Páginas

sábado, 8 de outubro de 2022

Patrício Teixeira: Não Tenho Lágrimas

Patrício Teixeira
Lançado em agosto de 37, "Não Tenho Lágrimas" agradou de saída, estendendo seu sucesso ao carnaval seguinte, quando foi um dos sambas vencedores. Segundo se comentou no meio musical da época, este samba teria estribilho de Max Bulhões e segunda parte de Wilson Batista. Mílton de Oliveira entrara no lugar de Wilson por ter conseguido a gravação. Como "indenização", Bulhões teria pagado trinta mil-réis a Wilson.

Igual a tantas outras, esta é apenas mais uma história de venda de samba, que ficou no disse-me-disse, sem comprovação. A verdade, porém, é que "Não Tenho Lágrimas" (também chamado de "Quero Chorar") permaneceu e tornou-se um clássico. Gravado despretensiosamente no original pelo cantor e professor de violão Patrício Teixeira, possui extensa discografia que inclui intérpretes internacionais como Xavier Cugat e Nat "King" Cole. Nat o gravou em 1959 no elepê A Mis Amigos, com o título de "Come to Mardi Gras", graças à beleza de sua melodia.

Teoricamente, os últimos quatro compassos do estribilho ("Só porque não sei chorar / eu vivo triste a sofrer" ) parecem um rabicho colado ao tema principal. Na prática, a despeito de aumentarem para vinte os tradicionais 16 compassos, esses últimos quatro compassos são um fecho "tipo breque" de tal originalidade que dispensariam até a segunda parte, menos criativa.

Não tenho lágrimas (samba, 1937) - Max Bulhões e Mílton de Oliveira

Disco 78 rpm / Título da música: Não tenho lágrimas / Autoria: Bulhões, Max, 1903-1977 (Compositor) / Oliveira, Milton de, 1919-1986 (Compositor) / Teixeira, Patrício (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1937 / Nº Álbum 34193 / Lado A / Gênero musical: Samba

G       D7              G
Quero chorar...não tenho lágrimas/ Que me rolem na face
            D7               B7                   Em
Pra me proteger / Se eu chorasse  / Talvez desabafasse
     A7          D                 A7       D7
O que sinto no peito    /   Eu não posso dizer
                                              G
Só porque não sei chorar / Eu vivo triste a sofrer

       D7                          G
Estou certo que o riso não tem nenhum valor
             B7                      Em
A lágrima sentida é o retrato de uma dor
           C                D7         G
O destino assim quis /     De mim te separar
    E7             A7         D7        G
Quero chorar não posso /    Vivo a implorar

Fontes: Instituto Moreira Salles - Acervo musical; A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

Paulinho da Viola: Miudinho

Miudinho - Tradicional - Interpretação: Paulinho da Viola - Participação: Bucy Moreira, Raul Marques e Monarco

LP Paulinho Da Viola / Título da música: Miudinho / Tradicional (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Monarco (Partic.) / Bucy Moreira (Partic.) / Raul Marques (Partic.) / Gravadora: EMI-Odeon / Ano: 1978 / Nº Álbum: 062 421133 / Lado B / Faixa 6 / Gênero musical: Samba.


C  Eb°  Dm  G7 
Ô devagar miudinho,  devagarinho      
Ô devagar miudinho,  devagarinho                      2X 
Ô devagar, ô devagar, ô devagar , ô devagar 
 
(Paulinho) 
Se você quer dinheiro    eu não tenho não  
Se você quer carinho     eu tô de prontidão  
Se você quer carinho     eu tô de prontidão 
 
 C  Eb°  Dm  G7 (9X ) 
 
Ô devagar miudinho,  devagarinho      
Ô devagar miudinho,  devagarinho                      2X 
Ô devagar, ô devagar, ô devagar , ô devagar  
 
(Monarco) 
Se eu soubesse eu tinha me preparado 
penteava meu cabelo , tinha meu quarto arrumado  
penteava meu cabelo , tinha meu quarto arrumado (devagar... )     
 
 C  Eb°  Dm  G7 (10X ) 
 
Ô devagar miudinho,  devagarinho      
Ô devagar miudinho,  devagarinho                      2X 
Ô devagar, ô devagar, ô devagar , ô devagar 
 
(Leuci) 
Você meu bem esse se rebolando  
Dessa maneira está me tentando 
Dessa maneira está me matando  (ô devagar... )           
 
  C  Eb°  Dm  G7 (8X) 
 
Ô devagar miudinho,  devagarinho      
Ô devagar miudinho,  devagarinho                      2X 
Ô devagar, ô devagar, ô devagar , ô devagar 
 
(Raul) 
Eu canto samba má não por valentia 
É uma prova de amizade que eu tenho pela orgia   
É uma prova de amizade que eu tenho pela orgia   (devagar... )

Paulinho da Viola: Mente ao Meu Coração


Mente Ao Meu Coração (samba, 1976) - Francisco Malfitano - Interpretação: Paulinho da Viola

LP Memórias Cantando / Título da música: Mente Ao Meu Coração / Francisco Malfitano (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1976 / Nº Álbum: SXMOFB 3924 / Lado A / Faixa 6 / Gênero musical: Samba.


