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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Sérgio Reis: Filho Adotivo


Filho Adotivo (1981) - Arthur Moreira e Sebastião Ferreira da Silva - Interpretação: Sérgio Reis

LP Boiadeiro Errante / Título da música: Filho Adotivo / Arthur Moreira (Compositor) / Sebastião Ferreira da Silva (Compositor) / Sérgio Reis (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1981 / Álbum: 103.0414 / Lado B / Faixa 5 / Gênero musical: Regional / Sertanejo


Tom: D

Intro: G  A  D  Bm  G  A  D

       D         Em             D
Com sacrifício eu criei meus sete filhos
        A7          D
Do meu sangue eram seis
       Bm               Em
E um peguei com quase um mês
                     B7           Em
Fui viajante, fui roceiro, fui andante
                       A7
E pra alimentar meus filhos
        G             D    A7
Não comi pra mais de vez
    D                Em      D
Sete crianças, sete bocas inocentes
       A7            D
Muito pobres mas contentes
       Bm         Em
Não deixei nada faltar
                        B7          Em
Foram crescendo, foi ficando mais difícil
                   A7
Trabalhei de sol a sol
           G              D  A7
Mas eles tinham que estudar
    D                   Em             D
Meu sofrimento, ah!, meu Deus valeu a pena
        A7           D
Quantas lágrimas chorei, mas tudo
Bm            Em
Foi com muito amor

Sete diplomas, sendo
B7              Em
Seis muito importantes
                     A7
Que as custas de uma enxada
      G               D  D7
Conseguiram ser doutor
            G           A7           D
Hoje estou velho, meus cabelos branqueados
      Bm            Em
O meu corpo está surrado
        A7             D     D7
Minhas mãos nem mexem mais
        G            A             D
Uso bengala, sei que dou muito trabalho
           Bm         Em
Sei que às vezes atrapalho
      A7           D  D7 G A7 D Bm G A7 D
Meus filhos até demais
          D            Em         D
Passou o tempo e eu fiquei muito doente
      A7       D
Hoje vivo num asilo
        Bm            Em
E só um filho vem me ver
                       B7
Esse meu filho, coitadinho
         Em
Muito honesto
                 A7
Vive apenas do trabalho
          G           D    A7
Que arranjou para viver
           D
Mas Deus é grande vai
   Em           D
Ouvir minhas preces
      A7           D
Esse meu filho querido
       Bm             Em
Vai vencer, eu sei que vai

Faz muito tempo que
    B7             Em
Não vejo os outros filhos
                   A7
Sei que eles estão bem
       A/G          D/F#
e não precisam mais do pai
        D          Em          D
Um belo dia, me sentindo abandonado
          A7            D
Ouvi uma voz bem do meu lado
       Bm            Em
Pai eu vim pra te buscar

Arrume as malas
       B7         Em
Vem comigo pois venci
                        A7
Comprei casa e tenho esposa
         A/G       D/F#  D7
E o seu neto vai chegar
        G         A7             D
De alegria eu chorei e olhei pro céu
     Bm         Em          A7          D   D7
Obrigado meu Senhor a recompensa já chegou
             G                A7          D
Meu Deus proteja os meus seis filhos queridos
       Bm        Em
Mas foi meu filho adotivo
          A7          D
Que a este velho amparou

Liu e Léu: Felicidade de Caboclo


Felicidade de caboclo (toada, 1954) - Pechincha e Gino Alves - Interpretação: Liu e Léu

LP Felicidade de Caboclo / Título da música: Felicidade de caboclo / Pechincha (Compositor) / Gino Alves (Compositor) / Liu e Léu (Intérprete) / Gravação: Continental / Ano: 1963 / Álbum: CSLP-6043 / Lado B / Faixa 3 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


Introdução: A7 D E7 D A A7 D E7 A  
 
A               E7 
Todo o caboclo tem  
                                A 
Uma viola, uma cabocla e uma canção    (x2)
 
A                                   Bm 
Tenho na mente uma canção bem decorada  
                E7                      A 
Uma viola pendurada no meu rancho de sapê  
                                     Bm 
Uma cabocla pra cuidar dos meus trapinhos  
                     E7            D            A 
Na gaiola um passarinho que me acorda ao amanhecer. 
           A7                        D 
Felicidade não se compra e nem se vende  
                         E7                      A 
Quando dois amor se entende tem de graça até morrer! 
 
A               E7 
Todo o caboclo tem  
                                A 
Uma viola, uma cabocla e uma canção     (x2)
 
A                                    Bm 
Minha cabocla tem os olhos tão ligeiros  
                   E7                    A 
Um olhar tão feiticeiro, delicada no falar  
                                Bm 
Tenho ciúmes dos olhos dessa cabocla  
                  E7            D           A 
Por que ela prende a gente só no modo de olhar 
              A7                       D 
Mas se algum dia essa cabocla for embora  
                     E7                         A 
Juro por nosso Senhora que vou morrer de chorar.  

Ivon Curi: Farinhada

Ivon Curi
Farinhada (baião, 1955) - Zé Dantas - Intérprete: Ivon Curi

Disco 78 rpm / Título da música: Farinhada / Dantas, Zé (Compositor) / Curi, Ivon (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Rca victor, 1955 / Nº Álbum 801473 / Gênero musical: Baião.


Intro:D A7 D G A7 D
D           G                   D
Tava na peneira eu tava peneirando
  Bm7          Em                D
Eu tava num namoro eu tava namorando.
        G                     D
Na farinhada lá da Serra do Teixeira
     Bm7       Em       G/A            D
Namorei uma cabôca nunca vi tão feiticeira
   D7           G            D
A mininada descascava macaxeira
         G                           D
Zé Migué no caititú e eu e ela na peneira.
D         G                       D
Tava na peineira eu tava peneirando
  Bm7           Em                D
Eu tava num namoro eu tava namorando.
    G                          D
O vento dava sacudia a cabilêra
   Bm7         Em         G/A           D
Levantava a saia dela no balanço da peneira

   D7     G                       D
Fechei os óio e o vento foi soprando
                      G                     
Quando deu um ridimuinho sem querer tava 
    D
espiando.
D            G                 D
Tava na peneira eu tava peneirando
  Bm7            Em              D
Eu tava num namoro eu tava namorando.
    G                                D
De madrugada nós fiquemos ali sozinho
    Bm7        Em             G/A         D
O pai dela soube disso deu de perna no caminho
    D7      G                   D
Chegando lá até riu da brincadeira
        G                             D
Nós estava namorando eu e ela, na peneira...

