhoso (com Gilberto Gil), interpretado por Gal Costa. Em novembro, o programa Divino Maravilhoso, exclusivo do grupo tropicalista, estreou na TV Tupi, de São Paulo.

Em 1969, foi com Gilberto Gil para Londres, Inglaterra, mas antes apresentaram-se no Teatro Castro Alves, em Salvador, num último show, gravado e lançado pela Philips, em 1972, no LP Barra 69. Antes da viagem, fez ainda outro LP, na Philips, e um compacto com a música Charles Anjo 45 (Jorge Ben Jor).

Em Londres gravou um LP, cantando em inglês, e mandou para o Brasil London, London, gravado por Gal, De noite na cama, gravado por Erasmo Carlos, Como dois e dois, gravado por Roberto Carlos, Não tenha medo, gravado por Elis Regina, Deixa sangrar, gravado por Gal Costa, e A tua presença morena, gravado por Maria Bethânia.

Em 1971 veio visitar os pais e apresentou-se no programa Som Livre Exportação, da TV Globo. Ainda em 1971, no mês de outubro, participou de um programa na TV Tupi, ao lado de João Gilberto e Gal Costa.

Para o Carnaval de 1972, deixou gravado o frevo Chuva, suor e cerveja, que teve grande êxito. De volta ao Brasil em 1972, lançou o LP Transa e, em novembro do mesmo ano, apresentou-se com Chico Buarque, no Teatro Castro Alves, num show gravado e lançado, em dezembro, no LP Chico e Caetano juntos e ao vivo. Nesse mesmo ano, dirigiu a produção do LP Drama — anjo exterminado, de Maria Bethânia, e compôs a trilha sonora do filme São Bernardo, de Leon Hirszman. Iniciou, no TUCA, em São Paulo, uma série de shows pelo país, causando polêmica por seu estilo cênico.

No início de 1973, lançou o LP Araçá azul. Gravou o LP Temporadas de verão, com Gal Costa e Gilberto Gil, em 1974. Em 1975 lançou pela Philips os LPs Jóia e Qualquer coisa. No ano seguinte, em parceria com Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia, apresentaram o espetáculo Doces bárbaros, que deu origem a um LP homônimo Doces bárbaros ao vivo (Polygram), que se transformou num marco da discografia brasileira.

Em 1977 saíram mais dois LPs: Muitos carnavais., e Bicho, ambos pela Philips, e, no ano seguinte, vieram Muito (Philips) e Maria Bethânia e Caetano Veloso ao vivo. Ainda em 1978, lançou seu primeiro livro, Alegria, alegria, uma coletânea de ensaios no período em que foi crítico de cinema em Salvador.

Em 1979 lançou Cinema transcendental (Polygram); em 1981, Brasil (Phonogram), em parceria com Gilberto Gil, Maria Bethânia e João Gilberto, e Outras palavras (Polygram). No ano seguinte, obteve grande êxito com o LP Cores, nomes (Polygram).

Em 1983 apresentou-se em show com Maria Bethânia e gravou Uns, pela Polygram. No ano seguinte, lançou um disco dançante, Velô, com destaque para a faixa Língua, interpretada com Elza Soares. Em 1986 gravou seu primeiro disco nos EUA, Caetano Veloso (Nonesuch), em que interpreta antigos sucessos seus e de outros compositores. Ainda em 1986, lançou no Brasil Totalmente demais (Polygram), gravado ao vivo, com destaque para sua composição Vaca profana, e Melhores momentos de Chico e Caetano (Sigla), com participação de vários artistas. No ano seguinte saiu o LP Caetano.

Em 1989 lançou o álbum Estrangeiro (Polygram), cujo show obteve grande sucesso. Em 1991 lançou com enorme sucesso o CD Circuladô, cujo show deu origem ao CD Circuladô ao vivo (Polygram, 1992), em que se destaca sua interpretação de Jokerman, de Bob Dylan.