[Intro:] G Em Am D#º G7M G#º Am7 D7(9)

G7M   Bbº Am7
Mente ao meu coração
    D#º G/D
Que cansado de sofrer
         C#º Am7
Só deseja adormecer
  G/B           Am7 Am7/G F#m7(b5)
Na palma da tua mão
    B7 Em
Conta ao meu coração
      A7(13)
Estória das crianças
      A7(b13)
Para que ele reviva
      Am7(b5) D7
As velhas esperanças

Am7    D7 G7M
Mente ao meu coração
      
Mentiras cor-de-rosa
Que as mentiras de amor
  Bm7(b5)     E7
Não deixam cicatrizes
Am7 Cm7 Bm7     E7 Am7
E tu és a mentira mais gostosa
  D7          G7M
De todas as mentiras que tu dizes

Paulinho da Viola: Guardei Minha Viola

Guardei Minha Viola (samba, 1972) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP A Dança Da Solidão / Título da música: Guardei Minha Viola / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1972 / Nº Álbum: SMOFB 3718 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba / MPB.


[Intro:] E

             F#m7 B7
Minha viola vai pro fundo do baú
        E
Não haverá mais ilusão
              F#m7
Quero esquecer ela não deixa
    B7        E
Alguém que só me fez ingratidão

       F#m7 B7   E
No carnaval quero afastar
   F#m7            B7  E
As mágoas que meu samba não desfaz
 G#m7               C#7
Pra facilitar o meu desejo
    F#m7        B7       E
Guardei meu violão, não toco mais

Paulinho da Viola: Foi um Rio que Passou em Minha Vida

A história de “Foi um Rio que Passou em Minha Vida” tem muito a ver com a de outro samba famoso, “Sei Lá Mangueira”, musicado por Paulinho da Viola que, para amaciar corações portelenses magoados com a sua homenagem à escola rival, compôs este canto de amor e fidelidade à sua querida Portela: “Ah, minha Portela / quando vi você passar / senti meu coração apressado / todo o meu corpo tomado / minha alegria voltar / não posso definir aquele azul / não era do céu / não era do mar / foi um rio que passou em minha vida / e o meu coração se deixou levar.”

Um dos mais talentosos integrantes da geração de sambistas revelada, como foi dito, nos anos sessenta, Paulinho da Viola recebeu influências diretas de compositores tradicionais, como Cartola, que desenvolve à sua maneira, modernizando-as sem desfigurá-las. Isso pode ser observado em composições como “Foi um Rio que Passou em Minha Vida”, o samba que consolidou o seu prestígio de cantor e compositor (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida (samba, 1970) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Paulinho Da Viola – Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida / Título da música: Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1970 / Nº Álbum: MOFB 3629 / Lado A / Faixa 6 / Gênero musical: Samba / MPB.

Tom: G
G                    E7              Am
Se um dia  /  Meu coração for consultado
          D7           Am        D7            G   D7
Para saber se andou errado/    Será difícil negar
  G         D7              G
Meu coração tem manias de amor
            E7          Am7   C                Cm
Amor não é fácil de achar/ A marca dos meus desenganos
 Bm      E7       Am7      D7          G7
Ficou, ficou /      Só um amor pode apagar
       C              Cm         Bm     E7
As marcas dos meus desenganos / Ficou, ficou
 Am7     D7        G     D7
Só um amor pode apagar
   G   D7    G           D7        G
Porém, ai porém / Há um caso diferente
      B7              Em             Am
Que marcou um breve tempo / Meu coração para sempre
D7             G      
Era dia de carnaval / Carregava uma tristeza
                                     Bm7
Não pensava em novo amor / Quando alguém
       E7             Am7
Que não me lembro anunciou : Portela, Portela
        D7                                    G     D7
O samba trazendo alvorada/ Meu coração conquistou
G     E7       Am        D7           G     D7
Ai, minha Portela / Quando vi você passar
    G                  E7                        Am7  D7
Senti meu coração apressado/ Todo o meu corpo tomado
                G    D7         G          
Minha alegria voltar    / Não posso definir aquele azul
            E7               Am7
Não era do céu / Nem era do mar
C       Cm        G             E7
Foi um rio que passou em minha vida
  Am       D7            G7     C         Cm         G     
E meu coração se deixou levar /   Foi um rio que passou
          E7     Am         D7            G
Em minha vida /  E meu coração se deixou levar
  C    Cm     G  E7  Am  D7    E7       C       Cm
Laiá       laiá      laiá lalalá     laiá     laiá    
           G      E7     Am       D7     G
        laiá   laiá   laiá   lalalá  laiá

Paulinho da Viola: Eu Canto Samba


Eu Canto Samba (samba, 1989) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Eu Canto Samba / Título da música: Eu Canto Samba / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: BMG-Ariola / Ano: 1989 / Nº Álbum: 140.0010 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.