Tião Carreiro e Pardinha: Estrela de Ouro


Estrela de ouro (guarânia, 1986)- Tião Carreiro e Ronaldo Adriano - Intérprete: Tião Carreiro e Pardinho

LP Estrela De Ouro - Tião Carreiro E Pardinho / Título da música: Estrela de Ouro / Tião Carreiro (Compositor) / Ronaldo Adriano (Compositor) / Tião Carreiro e Pardinho (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1986 / Álbum: 1.71.405.655 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Guarânia / Regional / Sertanejo


Tom: E

[Intro]  E  B7  E  B7  E

[Violino] E  B7  E  B7  B7  G#m  F#7  B7  A  E

 E                   B7               E
Meu Deus onde esta agora a mulher que amo
                                 B7
Será que esta sozinha ou acompanhada
    A                                 E
Só sei que aqui distante eu estou morrendo
                     B7                E        B7
Morrendo de saudade dela num mundo de lágrimas
     E                B7                E
Meu Deus mande que o vento encontre com ela
                                           B7
Pra dar minhas trites notícias com o seu açoite
 A                                   E
Dizer que por não estar abraçado com ela
                          B7              E     E  Ebm  Dbm
Eu choro meu pranto escondido no colo da noite
     B7               E
Meu Deus eu morro por ela
              B7                E
E a ausência dela provoca meu choro
    B7                 E
Ela é a luz que me ilumina
                B7
Deusa da minha sina
                 E
Minha estrela de ouro

Milionário e José Rico: Estrada da Vida


Estrada da vida (valsa, 1970) - José Rico - Interpretação: Milionário e José Rico

LP Estrada da Vida / Título da música: Estrada da Vida / José Rico (Compositor) / Milionário e José Rico (Intérprete) / Gravadora: Sertanejo / Chantecler / Ano: 1977 / Álbum: 2.11.405.184 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Regional/Sertanejo


(intro) D  A7  D

  D         A7      D
Nesta longa estrada da vida 
                         A7
vou correndo não Posso parar.
          G                D
Na esperança de ser campeão 
     A7                  D
alcançando o primeiro lugar.

(refrão)
      G
Mas o tempo secou minha estrada
                   D
e o cansaço me dominou 
                       A7
minhas vistas se escureceram
      G         A7       D
e o final da corrida chegou.

     D    A7        D
Este é o exemplo da vida 
                        A7
pra quem não quer compreender
       G              D
Nós devemos ser o que somos 
     A7                 D
ter aquilo que bem merecer.

Zezeti e Ademir: Escolta de Vagalumes

Escolta de vagalumes (2002) - Luiz Carlos Garcia e Zezeti - Interpretação: Zezeti e Ademir

CD Zezeti & Ademir - Escolta De Vagalumes / Título da música: Escolta de Vagalumes / Luiz Carlos Garcia (Compositor) / Zezeti (Compositor) / Zezeti e Ademir (Intérprete) / Gravadora: sem dados / Ano: 2002 / Álbum: sem dados / Gênero musical: Regional / Sertanejo


 Tom: A
(intro) A  Bm E A D E A

   A              E          F#m A
Voltando pra minha terra eu renasci
    D                  A                 D
Nos anos que fiquei distante acho que morri
    E                D                   A
Morri de saudade dos pais irmãos e companheiros
                              E
Ao cair da tarde no velho terreiro
          D                       A
A gente cantava as mais lindas canções
  E                D            A
Viola afinada e na voz dueto perfeito
                            E
Longe eu não cantava doía meu peito
            D        E     A
Na cidade grande só tive ilusões

(refrão)
       E           E          F#m
Mas voltei, mas voltei, eu voltei
  E               D                A
E ao passar na porteira a mata o perfume
                           E
Eu fui escoltado pelos vagalumes
             D               A
Pois era uma linda noite de luar
       E                     F#m
Mas chorei, mas chorei, eu chorei
   E                    D                  A
Ao ver meus pais meus irmãos vindo ao meu encontro
                            E
A felicidade misturou meu pranto
                D       E     A
Com o orvalho da noite deste meu lugar

(intro) A  Bm E A A D E A

   A             E                F#m   A
Ganhei dinheiro lá fora mas foi tudo em vão
   D              A                 D
A natureza é meu mundo, eu sou o sertão
    E                 D                 A
Correr pelos campos floridos feito um menino
                            E
Esquecer as magoas e os desatinos
              D              A
Que a vida lá fora me proporcionou
  E            D             A
Ouvir sabiá cantando e a juriti
                             E
E a felicidade de um bem-ti-vi
            D      E    A
Que parece dizer meu amigo voltou

(refrão)

Jacó e Jacozinho: Empreitada Perigosa


Empreitada Perigosa (1972) - Moacir dos Santos e Jacozinho - Intérprete: Jacó e Jacozinho

LP Terra Bruta / Título da música: Empreitada Perigosa / Moacir dos Santos (Compositor) / Jacozinho (Compositor) / Jacó e Jacozinho (Intérprete) / Gravadora: Caboclo/ Continental / Ano: 1972 / Álbum: CLP 9146 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Regional / Sertanejo


Introdução: A7, D7, G

D
Já derrubamos o mato, terminou a derrubada
Agora preste atenção, meus "amigo e camarada
       E
Não posso levar "voceis" pra minha nova empreitada
     A                                  D
Vou pagar tudo que devo e sair de madrugada

Introdução

D
A minha nova empreitada não tem mato e nem espinho
Ferramentas não preciso guarde tudo num cantinho
   E
Preciso de um cavalo, bem ligeiro e bem mansinho
    A
Preciso de muitas balas e um "colte" cavalinho
Introdução:

D
Eu nada tenho a perder, pra minha vida eu não ligo
Mesmo assim eu peço a Deus que me livre do inimigo
        E
A empreitada é perigosa sei que vou correr perigo
     A
É por isso que eu não quero nem um de "voceis" comigo
Introdução:

D
Eu vou roubar uma moça de um ninho de serpente

Ela quer casar comigo a família não consente
        E
Já me mandaram um recado "tão" armado até os dentes
      A                             D
Vai chover bala no mundo se "nóis" topar frente a frente
Introdução:
          D
Adeus, adeus preto velho, Zé Maria e Serafim
Adeus, adeus Paraíba, Mineirinho e "Seu" Joaquim
      E
Se eu não voltar amanhã, pode até rezar pra mim


Mas se tudo der certinho a menina tem que vim...