Recebeu em 1993 o Prêmio Sharp pelo conjunto de sua obra. No mesmo ano voltou a compor com Gilberto Gil e lançou, em comemoração aos 25 anos do movimento tropicalista, o CD Tropicália 2 (Polygram / Warner), com destaque para a faixa Haiti.

Em 1994 lançou um CD com boleros, cantado em espanhol, Fina estampa (Polygram), que deu origem ao show homônimo, cujo imenso sucesso de público e crítica levou ao CD Fina estampa ao vivo, lançado em 1995. Ainda em 1994, reuniu-se com Gal Costa, Maria Bethânia e Gilberto Gil no show Os doces bárbaros na Mangueira, realizado na quadra da escola de samba Mangueira, em comemoração aos 18 anos do show anterior.

Em 1996, compôs a trilha sonora do filme Tieta do agreste, de Cacá Diegues, lançada em um CD homônimo. No final de 1997 lançou o livro de ensaios e memórias Verdade tropical e o CD Livro (Polygram), o primeiro com músicas inéditas desde 1993.

Ainda em 1997, em outubro, participou de um concerto na República de San Marino, em homenagem a Federico Fellini e sua mulher, Giulietta Masina.

Em 1998, lançou o CD Prenda Minha, com o qual atingiu, no ano seguinte, pela primeira vez, a faixa de mais de um milhão de cópias vendidas, puxado pela regravação de Sozinho, música de Peninha.

Em 2000, dirigiu a produção do CD João violão e voz, de João Gilberto. Nesse mesmo ano, foi conteplado com o Prêmio Grammy Awards, na categoria World Music, pelo CD Livro, lançado nos Estados Unidos, em 1999. Ainda em 2000, na primeira edição do Grammy Latino, seu disco Livro foi premiado na categoria Melhor Disco de MPB. Em dezembro desse mesmo ano, lançou o CD Noites do Norte, cuja faixa-título foi inspirada no texto homônimo de Joaquim Nabuco.

Em 2001, recebeu o Prêmio Multishow de Música, na categoria Melhor Cantor. Nesse mesmo ano, fez turnê pelo Brasil com o show Noites do Norte. Ainda neste ano, participou do filme Fale com ela (Hable con Ella), de Almodóvar, cantando a canção Cucurrucucú Paloma. Também nesse ano, lançou o CD duplo Noites do Norte ao vivo.

Em 2002, gravou, com Jorge Mautner, o CD Eu não peço desculpas, contendo suas composições Feitiço, O namorado, Cajuína, Tarado, Homem bomba e Graça Divina, as três últimas em parceria com Jorge Mautner. No dia 8 de dezembro desse mesmo ano, apresentou-se para 100.000 pessoas na Praia de Copacabana (RJ), ao lado de Gilberto Gil e Gal Costa e Maria Bethânia, no show Doces Bárbaros, que encerrou o projeto Pão Music. Ainda em 2002, foi lançada a caixa Todo Caetano.

Em 2003, sua interpretação de Burn it Blue (Elliot Goldenthal e Julie Traymor), ao lado da mexicana Lila Downs, representando o filme Frida, na cerimônia de entrega do Oscar, foi o primeiro registro de participação de um cantor brasileiro no evento. Nesse mesmo ano, recebeu o Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira, pelo CD Eu não peço desculpas, trabalho em parceria com Jorge Mautner. Ainda em 2003, seu filme Cinema falado foi relançado em DVD. Também nesse ano, foi lançado o livro Letra só, seleção de letras de autoria do compositor, organizada por Eucanaã Ferraz.

No dia 25 de janeiro de 2004, apresentou-se na esquina das avenidas Ipiranga e São João, em São Paulo, na comemoração dos 450 anos da cidade. Nesse mesmo ano, lançou o CD A foreign sound, contendo canções norte-americanas. Também em 2004, apresentou-se no Carnegie Hall, em Nova York, e fez turnê do disco A forein sound pelo Brasil. Ainda nesse ano, participou da trilha sonora, registrada em CD, do filme Meu tio matou um cara, de Jorge Furtado, como intérprete (Pra te lembrar, de Nei Lisboa) e como compositor (Se essa rua e Habla de mi).