Tom: D

D  
Eu canto samba  
                             Em  
Porque só assim eu me sinto contente  
          A7  
Em vou ao samba 
                                 D       A7  
Porque longe dele eu não posso viver  
            D  
Com ele eu tenho de fato  
   B7           Em  
Uma velha intimidade  
         A7  
Se fico sozinho  
               D       A7  
Ele vem me socorrer  
          D  
   :   Há muito tempo eu escuto esse papo furado  
b :      Em  
i  :   Dizendo que o samba acabou  
s  :       A7                       D  
   :    Só se foi quando o dia clareou  
        Em           A7  
O samba é alegria  
            D  
Falando de coisas da gente  
         D7  
Se você anda tristonho  
         G  
No samba fica contente  
           Gm7  
Segura o choro criança  
          D             B7
Vou te fazer um carinho  
            E7  
levando um samba de leve  
      A7               D       A7  
Nas cordas do meu cavaquinho

Paulinho da Viola: Duas Horas da Manhã

Duas Horas da Manhã (samba, 1972) - Nelson Cavaquinho e Ari Monteiro - Intérprete: Paulinho da Viola

LP A Dança Da Solidão / Título da música: Duas Horas da Manhã / Ari Monteiro (Compositor) / Nelson Cavaquinho (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1972 / Nº Álbum: SMOFB 3718 / Lado B / Faixa 4 / Gênero musical: Samba / MPB.


F#m7             Bº
Duas horas da manhã, 
F#m/C#        F#m   A     G#º C#m7.5- G F#
Contrariado espero pelo meu amor
         Eº          Bm       Bm7.5- E
Vou subindo o morro sem alegria,
E/G#              A        G#º  G
Esperando que amanheça o dia
F#m7 A         G#º Fm6.5+ 
Qual será o paradeiro 
F#m7        A         G#º   C#7.9- C#m7.5- G F#
daquela que até agora não voltou?
Bbº               Bm7                      
Eu não sei se voltará, 
               Ebº C#7  F#m7 A
ou se ela me abandonou
  Bm7                        A
A minha esperança está morrendo
              G#º             C#7.9-           
E a saudade no meu peito vai crescendo
             Bm7       G#º    A
Parece até que o coração me diz
      EbºD7    C#7 F#m7
Sem ela, eu não serei feliz...

Paulinho da Viola: Dança da Solidão


Dança da Solidão (samba, 1972) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP A Dança Da Solidão / Título da música: Dança da Solidão / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1972 / Nº Álbum: SMOFB 3718 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba / MPB.


[Intro:] Am

              A7          Dm
Solidão é lava que cobre tudo
     E7            Am
Amargura em minha boca, 
         B7                 E7
     sorri seus dentes de chumbo
    Am  A7        Dm
Solidão palavra cavada no coração
      Am         E7             Am
Resignado e mudo no compasso da desilusão

       Dm E7      A7
Desilusão, desilusão
                  Dm
Danço eu dança você
                 E7 Am
Na dança da solidão

                 E7               Am
Caméllia ficou viúva, Joana se apaixonou
                A7                       Dm
Maria tentou a morte, por causa do seu amor
                   Bm7(b5)    E7            Am
Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
                      E7                    Am
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado

Quando vem a madrugada, meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola, contemplando a lua cheia
Apesar de tudo existe, uma fonte de água pura
Quem beber daquela água, não terá mais amargura

Paulinho da Viola: Coração Leviano

Coração Leviano (samba, 1978) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Paulinho Da Viola / Título da música: Coração Leviano / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: EMI-Odeon / Ano: 1978 / Nº Álbum: 062 421133 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Samba.

E                   E
Trama em segredo teus planos
G#m7      C#7(b9) F#m7 C#7(b9) C#7
Parte sem dizer adeus
    F#m7      D7M/F#      B7
Nem lembra dos meus desenganos
F#7       F#m7     B7
Fere quem tudo perdeu

A7M    A#º    E/B
Ah!Coração leviano
    C#7        F#7 B7 G#m7 Gm7
Não sabe o que fez do meu
F#m7        E/G#
Ah!Coração leviano
    C#7        F#7 B7  E F#m7
Não sabe o que fez do meu

      B7        E
Este pobre navegante
           F#m7 Gm7 G#m7 A7
Meu coração amante
                  G#7
Enfrentou a tempestade
   C#m7       B7          E
No mar da paixão e da loucura
 C#7               F#7
Fruto da minha aventura
                  F#m7 B7
Em busca da felicidade

A7M    A#º       E/B A7
Ah!Coração teu engano
       D7(9)  C#7(b9) C#7
Foi esperar por um bem
  F#m7    Am7    G#m7
De um coração leviano
    C#7    F#m7 B7     E
Que nunca será de ninguém

Paulinho da Viola: Coração da Gente

Coração da Gente (samba, 1981) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Paulinho Da Viola / Título da música: Coração da Gente / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: WEA / Ano: 1981 / Nº Álbum: BR 30.167 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Samba.