Intro Final:

D|------12h
A|------12h


F#|----1-12h
D|--2-2-12h
A|--4---12h

Leandro e Leonardo: Entre Tapas e Beijos


Entre tapas e beijos (1989) - Nilton Lamas e Antônio Bueno - Interpretação: Leandro e Leonardo

LP Leandro & Leonardo / Título da música: Entre tapas e beijos / Nilton Lamas (Compositor) / Antônio Bueno (Compositor) / Leandro e Leonardo (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1989 / Álbum: 4.66.405.003 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Regional/Sertanejo


Intro: E7 A E7 A

                  E7
  Perguntaram pra mim
                 A
  Se ainda gosto dela
                  E7
  Respondi, tenho ódio
 D                    A
  E morro de amor por ela

                  E7
  Hoje estamos juntinhos
                A
  Amanhã nem te vejo
                 E7
  Separando e voltando
                   D                   A
  A gente segue andando entre  tapas e beijos

                       E7
  Eu sou dela, e ela é minha
                     A
  E sempre queremos mais
                   E7
  Se me manda ir embora
              D                   A
  Eu saio pra fora ele chama pra trás

  Entre tapas e beijos

  É ódio é desejo

               E7
  É sonho é ternura

  O casal que se ama
               D
  Até mesmo na cama
             A
  Provoca loucuras

  E assim vou vivendo

  Sofrendo e querendo
                E7
  Esse amor doentio
                   D
  Mas se falto pra ela
                E7
  Meu mundo sem ela
             A
  Também é vazio

Zezé Di Camargo e Luciano: É o Amor


É o amor (1991) - Zezé Di Camargo - Interpretação: Zezé Di Camargo & Luciano

LP Zezé Di Camargo & Luciano / Título da música: É o amor / Zezé Di Camargo (Compositor) / Zezé Di Camargo & Luciano (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Ano: 1991 / Álbum: 613.052 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Regional/Sertanejo


Intro: F  C  G7  C  G7 
  
    C 
Eu não vou negar que sou louco por você 
                                   G7 
Tô maluco pra te ver / Eu não vou negar 
    Dm                                G7
Eu não vou negar, sem você tudo é saudade 
                                     C Dm G7 
Você traz felicidade / Eu não vou negar 
    C 
Eu não vou negar, você é meu doce mel 
                  C7               F 
Meu pedacinho de céu / Eu não vou negar 
                                 C 
Você é minha doce amada, minha alegria, meu conto de fada 
            Dm                   G7              C
Minha fantasia, a paz que eu preciso pra sobreviver 
    F                                    C 
Eu sou o seu apaixonado, de alma transparente 
                                 Dm 
Um louco alucinado meio inconseqüente 
               G7        C 
Um caso complicado de se entender... 

            F                                             C 
      É o amor, que mexe com a minha cabeça e me deixa assim 
                                            G7 
R     Que faz eu pensar em você e esquecer de mim 
e          Dm                    G7                 C  C7 
f     Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver 
r           F                                           C 
ã     É o amor, que veio como um tiro certo no meu coração 
o                                            G7 
      Que derrubou a base forte da minha paixão 
           Dm                    G7                C G7
      Que fez eu entender que a vida é nada sem você 
      
    C 
Eu não vou negar, você é meu doce mel 
                  C7               F 
Meu pedacinho de céu / Eu não vou negar 
                                 C 
Você é minha doce amada, minha alegria, meu conto de fada 
            Dm                   G7              C 
Minha fantasia, a paz que eu preciso pra sobreviver
    F                                    C 
Eu sou o seu apaixonado, de alma transparente 
                                 Dm 
Um louco alucinado meio inconseqüente 
               G7        C 
Um caso complicado de se entender... 

(Refrão)

Palmeira e Biá: Couro de Boi

Palmeira e Biá.

Couro de Boi (toada, 1954) - Palmeira e Teddy Vieira - Intérprete: Palmeira e Biá

Disco 78 rpm / Título da música: Couro de Boi / Palmeira (Compositor) / Teddy Vieira (Compositor) / Palmeira e Biá (Intérprete) / Gravação: RCA Victor / Ano: 1954 / Álbum nº 80.1337 / Lado A / Gênero musical: Toada / Regional / Sertanejo


(intro 2x) C D Bm Em Am D G

(declamado - sobre intro)
Conheço um velho ditado, que é do tempo dos agáis.
Diz que um pai trata dez filhos, dez filhos não trata um pai.
Sentindo o peso dos anos sem poder mais trabalhar,
o velho, peão estradeiro, com seu filho foi morar.
O rapaz era casado e a mulher deu de implicar.
"Você manda o velho embora, se não quiser que eu vá".
E o rapaz, de coração duro, com o velhinho foi falar:
G                    D                         G
Para o senhor se mudar, meu pai eu vim lhe pedir
 G                    D                    G
Hoje aqui da minha casa o senhor tem que sair
C                       G
Leve este couro de boi que eu acabei de curtir
D                                              G
Pra lhe servir de coberta aonde o senhor dormir

( C D Bm Em Am D G )

 G                D                      G
O pobre velho, calado, pegou o couro e saiu
G                 D                             G
Seu neto de oito anos que aquela cena assistiu
 C                    G
Correu atrás do avô, seu paletó sacudiu
D                                      G
Metade daquele couro, chorando ele pediu

( C D Bm Em Am D G )

G                 D                          G
O velhinho, comovido, pra não ver o neto chorando.
G                  D                      G
Partiu o couro no meio e pro netinho foi dando
C                        G
O menino chegou em casa, seu pai foi lhe perguntando.
 D                                                G
Pra quê você quer este couro que seu avô ia levando

( C D Bm Em Am D G )

G                 D                      G
Disse o menino ao pai: um dia vou me casar
G                   D                    G
O senhor vai ficar velho e comigo vem morar
C                      G
Pode ser que aconteça de nós não se combinar
D                                           G
Essa metade do couro vai dar pro senhor levar

Tonico e Tinoco: Cortando o Estradão

Tonico e Tinoco em 1945.

Cortando Estradão (valsa, 1946) - Anacleto Rosas Júnior - Intérprete: Tonico e Tinoco

Disco 78 rpm / Título da música: Cortando Estradão / Anacleto Rosas Júnior (Compositor) / Tonico e Tinoco (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1946 / Álbum: 15.681 / Gênero musical: Valsa / Regional / Sertanejo


Tom: D

    D        A                   D
Montado a cavalo, cortando estradão
A                 D
Assim é a vida, que leva o peão
G              
Não tenho morada, não tenho rincão
A              D
Eu não tenho dona do meu coração.

D           A                  D
Montar touro bravo, é a minha paixão
A                      D
Não encontro macho que jogue eu no chão
G
Pra jogar o laço também sou dos bom
A               D
Em qualquer rodeio eu sou campeão.     

REFRÃO

G                  D
Ah, como é bom viver
A                   D
Sozinho no mundo sem nada a pensar
G                  D
%Se o sol vem saindo eu já vou partindo
A                      D
E quando anoitece estou noutro lugar.

D        A                  D
Se olho no bolso, me falta dinheiro
A                     D
Amanso três touros por trinta cruzeiros
G
Se pego transporte de uma boiada
A                D
Já sou convidado pra ser boiadeiro.