Em 2005, apresentou-se, ao lado de Milton Nascimento, no Canecão (RJ), com o show Milton e Caetano. No repertório, Paula e Bebeto, A terceira margem do rio, As várias pontas de uma estrela, Senhor do tempo, Sereia e Perigo, parcerias de ambos incluídas na trilha sonora do filme O Coronel e o lobisomem, além de outros clássicos do cinema, como Luz de Tieta (Tieta) e Luz do sol (Índia, a filha do sol), de sua autoria, e A felicidade (Orfeu", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, entre outros. O espetáculo contou com cenário de Hélio Eichbauer.

Também em 2005, lançou o livro O mundo não é chato (Companhia das Letras), coletânea de ensaios e críticas publicadas ao longo de sua trajetória em jornais e revistas organizada pelo poeta Eucanaã Ferraz. Compôs, em parceria com José Miguel Wisnik, a trilha sonora do espetáculo Onqotô, do Grupo Corpo, lançada em CD homônimo, também nesse ano.

Em 2006, lançou o CD , contendo canções inéditas de sua exclusiva autoria: Outro, Minhas lágrimas, Rocks, Deusa urbana, Waly Salomão, Não me arrependo, Musa híbrida, Odeio, Homem, Porquê?, Um sonho e O herói.

Após realizar vários shows de lançamento do disco , apresentou-se, em 2007, na Fundição Progresso (RJ), tendo a seu lado Pedro Sá (guitarra), Marcello Calado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo). Com direção de Mauro Lima, o show foi gravado ao vivo para lançamento em CD e DVD. Nesse ano, lançou o CD Multishow ao vivo: Caetano Veloso - Cê, gravado ao vivo na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.

Em 2008, ao lado da Banda Cê, apresentou-se no Vivo Rio (Museu de Arte Moderna, RJ) com a série de shows Obra em progresso, recebendo no palco um convidado especial por semana. Nesse mesmo ano, apresentou-se no Teatro Municipal do Rio de Janeiro ao lado de Roberto Carlos, em homenagem a Tom Jobim e aos 50 anos da bossa nova. Ainda em 2008, gravou, no Teatro Oi Casa Grande (RJ) o DVD Obra em Progresso.

Tendo ao seu lado a banda Cê, formada por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados) e Marcelo Callado, lançou, em 2009, o CD Zil e Zie, com suas composições Perdeu, Sem cais (c/ Pedro Sá), Por quem?, Lobão tem razão, A cor amarela, A base de Gantánamo, Falso Leblon, “Menina da Ria, Lapa e Diferentemente, além de Incompatibilidade de gênios (João Bosco e Aldir Blanc) e Ingenuidade (Serafim Adriano).

Em 2010, após turnê pela Europa, fez apresentação única do show “Zil e Zie” no espaço Vivo Rio (RJ) registrada ao vivo para edição em CD e DVD, ao lado da banda Cê, formada Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo) e Marcelo Callado (bateria). Nesse mesmo ano, a cantora Maria Bethânia registrou, no CD e DVD Amor, Festa e Devoção, suas canções Dama do Cassino, Pronta pra cantar, Queixa e Reconvexo.

Veja também: Letras, cifras e músicas de Caetano Veloso

Obra (Atualizada até 1998)