Intro.:  D B7 Em A7 D B7 Em A7 D

   B7         Em
Cadê aquela cuíca
      A7      D
Que gemia devagar
  B7           Em
Cadê aquele pandeiro
                A7              D
Machucando, batucando sem atravessar
       B7      Em
Quando a rapaziada 
                 A7               D
Se juntava prá fazer um samba diferente
    B7         Em
O pagode não parava
               A7                D
Enchendo de alegria o coração da gente
      B7          Em
Quase sempre aparecia
      A7        D
Um partido de momento
     B7           Em
Partideiro improvisava, camarada,
       A7          D
Prá mostrar conhecimento
       D7           G
Alguém sempre se lembrava
        A7        D
De um pagode do passado
   B7            Em
Cantando a felicidade
       A7        D
De um amor apaixonado
   B7              Em
Às vezes formava a roda
     A7         D
Só havia um cavaquinho
     B7          Em
Todo mundo se chegava
               A7             D
Batuqueiro batucava bem devagarinho
         D7       G
Quando o sol aparecia
        A7           D
Ninguém perguntava a hora
  B7              Em
Viola é que anunciava
 A7                   D
Adeus que eu já vou embora. 

Paulinho da Viola: Comprimido

Comprimido (samba, 1973) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Nervos De Aço / Título da música: Comprimido / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1973 / Nº Álbum: SMOFB 3797 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba.

Intro.: A

A                   E7             A
Deixou a marca dos dentes dela no braço
              A#°           E7
Pra depois mostrar pro delegado
     A                 G#        C#m       F#
Se acaso ela for se queixar da surra que levou
 Bm                           F#m E7
Por causa de um ciúme incontrolado
 Am            E7                    Am
Ele andava tristonho guardando um segredo
                           A7          Dm
Chegava e saia, comer não comia e só bebia
Cadê a paz
 G
Tanto que deu pra pensar
              C          Am
Que poderia haver outro amor
            D7              G
Na vida do nego pra desassossego
         C   E7
E nada mais
     A                   A
Seu delegado ouviu e dispensou
              C#m            Bm  F#
Ninguém pode julgar coisas de amor
   Bm              E7            A   C#7 F#m
O povo ficou inteirado do acontecido
     B7                 E7
Cada um dando a sua opinião
 Bm                E7
Ela acendeu muita vela
           A      G       F#
Pediu proteção, o tempo passou
       Bm
E ninguém descobriu
      E7                    A   E7
Como foi que ele se transformou
     Am              E7
Uma noite, noite de samba
        Am
Noite comum de novela
        Em5-/7              A7
Ele chegou pedindo um copo d'água
                   Dm
Pra um comprimido
    G                                     C   E7
Depois cambaleando foi pro quarto e se deitou
Am           F                   E7
Era tarde demais quando ela percebeu
                 Am  E7
Que ele se envenenou
      A                      A
Seu delegado ouviu e mandou anotar
  C#m                                  Bm
Sabendo que há coisas que ele não pode julgar
              C#7
Só ficou intrigado quando ela falou
                F#
Que ele tinha mania de ouvir sem parar
              Bm                E7            Am
Um samba do Chico falando das coisas do dia a dia

Paulinho da Viola: Coisas do Mundo, Minha Nega


Coisas do Mundo, Minha Nega (samba, 1968) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Paulinho Da Viola / Título da música: Coisas Do Mundo, Minha Nega / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Nº Álbum: MOFB 3560 / Ano: 1968 / Lado A / Faixa 6 / Gênero musical: Samba / MPB.


Tom: A
Intro.: A

        F#5+/7      B7/9  E7                 A
Hoje eu vim, minha nega como veio quando posso
 F#m                   Bm7  E7                A
Na boca as mesmas palavras, no peito o mesmo remorso
F#7               Bm7            E7       A
Nas mãos a mesma viola onde gravei o teu nome

A F#7              Bm7        E7            A
Venho do samba há tempo, nega, vim parando por aí
 F#7                 Bm7  E7                C#m7
Primeiro achei Zé Fuleiro que me falou de doença
F#7                   Bm7              C#7          F#m
Que a sorte nunca lhe chega, está sem amor e sem dinheiro
                       B7                         Bm7
Perguntou se eu não dispunha de algum que pudesse dar
E7              Bm7  E7                   C#m7
Puxei então da viola, cantei um samba pra ele
                D#7           G#7        C#m7
Foi um samba sincopado que zombou do seu azar


        F#5+/7      B7/9  E7                 A
Hoje eu vim, minha nega, andar contigo no espaço
 F#m                   Bm7  E7                A
Tentar fazer em seus braços um samba puro de amor
F#7               Bm7            E7       A
Sem melodia ou palavra pra não perder o valor  (2x)