D         A                   D
Por toda a cidade por onde eu passei
    A                  D
Uma moreninha eu sempre deixei
                       G            
Mas sou camarada pois sempre avisei
           A                      D
Não goste de mim porque eu jamais gostei

Alvarenga e Ranchinho: Coração de Violeiro


Coração de Violeiro (1955) - Murilo Alvarenga e Homero de Souza Campos (Ranchinho II) - Intérprete: Alvarenga e Ranchinho

Gravação original: Disco 78 rpm / Título da música: Coração de Violeiro / Alvarenga (Compositor) / Ranchinho II (Compositor) / Alvarenga e Ranchinho (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1955 / Álbum: 13.892 / Lado A / Gênero musical: Regional / Sertanejo

LP Alvarenga E Ranchinho / Título da música: Coração de Violeiro / Alvarenga (Compositor) / Ranchinho (Compositor) / Alvarenga e Ranchinho (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1960 / Álbum: LPNG 4061 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


Tom: D

  (D)    (A7)  (D)         (D)   (A)      (D)
Naquela tapera véia, que o tempo já destroçô
   G                           D
Morou Zé Dunga um pretinho, valente trabaiadô
A                          D
Foi o maior violeiro, que Deus no mundo botô
     E         A   E7      A7          D    (G)   (D)   (A7)
Sua viola parecia, um passarinho cantadô
    (D)     (A7)  (D)      (D)    (A7)     (D)
Trabaiava o dia inteiro, feliz sem se lastimá
      G                       D              F
Mas quando a lua formosa, no céu pegava a briá
      Em        A7        Em     A7      D
Toda gente arrodiava, pra vê o preto cantá
     (E7)    (A)     E7      A7        D  (G)   (D)   (A7)
Sua viola de pinho, fazia as pedra chorá
    (D)     (A7)  (D)      (D)     (A7)     (D)
Acontece que a Carolina, cabocla esprito de cão
   G                        D             F
Bonita como a sereia, mais que muié tentação
       Em       A7         Em     A7       D
Pra judiá do pretinho, fingiu lhe ter afeição
     (E7)          (A)     E7         A7      D (G) (D) (A7)
Querendo que nem criança, brincá com seu coração
    (D)    (A7) (D)     (D)     (A7)       (D)
Coração de violeiro, não é como outro qualquer
    G                              D            F
É frágil que nem as pétalas, do mimoso mal-me-quer
     Em                 A7        Em    A7       D
Que cai com o vento das asas, do beija flor do tié
        (E7)           (A)    E7          A7       D (G)(D)(A7)
Perde a vida quando a abelha, vem pra lhe roubar o mé
    (D)    (A7)     (D)       (D)  (A7)     (D)
Por isso o pobre Zé Dunga, magoado pela traição
       G                     D                 F
Não podendo mais guentá, no peito a grande paixão
    Em        A7    Em   A7        D
Agarrado na viola e debruçado no chão
         (E7)            (A)   E7     A7      D
Foi encontrado com um punhal, cravado no coração

Teixeirinha: Coração de Luto

Teixeirinha 1961
O senhor Vítor Mateus Teixeira, conhecido como Teixeirinha, nascido na cidade de Rolante, RS, em 3/3/1927, iniciou a carreira apresentando-se em circos e emissoras de rádio do interior gaúcho. Posteriormente apresentou-se em Porto Alegre, cantando em churrascarias e programas folclóricos.

Em 1959, gravou seu primeiro disco, onde interpretou o arrasta-pé "Briga no batizado" e o xote "Xote soledade", ambos de sua autoria. O disco não alcançou grande repercussão e ainda gravaria, naquele mesmo ano, mais dois discos.

Em 1960, gravou o xote "Gaúcho de Passo Fundo" e a toada-milonga "Coração de luto", ambas de sua autoria. Com "Coração de luto", conheceu seu grande sucesso. A toada, composta quase ao acaso, tornou-se um clássico, com mais de um milhão de cópias vendidas, sendo gravada em 21 idiomas. Narra, em melodia e versos tristíssimos, a morte da mãe, carbonizada num incêndio, tragédia realmente ocorrida quando o compositor tinha nove anos.

Coração de luto (toada, 1960) - Teixeirinha - Intérprete: Teixeirinha

Disco 78 rpm / Título da música Coração de luto / Teixeirinha, 1927-1985 (Compositor) / Teixeirinha, 1927-1985 (Intérprete) / Acompanhamento (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Sertanejo, 1960 / Nº Álbum 10104 / Lado B / Gênero musical: Toada milonga.

Intro: Am Em B7 Em 
 
                   B7                        Em 
O maior golpe do mundo que eu tive na minha vida 
                    B7                       Em 
Foi quando com nove anos perdiminha mae querida 
                    B7                       Em 
Morreu queimada no fogo morte triste e dolorida 
                  B7                         Em 
Que fez minha maezinha dar o adeus da despedida 
 
                  B7                      Em 
Vinha vindo da escola quando de longe avistei 
                   B7                       Em 
O rancho que nos morava cheio de gente encontrei 
                        B7                 Em 
Antes que alguem me dissesse eu logo imaginei 
                   B7                       Em 
Que o caso era de morte da maezinha que eu amei 
 
Intro 
                     B7                  Em 
Seguiu num carro de boi aquele preto caixao 
                  B7                   Em 
Ao lado eu ia chorando a triste separacao 
                    B7                       Em 
Ao chegar no campo santo foi maoir a exclamacao 
                    B7                   Em 
Taparam com terra fria minha mae do coracao 
 
                B7                          Em 
Dali eu sai chorando por mao de estranho levado 
                        B7                    Em 
Mas nao levou nem dois meses no mundo fui atirado 
                      B7                 Em 
Com a morte da minha mae fiquei desorientado 
                  B7                  Em 
Com none anos apenas por ese mundo jogado 
 
Intro 
                    B7                     Em 
Passei fome passei frio por esse mundo perdido 
                  B7                     Em 
Quando mamae era viva me disse filho querido 
                      B7                      Em 
Pra nao roubar nao matar nao ferir nem ser ferido 
 
                       B7                     Em 
Descansa em paz minha mae eu cumprirei seu pedido 
                    B7                        Em 
O que me resta na mente minha maezinha e teu vulto 
                B7                         Em 
Recebas uma oracao deste filho que e teu fruto 
                      B7                    Em 
Que dentro do peito traz o seu sentimento oculto 
                 B7                      Em  
Desde nove anos tenho o meu coracao de luto  Bis 


A Canção no Tempo - Vol.2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34

Nara Leão: Cuitelinho


Cuitelinho (toada, 1974) - Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó - Intérprete: Nara Leão

LP Anuário Marcus Pereira / Título da música: Cuitelinho / Tradicional / Paulo Vanzolini (Pesquisador) / Antônio Xandó (Pesquisador) / Nara Leão (Intérprete) / Gravadora: Marcus Pereira / Ano: 1974 / Álbum: 403.5026 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Toada / Regional / Sertanejo.