Abandono, s.d.; Acrilírico (c/Rogério Duprat), 1969; Adeus, meu Santo Amaro, s d.; Aí de mim, Copacabana (c/Torquato Neto), 1968; Alegria, alegria, marcha-rancho, 1967; Alexandre, samba-reggae, 1997; Alteza (c/Wally Salomão), s.d.; O amor, s.d.; Amo-te mesmo muito, s.d.; Amotor (c/Rogério Duprat), s.d.; Ângulos (c/Eduardo Gudim e Arrigo Barnabé), s.d.; Anunciação (c/Rogério Duarte), 1968; Araçá Blues, 1972; Aracaju (c/Tomás Improta e Vinícius Cantuária), 1979; Os argonautas, fado, 1969; Asa, 1975; Atrás do trio elétrico, frevo, 1969; Avarandado, 1966; Ave-Maria, 1968; As ayabás (c/Gilberto Gil), s.d.; Baby, 1968; Baby doll de nylon (c/Robertinho do Recife), s.d.; Barato modesto, samba, 1975; O bater do tambor, s.d.; Batmacumba (c/Gilberto Gil), 1968; Beira-mar (c/Gilberto Gil), 1967; Beleza pura, 1979; Boa palavra, 1967; Bonina (c/Capinan), s.d.; Brilhante, s.d.; Cá já, 1978; Cajuína, 1979; Campeão olímpico de Jesus (c/Wally Salomão), s.d.; Canção de protesto, s.d.; Um canto de afoxé para o Bloco do Ilê (c/Moreno Veloso), 1982; Canto do bola de neve, 1987; Capitão Lampião (c/Torquato Neto), s.d.; Cara a cara, frevo, 1974; Caras e bocas (c/Maria Bethânia), s.d.; Cauby! Cauby!, s.d.; Cavaleiro, 1965; Cavaleiro de Jorge, 1982; Certeza de beleza, 1983; Chuva, suor e cerveja, 1972; Cido (c/Nestor de Oliveira), s.d.; Cidade pequenina (c/Roberto Menescal), s.d.; Cinema novo (c/Gilberto Gil), 1993; Cinema Olímpia, 1970; Circuladô de fulô (c/Haroldo de Campos), 1992; O ciúme, 1987: Clara, 1968; Clarisse (c/Capinam), 1968; Comeu, 1984; Comigo me desavim, s.d.; Como dois e dois, 1970; O conteúdo (c/Maria Bethânia), 1974; Coração imprevisto (c/Eugênia Melo e Castro), 1988; Coração vagabundo, 1967; Da gema (c/Wally Salomão), s.d.; Da maior importância, l973; Dada (c/Gilberto Gil), 1993; De cara (c/Lenny), 1972; De conversa, 1972; De manhã, s.d.; De noite na cama, 1970; De palavra em palavra, 1972; Dedicatória, s.d.; Deixa sangrar, 1969; Depois do Carnaval (c/Macalé), 1968; Deus e o diabo, 1974; Deus vos salve esta casa santa (c/Torquato Neto), 1968; Um dia, 1966; Diamante verdadeiro, s.d.; Dias, dias, dias (c/Augusto de Campos), 1979; Divino maravilhoso (c/Gilberto Gil), 1968; Doideca, 1997; Dom de iludir, 1986; Domingo, 1967; Drama, 1973; Duas manhãs, s.d.; É de manhã, 1965; É proibido proibir, 1968; Eclipse oculto, 1983; Ela e eu, s.d.; Ele me deu um beijo na boca, 1982; Eles (c/Gilberto Gil), 1968; The Empty Boat, 1969; Enquanto seu lobo não vem, 1968; Épico, 1972; Escândalo, s.d.; Escapulário (c/Oswald de Andrade), 1975; Esse cara, 1972; Estrela do meu céu (c/Toninho Horta), s.d.; Estrela grande, s.d.; Eu e água, s.d.; Eu sou neguinha?, 1987; Eu te amo, 1976; Falou, amizade, 1988; Farol da barra (c/Galvão), s.d.; Festa imodesta, samba, 1974; A filha da Chiquita Bacana, 1976; Final do Leblon, s.d. Flor da imaginação (c/Ivone Lara), s.d.; Flor do