F#7                   Bm7         E7                   C#m7
Depois encontrei seu Bento, nega, que bebeu a noite inteira
 F#7             Bm7  E7                  A
Estirou-se na calçada sem ter vontade qualquer
 F#7               Bm7        C#7           F#m
Esqueceu do compromisso que assumiu com a mulher
                   B7                       Bm7
Não chegar de madrugada, e não beber mais cachaça
 E7            Bm7     E7            C#m7
Ela fez até promessa, pagou e se arrependeu
F#7                Bm7         E7           A
Cantei um samba pra ele, que sorriu e adormeceu


       F#5+/7       B7/9   E7              C#7
Hoje eu vim, minha nega, querendo aquele sorriso
  F#7               Bm7   E7                       A
Que tu entregas pro céu quando te aperto em meus braços
F#7               Bm7       E7            A
Guarda bem minha viola, meu amor e meu cansaço  (2x)


            F#7      Bm7             E7        C#m7
Por fim eu achei um corpo, nega, iluminado ao redor
   F#7              Bm7         E7        A
Disseram que foi bobagem, um queria ser melhor
                    Bm7       C#7         F#7
Não foi amor nem dinheiro a causa da discussão
                 B7                         Bm7
Foi apenas um pandeiro que depois ficou no chão
 E7              Bm7    E7                     C#m7
Não tirei minha viola, parei, olhei e vim-me embora
  F#7            Bm7      E7             A
Ninguém compreenderia um samba naquela hora


      F#5+/7        B7/9  E7                A
Hoje eu vim, minha nega, sem saber nada da vida
            F#7      Bm7     E7           A
Querendo aprender contigo a forma de se viver
F#7                B7/9                E7     C#m7 (F6)
As coisas estão no mundo só que eu preciso aprender (2x)

Paulinho da Viola: Quatorze Anos


Quatorze Anos (samba, 1966) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Samba Na Madrugada - Paulinho da Viola e Elton Medeiros / Título da música: Quatorze Anos / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: RGE / Ano: 1966 / Nº Álbum: XRLP 5298 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Samba.


(intro) G

  G    E     A7 
Tinha eu 14 anos de idade 
        D7            G7+  D7 G7+
 quando meu pai me chamou
                     Dm7               G7
Perguntou-me se eu queria estudar filosofia
                  C
Medicina ou engenharia
 D7                 G    B7  Em
Tinha eu que ser doutor
        B7       Em        D7        G
Mas a minha aspiração era ter um violão
                   Go
Para me tornar sambista
Am7   D7         G7+
Ele então me aconselhou:
      B7            Em                     A7
"Sambista não tem valor, nesta terra de doutor"
        Am7        D7           G   B7  Em
E seu doutor, o meu pai tinha razão

                     F#7         B7         Em
Vejo um samba ser vendido, o sambista esquecido
   C               B7
O seu verdadeiro autor
      D7          G                       F#7
Eu estou necessitado, mas meu samba encabulado
                  Bm  D7
Eu não vendo não senhor!

Paulinho da Viola e Toquinho: Caso Encerrado

Caso Encerrado (samba, 1999) - Toquinho e Paulinho da Viola - Intérpretes: Toquinho e Paulinho da Viola

CD Sinal Aberto - Toquinho E Paulinho Da Viola / Título da música: Caso Encerrado / Paulinho da Viola (Compositor) / Toquinho (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Toquinho (Intérprete) / Gravadora: BMG Brasil / Ano: 1999 / Nº Álbum: 7432171503-2 / Disco 2 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.

F            Am    Cm    D7
Quanto tempo não sei dizer
 Gm             D7     Gm    C7
Tanta mágoa não sei contar
Cm             D7       Gm
Só me lembro da so....lidão que passei
 Bbm           C7     F       C7
Quando vi meu castelo desmoronar
   F             Am     Cm                  D7
Muito embora eu esteja  com saudades de um beijo
 Gm             C7    Cm      F7
Minha vida é melhor assim
Bb             Bbm     Am          D7
Esperando o momento   de viver novamente
Gm          C7        F
O amor que restou em mim
     Gm        C7               F
Você disse que não voltaria jamais
     E7                   Am       F7
E pra não esperar seu perdão
 Bb          A7           Dm
Hoje tenho razões pra duvidar
Gm                 C7    Cm        F7
Das promessas que você  faz
  Bb           Bbm       Am               D7
Pra não ser enganado    trago o peito fechado
   Gm          C7      Cm       F7
Quero apenas viver em paz
 Bb              Bbm
Nosso amor é passado
 Am               D7
Logo é caso encerrado
 Gm              C7     F
Que não dá pra voltar atrás

Paulinho da Viola: Argumento

Argumento (samba, 1975) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Paulinho da Viola / Título da música: Argumento / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1975 / Nº Álbum: SMOFB 3851 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba / MPB.