A
Cheguei na beira do porto
                    E
Onde as ondas se espáia
    A
As garça dá meia volta
                     E
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
                     A               A E D E A
Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai
             A
Aí quando eu vim de minha terra
                 E
Despedi da parentaia
      A
Eu entrei no Mato Grosso
                    E
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
                   A              A E D E A
Enfrentei fortes bataia, ai, ai, ai
     A
(*)A tua saudade corta
              E
Como aço de navaia
      A
O coração fica aflito
                   E
Bate uma, a outra faia
Os óio se enche d`água
                       A                A E D E A (bis) (*)
Que até a vista se atrapaia, ai, ai, ai

Sérgio Reis: Comitiva Esperança


Comitiva Esperança - Almir Sater e Paulo Simões - Intérprete: Sérgio Reis

LP Sérgio Reis - Pantaneiro / Título da música: Comitiva Esperança / Almir Sater (Compositor) / Paulo Simões (Compositor) / Sérgio Reis (Intérprete) / Gravadora: BMG-Ariola / Ano: 1990 / Álbum: 130.0116 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


D                           
Nossa viagem não é ligeira, 
                    G         D       
    ninguém tem pressa de chegar
                             
A nossa estrada, é boiadeira, 
                  G         D
    não interessa onde vai dar
G                D             G               D  
Onde a Comitiva Esperança, chega já começa a festança
   A    D           A      D          A   D  
Através do Rio Negro, Nhecolândia e Paiaguá
  A     D       A      D        A    D          A
Vai descendo o Piqueri, o São Lourenço e o Paraguai
D                                 
Tá de passagem, abre a porteira, 
                      G       D
       conforme for pra pernoitar
                                      A           D
Se a gente é boa, hospitaleira, a Comitiva vai tocar
       G                            
Moda ligeira, que é uma doideira, 
                     D7       G
    assanha o povo e faz dançar
          A              G
Oh moda lenta que faz sonhar
          D                        G            D  
Onde a Comitiva Esperança chega já começa a festança
      A         D        A     D         A    D
Através do Rio Negro, Nhecolândia e Paiaguás
       A          D      A          D            A    D
Vai descendo o Piqueri, o São Lourênço e o Paraguai
E                          A
É, tempo bom que tava por lá, 
 G                   D        E
Nem vontade de regressar
                       A
Só vortemo eu vô confessar
                             A       
É que as águas chegaram em Janeiro, 
                        A 
deslocamos um barco ligeiro
               D
Fomos pra Corumbá

Cascatinha e Inhana: Colcha de Retalhos

Cascatinha-Inhana
Colcha de retalhos - Raul Torres - Interpretação: Cascatinha e Inhana

Disco 78 rpm / Título da música: Colcha De Retalhos / Raul Torres (Compositor) / Cascatinha e Inhana (Intérprete) / Gravadora: Todamérica / Ano: 1959 / Álbum: TA-5.803 / Lado B / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


Tom: E

E
Aquela colcha de retalhos que tu fizeste
                                   B7
Juntando pedaço em pedaço foi costurada
Serviu para nosso abrigo em nossa pobreza
   E               B7                   E    E7
Aquela colcha de retalhos está bem guardada
  A
Agora na vida rica que estas vivendo
                               E
Terás como agasalho colcha de cetim
                                        B7
Mas quando chegar o frio no teu corpo enfermo
                                         E    B7
Tu hás de lembrar da colcha e também de mim
    E
Eu sei que hoje não te lembras dos dias amargos
                                     B7
Que junto de mim fizeste um lindo trabalho
E nessa sua vida elegre tens o que queres
    E                  B7                  E     E7
Eu sei que esqueceste agora a colcha de retalhos
  A
Agora na vida rica que estas vivendo
                               E
Terás como agasalho colcha de cetim
                                        B7
Mas quando chegar o frio no teu corpo enfermo
                                         E  B7  E
Tu hás de lembrar da colcha e também de mim

Fernando: Chuá, Chuá

O bonito e original guarda-roupa da revista "Comidas, Meu Santo!" de Marques Porto e Ari Pavão, encenada no Teatro Recreio, do Rio de Janeiro, em 1925.

"Deixa a cidade formosa morena / linda pequena / e volta ao sertão... Estes versos sintetizam o tema de "Chuá, Chuá" - o eterno confronto cidade/sertão -, tema que se repete em vários outros clássicos do repertório nacional. Destaca-se, porém, nesta canção um estribilho forte ("E a fonte cantá / chuá, chuá / e a água a corrê / chuê, chuê..."), fácil de cantar em terças, residindo aí, talvez, o motivo maior de sua popularidade.

Chuá, Chuá foi composto para a revista Comidas, meu Santo, encenada com sucesso no Teatro Recreio, no Rio de Janeiro, de junho a setembro de 1925.

Participantes dessa revista, os autores Pedro de Sá Pereira e Ari Pavão sempre tiveram seus nomes ligados ao meio teatral, o primeiro como maestro e compositor o segundo como libretista.

Chuá, chuá (canção, 1925) - Pedro de Sá Pereira e Ari Pavão

Disco 76 rpm / Título: Chuá, chuá / Autoria: Pereira, Pedro de Sá, 1892-1955 (Compositor) / Fernando (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Jazz Band Sul û Americano Romeu Silva (Acompanhante) / Sá Pereira (Compositor) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1921-1926 / Nº Álbum 122944


--------------E --------Db7---- Gbm ------B7------- Gbm--- B7------ E
Deixa a cidade formosa morena /--- Volta pro ameno e doce sertão
------------Abm7----- Db7---- Gbm -----B7-------- Gbm---- B7------- E
Beber a água da fonte que canta /--- Que se levanta do meio do chão
-----------------------Db7------ Gbm ------B7 --------Gbm --B7- Bm7-- E7
Se tu nasceste cabocla cheirosa /----- Buscando o gozo do seio da terra
---------------A------ D------ Abm --------Db7----- Gbm---- B7------ E
Volta pra vida serena da roça /----- Daquela palhoça do velho sertão

---------------------Db7 ----Gbm -----B7------- Gbm---- B7------ E
A lua branca de cor prateada /---- Faz a jornada no alto dos céus
--------------Abm7------ Db7------ Gbm--- B7 ------Gbm----- B7-------- E
Como se fosse uma pomba altaneira / ---Da cachoeira fazendo escarcéus
-----------------------------Db7----- Gbm ----B7----- Gbm ----B7 -Bm7- E7
Quando essa lua lá na altura distante /---- Lira ofegante no poente a cair
-------------------A ---------D -------Abm7 ---------Db7------ Gbm --------B7----- E
Dá-me essa trova que o pinho descerra / Que eu volto pra serra, que eu quero partir

-----------------Gbm7 --B7 ----Gbm7----- B7--------- E------------- Bm7
E a fonte a cantar: chuá . . .chuá / E as águas a correr: chuá . . .chuê . . .
------E7 ----------A---------- -D ------Abm7 -------Db7 ------Gbm7 ----B7-------- E
Parece que alguém que cheio de mágoa / Deixasse quem há de dizer que a saudade
--------Abm7 --Gbm----- B7------ E
No meio das águas rolando também (bis)



História do Samba - Fascículos - Editora Globo - 1997.