cerrado, 1974; Força estranha, s.d.; Um frevo novo, 1973; From Far Away (c/Jorge Mautner), balada, 1972; O fundo (c/João Donato), s.d.; Gema, 1981; Gênesis, 1976; Gente, 1977; Gilberto misterioso (c/Sousândrade), 1972; Giulietta Masina, 1987; Grafitti (c/Antônio Cícero e Wally Salomão), 1984; A grande borboleta, 1977; O grande lance é fazer romance (c/Vinícius Cantuária), s.d.; O grão (c/Sérgio Dias), s.d.; Gravidade, 1975; Guá (c/Pedrinho Albuquerque), 1975; Haiti (c/Gilberto Gil), 1993; Hino a Nossa Senhora da Purificação, s.d.; O homem velho, 1984; A hora da estrela de cinema, s.d.; Iansã (c/Gilberto Gil), 1972; If You Hold a Stone, 1971; In the Hot Sun of a Christmas Day, 1971; Irene, 1966; Itapuã, 1992; It’s a Long Way, 1972; Janelas abertas n’ 2, 1971; Jeito de corpo, 1981; Jóia, 1975; José, 1987; Júlia/Moreno, 1972; La barca (c/Moacir Albuquerque), 1972; O leãozinho, 1977; Lia (c/Gilberto Gil), s.d.; Lindonéia (c/Gilberto Gil), 1968; Língua, 1984; A Little More Blue, 1971; Livros, 1997; London, London, 1970; Lost in the Paradise (c/Torquato Neto), 1968; Louco por você, 1979; Love, love, love, 1978; Lua de São Jorge, 1979; Lua lua lua, 1974; Luz da noite (c/Maria Bethânia), 1974; Luz do sol, 1986; Luz e mistério (c/Beto Guedes), 1987; Mãe, s.d.; Os mais doces bárbaros, 1976; Malacaxeta 2 (c/Pepeu Gomes), s.d.; Mamãe coragem (c/Torquato Neto), 1968; Manhatã, 1997; Mansidão, 1982; Maria Bethânia, 1971; Maria, Maria (c/Capinam), 1968; Marinheiro só, 1969; Massa real, s.d.; Mel (c/Wally Salomão), s.d.; Menino Deus, s.d.; Menino do Rio, 1979: Os meninos dançam, 1979; Merda, 1986; Meu bem, meu mal, 1982; Meu é assim (c/Eugênia Melo e Castro), só.; Midas (c/Fauzi Arap), 1974; Milagres do povo, 1985; Minha mulher, 1975; Minha voz, minha vida, 1997; Motriz, s.d.; A mulher, s.d.; Muito, 1978; Muito romântico, 1978; Muitos carnavais, 1977; Não enche, 1997; Não identificado, 1968; Não posso me esquecer do adeus, 1966; Não quero ver você dançar (c/Sérgio Dias), 1980; Não tenha medo (c/Perinho Santana), 1970; Naturalmente (c/João Donato), 1975; Nave Maria (c/Roberto de Carvalho), s.d.; Navio negreiro, 1997; Negror dos tempos, 1973; Nenhuma dor (c/Torquato Neto), 1967; Neolithic Man, 1972; Nicinha, 1975; Nine Out of Ten, 1972; No Carnaval (c/João Viana de Carvalho), 1965; No dia em que eu vim-me embora (c/Gilberto Gil), 1968; Noite de cristal, s.d.; Noite de hotel, 1987; O nome da cidade, s.d.; Nosso estranho amor, 1980; Nossos momentos, s.d.; Nostalgia (That’s What Rock’n’roll is ali About), 1972; Novidade, s.d.; Nu com a minha música, 1981; Odara, 1977; Onde andarás (c/Ferreira Gullar), 1968; Onde eu nasci passa um rio, 1967; Onde o Rio é mais baiano, 1997; Oração ao tempo, 1979; A outra banda da terra, 1983; Outras paisagens (c/João Donato), s.d.; Outras palavras, 1981; Pagodespel (c/João Bosco, Chico Buarque e Oswald de Andrade), s.d.; Paisagem