(intro) (G G#º C#7/G# F#m7 B7 Em A7 D D7)
          (G G#º C#7/G# F#m7 B7 Em A7 D)

      A7
Tá legal!
      D  
Tá legal, 
      A7    D    A7 (A B C# D E F# E D C# B A)
 eu aceito o argumento
      D      B7         Em  B7  (B agudo A G F# E B)
Mas não me altere o samba tanto assim
Em         A7       D    B7
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
  Em             A7             D
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim

    Em       A7        D
Sem preconceito ou mania de passado
                     Am7   D7        G
Sem querer ficar do lado de quem não quer navegar
G              G#º   C#7/G#  F#m7
Faça como um velho marinheiro
       B7  Em      A7          D   D7
Que durante o nevoeiro leva o barco devagar

Paulinho da Viola: Amor à Natureza

Amor à Natureza (samba, 1975) - Paulinho da Viola - Intérprete: Paulinho da Viola

LP Paulinho da Viola / Título da música: Amor à Natureza / Paulinho da Viola (Compositor) / Paulinho da Viola (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1975 / Nº Álbum: SMOFB 3851 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Samba.

D          A         D           B7/9 
Relíquia do folclore nacional, joia rara que apresento 
                      Gm  A  E            A7 
Nesta paisagem que me vejo, no centro da paixão, 
          D 
  e do tormento 
       A7       D    D7                G 
Sem nenhuma ilusão, neste cenário de tristeza 
     E/G#                   F#m 
Relembro momentos de real bravura   
 B7/9                 Em   A7                 D7 
Dos que lutaram com ardor, em nome do amor a natureza 
   D        A7        D        A            D 
Cinzentas nuvens de fumaça, umedecendo meus olhos 
E/G#               A7     F#m    C#7         Em 
De aflição e de cansaço, imensos blocos de concretos 
                  Gm   A7    D    B7/13    Em 
Ocupando todos os espaços, daquela que já foi a mais  
    A7        D      D7                   G 
   bela das cidade que o mundo inteiro consagrou 
  C                   F#m    B7/9-     E         A7 
Com suas praias tao lindas, cheias de graça, de sonhos 
     D  A     D      A7      D           A7 
   de amor, flutua no ar o desprezo, desconsiderando  
     D   C#m   Bm7           F#7     Bm7 
    a razão, que o homem não sabe se vai  
               E7                       A7 
Encontrar um jeito de dar um jeito na situação 
  D     B7     E          A7         D 
 Uma semente atirada num solo, mais fértil 
       D7     G7 
   não deve morrer 
 
  G           Gm      F#m 
E sempre uma nova esperança 
     B7        E           A7    D 
Que a gente alimenta de sobreviver

Paulinho da Viola: Letras, Cifras e Músicas


Paulinho da Viola - Letras, cifras e músicas





























Zé Ramalho: Vila do Sossego

Vila do Sossego (1978) - Zé Ramalho

LP Zé Ramalho / Título da música: Vila do Sossego / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Epic/CBS / Ano: 1978 / Álbum: 144231 / Lado A / Faixa 2.


Intr.: ( G5  G7+* C7+ ) Bm Am E 
            G5                G7+        C7+ 
Oh, eu não sei se eram os antigos que diziam
            G5         G7+       C7+ 
Em seus papiros Papillon já me dizia
    Am          Am/G             D/F#
Que nas torturas toda carne se trai
     Am                 Am/G               D/F#
Que normalmente, comumente, fatalmente, felizmente,
       F                  C                   G            Am  E
Displicentemente o nervo se contrai, oh,oh,oh,oh com precisão
       G5         G7+        C7+ 
Nos aviões que vomitavam pára-quedas
       G5         G7+        C7+ 
Nas casamatas, casas vivas, caso morras
Am          Am/G             D/F#
E nos delírios meus grilos temer
    Am              Am/G                     D/F#
O casamento, o rompimento, o sacramento, o documento
       F                  C              G                 Am  E
Como um passatempo quero mais te ver, oh,oh,oh,oh,oh com aflição
        G5         G7+        C7+ 
Meu treponema não é pálido nem viscoso
        G5         G7+        C7+ 
E os meus gametas se agrupam no meu som
Am            Am/G         D/F#
E as querubinas meninas rever
     Am          Am/G                D/F#
Um compromisso submisso, rebuliço no cortiço
      F              C               
Chame o padre "Ciço" para me benzer, 
G         Am  E
oh,oh,oh,oh,oh,oh com devoção

Zé Ramalho: Mote das Amplidões

Mote das amplidões (1979) - Zé Ramalho

LP A Peleja Do Diabo Com O Dono Do Céu / Título da música: Mote das amplidões / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Epic/CBS / Ano: 1979 / Álbum: 235030 / Lado B / Faixa 2.