Serrinha e Caboclinho: Chitãozinho e Chororó

Serrinha-Caboclinho
Chitãozinho e chororó (1947) - Serrinha e Athos Campos - Intérprete: Serrinha e Caboclinho

Disco 78 rpm / Título da música: Chitãozinho E Chororó / Serrinha (Compositor) / Athos Campos (Compositor) / Serrinha e Caboclinho (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1947 / Álbum: 12.747 / Lado A / Gênero musical: Regional / Sertanejo


A                      E7                    A
Eu não troco o meu ranchinho marradinho de cipó
                E7                     A
Pruma casa na cidade, nem que seja bangaló
                  D                        A
Eu moro lá no deserto, sem vizinho eu vivo só
                     E7                    A
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
              E7           A     
É o inhambuchitão e o chororó,
             E7          A
é o inhambuchitão e o chororó
                     E7                  A
Quando rompe a madrugada canta o galo carijó
                E7                  A
Pia triste a coruja na cumieira do paió
                    D                   A
Quando chega o entardecer pia triste o jaó
                     E7                    A
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
              E7           A     
É o inhambuchitão e o chororó,
     E7          A
é o inhambuchitão e o chororó
                        E7                    A
Não me dou com a terra roxa, com a seca larga pó
                E7                        A
Na baixada do areião eu sinto um prazer maior
                  D                    A
Ver a rolinha no andar no areião faz carapó
                     E7                    A
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
              E7           A      
É o inhambuchitão e o chororó,
  E7          A
é o inhambuchitão e o chororó
                    E7                      A
Quando sei de uma notícia que outro canta melhor
                    E7                   A
Meu coração dá um balanço, fica meio banzaró
                     D                   A
Suspiro sai do meu peito que nem bala geveró
                     E7                    A
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
              E7           A    
É o inhambuchitão e o chororó,
  E7          A
é o inhambuchitão e o chororó
                 E7                         A
Eu faço minhas caçadas bem antes de sair o sol
                  E7                   A
Espingarda de cartucho, padrona de tiracolo
                  D                    A
Tenho buzina e cachorro pra fazer forrobodó
                     E7                    A
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
              E7           A        
É o inhambuchitão e o chororó,
  E7          A
é o inhambuchitão e o chororó ...

Raul Torres e Florêncio: Chico Mulato

Raul Torres
Chico Mulato (toada, 1937) - João Pacífico e Raul Torres - Interpretação: Raul Torres

Disco 78 rpm / Título da música: Chico Mulato / Raul Torres (Compositor) / João Pacífico (Compositor) / Raul Torres (Intérprete) / Raul Torres, João Pacífico e Sua Embaixada (Participantes) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1937 / Álbum: 34.196 / Lado B / Gênero musical: Toada / Regional / Sertanejo / A regravação abaixo é com Raul torres e Florêncio do LP "Cavalo zaino" de 1959 pela chantecler ClP-2.011:


Tom: C
Declamado: 
 
Na volta daquela estrada 
Bem em frente uma encruzilhada 
Todo ano a gente via / Lá no meio do terreiro 
A imagem do padroeiro / São João da Freguesia 
 
Do lado tinha a fogueira / Em redor a noite inteira 
Tinha caboclo violeiro / E uma tal de Terezinha 
Cabocla bem bonitinha / Sambava nesse terreiro 
 
Era noite de São João / Estava tudo no serão 
Estava Romão, o cantador / Quando foi de madrugada 
Saiu com Tereza pra estrada / Talvez, confessar seu amor 
 
Chico Mulato era o festeiro / Caboclo bom, violeiro 
Sentiu frio seu coração / Rancou da cinta o punhal 
E foi os dois encontrar / Era o rival, seu irmão 
 
Hoje na volta da estrada / Em frente àquela encruzilhada 
Ficou tão triste o sertão / Por causa de Terezinha 
Essa tal de caboclinha / Nunca mais teve São João  

C        G7          G#º        C/G
21 10 15 13 11 23 20 30 43 40 41 42 
     A/G Dm                    F  G  C 
21 10 15 13 11 10 13 11 23 20 32 20 21 
         G7 
10 11 12 13 
42 40 41 42
 
   C                   Dm 
Tapera de beira da estrada 
     G7              C 
Que vive assim descoberta 
     F                   G7 
Por dentro não tem mais nada 
            G/F   C      G7 
Por isso ficou deserta 
   C            Dm 
Morava Chico Mulato 
   G7            C 
O maió dos cantadô 
      F                 G7 
Mas quando Chico foi embora 
         G/F        C 
Na vila ninguém sambou 
   F            G7 
Morava Chico Mulato 
        G/F      C    G7 
O maió dos cantadô. 
 
   C               Dm 
A causa dessa tristeza 
   G7             C 
Sabida em todo lugar 
 F               G7 
Foi a cabocla Tereza 
            G/F      C    G7 
Com outro ela foi morar 
      C           Dm 
E o Chico acabrunhado 
    G7            C 
Largou até de cantar 
   F              G7 
Vivia triste e calado 
          G/F     C 
Querendo só se matar 
      F           G7 
E o Chico acabrunhado 
         G/F      C     G7 
Largou até de cantar. 
 
  C               Dm 
Emagrecendo o coitado 
    G7              C 
Foi indo até se acabar 
    F                G7 
Chorando tanto a saudade 
              G/F         C    G7 
De quem não quis mais voltar 
   C             Dm 
E todo mundo chorava 
   G7            C 
A morte do cantador 
     F 
Não tem batuque, 
     G7 
Nem samba 
         G/F      C 
Sertão inteiro chorou 
    F            G7 
E todo mundo cantava 
         G/F     C 
A morte do cantador. 

Tonico e Tinoco: Chico Mineiro


Chico Mineiro (1945) - Francisco Ribeiro e Tonico - Interpretação: Tonico e Tinoco

LP Tonico & Tinoco Com Suas Modas Sertanejas / Título da música: Chico Mineiro / Tonico (Compositor) / Francisco Ribeiro (Compositor) / Tonico e Tinoco (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1958 / Álbum: LPP 3019 / Lado B / Faixa 1 / Obs.: LP com coletânea de 78 rpm / Outras edições: Caboclo/Continental CLP 9.022.