útil, 1968; Panis et circensis (c/Gilberto Gil), 1968; Pássaro estrelado, s.d.; Pássaro proibido (c/Maria Bethânia), 1976; Os passistas, 1997; Paula e Bebeto (c/Milton Nascimento), só.; Peixe, 1976; Pele, s.d.; Pelos olhos, 1975; O penúltimo cordão (c/Danilo Caymmi e Sérgio Fayne), 1968; Peter Gast, 1983; Piaba, 1977; Pipoca moderna (c/Banda de Pífaros de Caruaru), 1975; Podres poderes, 1984; Porteira, s.d.; Pra chatear, 1967; Pra ninguém, 1997; Primeira pessoa do singular, s.d.; Pulsar (c/Augusto de Campos), 1979; Purificar o Subaé, 1981; Qual é, baiana ? (c/Moacir de Albuquerque), 1972; Qualquer coisa, 1975; Quando (c/Gal Costa e Gilberto Gil), 1976; Que tristeza, s.d.; Queda-d’água, s.d.; Queixa, 1982; Queixa, 1992; Quem me dera, 1967; O quereres, 1984; Quero ir a Cuba, 1983; A rã (clJoão Donato), s.d.; Rapte-me, camaleoa, 1981; Relance (c/Pedro Novaes), 1973; Remelexo, 1967; Rio Negro (c/Vinícius Cantuária), só.; Rosa vermelha, 1967; Salva-vida, 1983; Samba em paz, samba, 1965; Sampa, 1978; São João, Xangô menino (c/Gilberto Gil), 1976; Saudosismo, 1968; Sem grilos (c/Moacir Albuquerque), 1973; Sem se atrapalhar (c/Moacir Albuquerque), 1973; Sentido (c/Nando Chagas, Arthur Maria, José Lopez, Pedro Gil e Francisco Farias), s.d.; Sete mil vezes, 1982; Shoot me Dead, 1971; Shy moon, 1984; Sim, foi você, 1966; Sim/Não (c/Bolão), 1981; Sol negro, 1965; Sorvete, 1984; Sucesso bendito, s.d.; Sugar Cane Fields Forever, 1972; Superbacana, 1968; Surpresa (c/João Donato), 1982; Sutis diferenças (c/Vinícius Cantuária), s.d.; Tá combinado, s.d.; Talismã (c/Wally Salomão), s.d.; Tapete mágico, s.d.; Taturano (c/Chico de Assis), s.d.; Tem que ser você, 1981; Tempo de estio, 1978; Tenda, s.d.; Terra, 1978; Tigresa, 1977; Tomara, s.d.; Torno a repetir, 1968; TR (c/Rogério Duprat), s.d..; Trampolim (c/Maria Bethânia), frevo, 1973; Trem das cores, 1982; Trem fantasma (c/Rita Lee, Sérgio Batista e Arnaldo Batista), 1968; Três travestis, s.d.; Trilhos urbanos, 1979; Triste Bahia (c/Gregório de Matos), 1972; Tropicália, 1968; A tua presença morena, 1970; Tudo de novo, s.d.; Tudo sobre Eva, s.d.; Tudo tudo tudo, 1975; Two naira fifty kobo, 1977; Um dia desses eu me caso com você (c/Torquato Neto), s.d.; Um índio, 1976; Um Tom, 1997; Uns, 1983; Vaca profana, 1986; Vai levando (c/Chico Buarque), s.d.; “Vamo” comer (c/Tony Costa), 1987; As várias pontas de uma estrela (c/Milton Nascimento), 1982; Vera gata, 1981; Vida real, s.d.; Villain (c/Arto Lindsay e Peter Scherer), 1991; Você é linda, 1983; Você é minha, 1997; Você não entende nada, 1971; A voz de uma pessoa vitoriosa (c/Wally Salomão), s.d.; A voz do morto, 1968; A voz do vivo, 1969; You Don’t Know me, 1972.

Veja também: Letras, cifras e músicas de Caetano Veloso


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB; Caetano Veloso- Biografia - UOL Educação; Wikipédia - A Enciclopédia Livre.