G                          Em            G   Em
montado no meu cavalo pégaso me leve além
                          Bm               G   Em
daquilo que me convém relançar pelo que falo
                         G               Em
bebendo pelo gargalo enchentes e ribeirões
        G                       Bm                   G
na terra tem tem mil vulcões no tempo só tem espaço
Em                    Bm              G      (Em G)
nada digo e tudo faço viajo nas amplidões
G                    Em                    G    Em
por entre pedras e rios planetas e hemisférios
                      Bm                     G Em
há poderes e impérios há sérios homens e fios
                              G              Em
há beijos que são macios há bocas e palavrões
G                Bm
há facas e cinturões
                   G     Em
há dor e muito cansaço
                       Bm             G  ( Em G)
nada digo e tudo faço viajo nas amplidões
 G                        Em                 G Em 
bem no tempo do estio no inverno e no verão
                       Bm               G  Em
no eixo e na rotação no plano que lhe envio
                               G         Em
nos deuses em que confio no poder das orações
G                         Bm               G
no sangue desses canhões no cabelo e no cangaço
Em                     Bm            G    (Em G)
nada digo e tudo faço viajo nas amplidões
  G                    Em                    G Em
conheço tantos caminhos retenho preso na mão
                         Bm                      G Em
as chaves da viração das aves que não têm ninhos
                               G                    Em
das uvas que não dão vinhos dos erros das intenções
 G                        Bm                  G
do fogo desses dragões do pau, do ferro e do aço
Em                   Bm              Em      (G Em)
nada digo e tudo faço viajo nas amplidões.

Zé Ramalho: Mistérios da Meia-Noite


Mistérios da meia-noite (1985) - Zé Ramalho

LP Roque Santeiro - Trilha Sonora da Novela da Rede Globo / Título da música: Mistérios da meia-noite / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1985 / Álbum: 403.6326 / Lado A / Faixa 5.


(intro) D G A G D G A G Bm Bm/A G D/F# Em   G A D

 D                 G
Mistérios da meia-noite
            D
Que voam longe
           G
Que você nunca
           Bm
Nao sabe nunca
            A
Se vão se ficam
              D
Quem vai quem foi

   D                G
Impérios de um lobisomem
              D
Que fosse um homem
          G            Bm
De uma menina tão desgarrada
       A             D
Desamparada se apaixonou
E7
Naquele mesmo tempo
A          A7/G           D
No mesmo povoado se entregou
    F#          Bm Bm/A
Ao seu amor porque
    E7                         Em7
Não quis ficar como os beatos
                          A
Nem mesmo entre Deus ou o capeta
  G             D     G A G D G A G D
Que viveu na feira

 D                 G
Mistérios da meia-noite
            D
Que voam longe
           G
Que você nunca
           Bm
Nao sabe nunca
            A
Se vão se ficam
              D
Quem vai quem foi

   D                G
Impérios de um lobisomem
              D
Que fosse um homem
          G            Bm
De uma menina tão desgarrada
       A             D
Desamparada, seu professor...

(repete tudo 4x)

Zé Ramalho: Kriptônia


Kryptônia (1983) - Zé Ramalho

LP Orquídea Negra / Título da música: Kriptônia / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Epic/CBS / Ano: 1983 / Álbum: 144466 / Lado A / Faixa 3.


intro. (B A G E) (B A G E A A# B) A

 D                           F#m
    Não admito que me fale assim
D                            F#m
  Eu sou o seu décimo-sexto pai
Bm                                           F#m
  Sou primogênito do teu avô, primeiro curandeiro
Bm                                      F#m
  Alcoviteiro das mulheres que corriam sob o teu nariz

F#m G A                                   C#
        Me deves respeito, pelo menos dinheiro
D                                      A
  Ele é o cometa fulgurante que espatifou

G                  D                        B     |
  Um asteróide pequeno que todos chamam de terra  |refrão
G                  D                        B     |
  Um asteróide pequeno que todos chamam de terra  |

(B A G E) (B A G E A A# B) A

D                           F#m
    De Kryptônia desce teu olhar
D                            F#m
  E quatro elos prendem tua mão
Bm                                               F#m
  Cala-te boca, companheiro, vá embora, que má criação!
Bm                                      F#m
  De outro jeito não se dissimularia a suma criação

F#m G A                                     C#
        E foi o silêncio que habitou-se no meio
D                                      A
  Ele é o cometa fulgurante que espatifou

(repete refrão)

Zé Ramalho: Jardim das Acácias

Jardim das Acácias (1979) - Zé Ramalho

LP A Peleja Do Diabo Com O Dono Do Céu / Título da música: Jardim das acácias / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Epic/CBS / Ano: 1979 / Álbum: 235030 / Lado B / Faixa 3.