(declamado)
"Cada vez que eu me alembro do amigo Chico mineiro,
Das viagem que nói fazia era ele meu companheiro.
Sinto uma tristeza, uma vontade de chorar,
Alembrando daqueles tempo que não mais hái de vortar. 
Apesar de eu ser patrão,
Eu tinha no coração o amigo Chico mineiro,
Caboclo bom, decidido, na viola era delorido 
E era o peão dos boiadeiro.
Hoje porém com tristeza recordando 
Das proeza da nossa viagem motim,
Viajemo mais de dez ano, 
Vendendo boiada e comprano, por esse rincão sem-fim.
Caboclo de nada temia mas porém, chegou um dia, 
Que Chico apartou-se de mim".

(intro) G D7 G

 G                 D7
Fizemos a última viagem
                        G
Foi lá pro sertão de goiás.
                    D7
Foi eu e o Chico mineiro
                   G
Também foi um capataz.
C
Viajemo muitos dia
     D7    C        G
Pra chegar em ouro fino
 C         G         D7
Aonde nós passemo a noite
                G      D7
Numa festa do divino.

   G               D7
A festa estava tão boa
                      G
Mas antes não tivesse ido
               D7
O Chico foi baleado
                      G
Por um homem desconhecido.
     C
Larguei de comprar boiada.
   D7   C          G
Mataram meu companheiro.
   C        G       D7
Acabou-se o som da viola,
                     G      D7
Acabou-se o Chico mineiro.

  G                D7
Depois daquela tragédia
                   G
Fiquei mais aborrecido.
                       D7
Não sabia da nossa amizade
                      G
Porque nós dois era unido.
     C
Quando vi seus documento
    D7    C      G
Me cortou o coração
      C                D7
De sabê que o Chico mineiro
                    G
Era meu legítimo irmão.

Duo Brasil Moreno: Chalana

Duo Brasil Moreno
Chalana (rasqueado, 1952) - Mário Zan e Arlindo Pinto - Intérprete: Duo Brasil Moreno

Disco 78 rpm / Título da música: Chalana / Mário Zan (Compositor) / Arlindo Pinto (Compositor) / Duo Brasil Moreno (Intéprete) / Gravadora: Star / Ano: 1952 / Álbum: 370 / Lado B / Gênero musical: Rasqueado / Regional.


    D                    A7       D
Lá vai uma chalana, bem longe se vai
                         A7
Navegando no remanso do rio Paraguai
G
Oh chalana sem querer
D
Tu aumentas minha dor
A
Nessas águas tão serenas
                   D
Vai levando o meu amor

E assim ela se foi
                   A7
Nem de mim se despediu
G
A chalana vai sumindo
  A             D
Na curva lá do rio

E se ela vai magoada
                     A7
Eu bem sei que tem razão

Fui ingrato, eu feri
                D
O seu meigo coração

Renato Teixeira: Casinha Branca


Casinha Branca (Lá No Pé Da Serra) (Você Vai Gostar) - Elpídio dos Santos - Intérprete: Renato Teixeira

CD Renato Teixeira - Ao Vivo No Rio - 30 Anos De Romaria / Título da Música: Casinha Branca (Lá No Pé Da Serra) (Você Vai Gostar) / Elpídio dos Santos (Compositor) / Renato Teixeira (Intérprete) / Gravadora: Kuarup / Ano: 1997 / Álbum: KCD-100 / Faixa 5 / Gênero musical: Regional / Sertanejo


Tom: Am

Am
Fiz uma casinha branca
            A7
Lá no pé da serra
               E7
Pra nós dois morar
Fica perto da barranca
           Am
Do Rio Paraná
A paisagem é uma beleza
            A7
Eu tenho certeza
            Dm
Você vai gostar
Fiz uma capela
Am               E7
Bem do lado da janela
               A
Pra nós dois rezar
Quando for dia de festa
                                E
Você veste o seu vestido de algodão
Quebro meu chapéu na testa
                  A
Para arrematar as coisas do leilão
A7                  D
Satisfeito eu vou levar
              C#7
Você de braço dado
               F#
Atrás da procissão
D                    A
Vou com meu terno riscado
    F#7     B7            E7     A
Uma flor do lado e meu chapéu na mão

Gastão Formenti: Casa de Caboclo

Os versos desta canção "Numa casa de caboco / um é pouco / dois é bom / três é demais", consagraram-se como um verdadeiro dito popular. Este fato, por si só, comprova a grande popularidade alcançada pela composição, que tornou conhecido o seu lançador, o então jovem cantor Gastão Formenti.

Autores de "Casa de Caboclo", Hekel Tavares e Luiz Peixoto acabaram inspirando, juntamente com Joubert de Carvalho, uma onda de canções sobre motivos sertanejos, que proliferou no final dos anos vinte. Como acontece muitas vezes a músicas de sucesso, houve à época do lançamento quem considerasse "Casa de Caboclo" plágio de um tema de Chiquinha Gonzaga, levando a discussão aos jornais. Daí a informação que figura em algumas de suas regravações: "Canção baseada em motivos de Chiquinha Gonzaga".

Casa de caboclo (canção, 1929) - Chiquinha Gonzaga, Luiz Peixoto e Heckel Tavares - Intérprete: Gastão Formenti - Disco 78 rpm - Piano (Acompanhante) - Violão (Acompanhante) - Imprenta [S.l.]: Parlophon, 21/09/1928 - Nº Álbum 12883 - Gênero musical: Canção



(A)--------- Gb7--------- Bm--------- E7
Você tá vendo essa casinha simplesinha
-----------------------A-- E7-- A
Toda branca de sapê
-------------------------------E---------------- B7
Diz que ela véve no abandono não tem dono
---------------------------E7---- A
E se tem ninguém não vê
-------------Gb7--------- Bm--------------- E7
Uma roseira cobre a banda da varanda
------------------------A----- D
E num pé de cambuçá
-------------------------A--------------- E7
Quando o dia se alevanta Virge Santa
---------------------(A) (E) (A) (Db7) Gbm
Fica assim de sabiá
--------------------------Db7----------------- D7
Deixa falá toda essa gente maldizente
---------------------------Db7------ Gb7
Bem que tem um moradô
------------------------------B7 ----------------E7
Sabe quem mora dentro dela Zé Gazela
----------------------(A) (E) (A) (E) A
O maió dos cantadô
----------------Gb7------- Bm --------------E7
Quando Gazela viu siá Rita tão bonita
-----------------------A---- E7---- A
Pôs a mão no coração
---------------------------E------------------ B7
Ela pegou não disse nada deu risada
--------------------------E7----- A
Pondo os oinho no chão
------------Gb7----------- Bm --------------E7
E se casaram, mas um dia, que agonia
-----------------------------A ----------D
Quando em casa ele voltou
-----------------------A---------------- E7
Zé Gazela via siá Rita muito aflita
----------------------A (E) (A) (Db7) Gbm
Tava lá Mané Sinhô
---------------------------Db7-------------------- Gbm
Tem duas cruz entrelaçada bem na estrada
-----------------------Db7---- Gb7
Escrevero por detrás:
-----------------------B7----------------- E7
“Numa casa de caboclo um é pouco
--------------------------(A) (E) (A)
Dois é bom, três é demais”


Fonte: A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Vol. 1 - Editora 34

Tonico e Tinoco: Cana Verde


Cana verde (1945) - Tonico e Tinoco

LP Tonico & Tinoco Com Suas Modas Sertanejas / Título da música: Cana verde / Tonico (Compositor) / Tinoco (Compositor) / Tonico e Tinoco (Intérprete) / Gravadora: Continental / Ano: 1958 / Álbum: LPP 3019 / Lado A / Faixa 1 / Obs.: LP com coletânea de 78 rpm / Outras edições: Caboclo/Continental CLP 9.022.


(intro 2x) ( A E7 A E7 A )

A       E7            A
Abre a porta ou a janela
      E7                 A
Venha ver quem é que eu sou
      E7           A
Sou aquele desprezado
      E7           A
Que você me desprezou

      E7            A
Eu já fiz um juramento
      E7            A
De nunca mais ter amor
       E7            A
Por viver penar chorando
      E7               A
Pra todo lugar que eu for

        E7              A
Quem canta seu mal espanta
      E7        A
Chorando será pior
     E7             A
O amor que vai e volta
     E7              A
A volta sempre é melhor

       E7          A
Chora viola e sanfona
       E7          A
Chora triste o violão
      E7           A
O que é madeira chora
      E7          A
Que dirá meu coração

Milton Nascimento: Cálix Bento


Calix Bento (folclore mineiro / tradicional) - Adaptação de Tavinho Moura - Interpretação: Milton Nascimento

LP Geraes / Título da música: Calix Bento / Tradicional / Milton Nascimento (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1976 Álbum: XEMCB 7020 / Lado A / Faixa 2.


Intr.: D

          A7         D
Oh, Deus salve o oratório (2x)
      D7           G              A7
Onde Deus fez a morada, oiá, meu Deus
                   D    A7 D
Onde Deus fez a morada, oiá

      A7            D
Onde mora o cálix bento (2x)
      D7         G              A7
E a hóstia consagrada, oiá, meu Deus
                  D    A7 D
E a hóstia consagrada, oiá

      A7           D
De Jessé nasceu a vara (2x)
     D7           G              A7
Da vara nasceu a flor, oiá, meu Deus
                  D    A7 D
Da vara nasceu a flor, oiá

      A7            D
E da flor nasceu Maria (2x)
      D7         G              A7
De Maria o Salvador, oiá, meu Deus
                 D   A7 D
De Maria o Salvador, oiá

Raul Torres e Serrinha: Cabocla Tereza

Raul Torres-Serrinha
Cabocla Tereza - João Pacífico e Raul Torres - Interpretação: Raul Torres e Serrinha

Disco 78 rpm / Título da música: Cabocla Tereza / Raul Torres (Compositor) / João Pacífico (Compositor) / Raul Torres e Serrinha (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1940 / Álbum: 34.642 / Lado B / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


Tom: A-D
Introd.:(E E/G# A A/C# E D C#m Bm A)

(E E/G# A A/C# E D C#m Bm A)-Solo

Lá no alto da montanha / Numa casa bem estranha
Toda feita de sapê / Parei uma noite o cavalo
Pra mode de dois estalos / Que ouvi lá dentro bater
Apeei com muito jeito / Ouvi um gemido perfeito
Uma voz cheia de dor: "Você, Tereza, descansa 
jurei de fazer vingança / pra mode do meu amor."
Pela réstia da janela / Por uma luizinha amarela
De um lampião apagando / Vi uma cabocla no chão
E um cabra tinha na mão / Uma arma alumiando
Virei meu cavalo a galope / Risquei de espora e chicote
Sangrei a anca do tal / Desci a montanha abaixo
E galopeando aquele macho / O seu doutor fui chamar
Voltemos lá pra montanha / Naquela casinha estranha
Eu e mais seu doutor / Topei um cabra assustado
Que chamando nós prum lado / A sua história contou

A D/A A D/A

    A        D         A
Há tempo eu fiz um ranchinho
                     E7
Pra minha cabocla morar
           D        E7
Pois era ali nosso ninho
     D     E7      A
Bem longe deste lugar
         D        A
No alto lá da montanha
                  E7
Perto da luz do luar
        D      E7
Vivi um ano feliz
     D    E7        A
Sem nunca isso esperar

Solo: G/B A/C# D G/D D G/D

D          G       D
  E muito tempo passou
                       A7
Pensando em ser tão feliz
         G        A7
Mas a Tereza, doutor
   G   A7       D
Felicidade não quis
               G       D
Pus meu sonho neste olhar
                   A7
Paguei caro o meu amor
             G        A7
Por causa de outro caboclo
     G         A7     D
Meu rancho ela abandonou

Solo: D A E7 A D/A A D/A

    A      D         A
Senti meu sangue ferver
                  E7
Jurei a Tereza matar
        D        E7
O meu alazão arriei
  D       E7       A
E ela eu fui procurar
       D        A
Agora já me vinguei
                  E7
É esse o fim deste amor
        D         E7
Essa cabocla eu matei
    D         E7       A
É a minha história, doutor

Luiz Carlos Paraná: Cafezal em Flor


Cafezal em Flor - Luiz Carlos Paraná - Interpretação: Luiz Carlos Paraná

LP A Música De Carlos Paraná / Título da música: Cafezal Em Flor / Luiz Carlos Paraná (Compositor) / Luiz Carlos Paraná (Intérprete) / Gravadora: O Jogral / Ano: 1971 / Álbum: MPLP-004 / Gênero musical: Regional / Sertanejo.


Introd A7   D

                A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
                A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
      A          D            A          D
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal
      A          D            A          D
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal
        A           G             D
Era florada, lindo véu de branca renda
                      A7                           D
Se estendeu sobre a fazenda, igual a um manto nupcial
           A           G              D
E de mãos dadas fomos juntos pela estrada
                   A7                     D
Toda branca e pefumada, fina flor do cafezal
                A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
                A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
      A          D            A          D
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal
      A          D            A          D
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal
            A           G            D
Passa-se a noite vem o sol ardente bruto
                        A7                      D
Morre a flor e nasce o fruto no lugar de cada flor
            A              G             D
Passa-se o tempo em que a vida é todo encanto
                        A7                          D
Morre o amor e nasce o pranto, fruto amargo de uma dor
                A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
                A7                        D
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
Introdução