Intro (C D EmC       D      Em
Nada vejo por esta cidade 
         C        D       Em 
que não passe de um lugar comum 
       C      D         Em
Mas o solo é de fertilidade 
       C          D          Em
no jardim dos animais em jejum 
      C          D       Em
Esperando alvorecer de novo 
     G          D   Am
esperando anoitecer pra ver
      G         D Am
A clareza da oitava estrela 
     G            D    Am
esperando a madrugada vir
          C           D      Em
E eu não posso com a mão retê-la 
         G        D     Am
e eu na passo de um rapaz comum
        G   D  Am
Como e corro trafego na rua
        G       D  Am
fui graveto no bico do anum
         C            D      Em
Vez em quando sou dragão da lua 
      C       D               Em
momentânea aliení..........gena
      C       D          Em
A formiga em viva carne crua 
     C             D       Em
perecendo e naufragando o mar
                        C        D        Em
Uê  oh.......oh.......oh..... naufragando no mar

(C D Em)

     C        D          Em
E a papoula na terra do fogo 
        C      D          Em
sanguessuga sedenta de calor
      C            D     Em
Desemboco o canto nesse jogo 
        C           D        Em
como a cobra se contorce de dor
     C            D     Em  
Renegando a honra da família
     G          D       Am
venerando todo ser criador
     G             D      Am 
No avesso de um espelho claro
       G          D       Am
no chicote da barriga do boi
      C           D     Em
No mugido de uma vaca mansa 
     C         D        Em 
foragido como Judas em paz
      C         D       Em
A pessoa que você mais ama 
       C            D       Em
no planeta vendo o mundo girar
               c         D       Em
Uê  oh.......oh.......oh..... vendo o mundo girar.

(C D Em)
ah ah ah.....

Zé Ramalho: Garoto de Aluguel

Garoto de aluguel (1979) - Zé Ramalho

LP A Peleja Do Diabo Com O Dono Do Céu / Título da música: Garoto de aluguel (Taxi boy) / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Epic/CBS / Ano: 1979 / Álbum: 235030 / Lado A / Faixa 5.


(intro) Am Em Dm E

Am                                      Em
Baby, dê-me seu dinheiro que eu quero viver
                                 Dm
Dê-me seu relógio que eu quero saber
                                 E
Quanto tempo falta para lhe esquecer
                                 Am
Quanto vale um homem para amar você
Am                          Em
Minha profissão e suja e vulgar
                              Dm
Quero um pagamento para me deitar
                               E
Junto com você estrangular meu riso
                              Am   ( Em Am )
Dê-me seu amor que dele não preciso

Am                             Em
Baby, nossa relação acaba-se assim
                                 Dm
Como um caramelo que chegasse ao fim
                              E
Na boca vermelha de uma dama louca
                                Am
Pague meu dinheiro e vista sua roupa
Am                                 Em
Deixe a porta aberta quando for saindo
                                Dm
Você vai chorando e eu fico sorrindo
                               E
Conte pras amigas que tudo foi mal
                          Am
Nada me preocupa de um marginal

(solo)  Am Em D7 E

Amelinha: Frevo Mulher


Um dos grandes sucessos de Zé Ramalho, “Frevo Mulher” foi composto num quarto do Hotel Plaza, no Rio, na noite em que o autor iniciava o seu romance com a cantora Amelinha. Em compasso binário, o seu ritmo, alcunhado de agalopado, é produto de uma alquimia idealizada por Ramalho, que mistura frevo e forró, gêneros dominantes nas festas juninas do Nordeste.

Apesar das previsões desanimadoras de um então diretor da gravadora de Amelinha, a quem “Frevo Mulher” fora entregue, a música (“Quantos aqui ouvem / os olhos de fé / quantos elementos / amam aquela mulher / quantos homens eram inverno / outros verão...”) teve sucesso imediato, graças ao seu andamento frenético e o riff marcante do final. Essas seriam as razões que levaram “Frevo Mulher” a ser adotado em muitas academias de ginástica do Rio de Janeiro, espalhando-se o seu sucesso em seguida pelas discothèques e estações de rádio, em que era solicitado a todo o momento pelos ouvintes.

Isso obrigou a gravadora a lançar o fonograma também num compacto simples, o que acabou ajudando a consagração da canção e da intérprete. O melhor elogio a “Frevo Mulher” foi feito por Caetano Veloso ao afirmar que o carnaval da Bahia tomou novo rumo depois do seu sucesso (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Frevo mulher (1980) - Zé Ramalho - Interpretação: Amelinha

LP Frevo Mulher / Título da música: Frevo mulher / Zé Ramalho (Compositor) / Amelinha (Intérprete) / Gravadora: CBS / Ano: 1978 / Álbum: 138063 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Frevo.

(intro) Bm C

     Bm        C
E|-2--2-5-2--0---3---------|
B|-3-------3-1----5-3-1----|
G|-4---------0-------------|
D|-4---------2-------------|
A|-2---------3-------------|
E|-------------------------|

Bm              C                     Bm    C
  Quantos aqui ouvem os olhos eram de fé
 Am              Am/G              Em
  Quantos elementos amam aquela mulher
G                    D                  Em
  Quantos homens eram inverno outros verão
 F                                      Em
  Outonos caindo secos no solo da minha mão
Bm                 C                      Bm    C
  Gemeram entre as cabeças a ponta do esporão
 Am                    Am/G                Em
  A folha do não-me-toque e o medo da solidão
G                    D                   Em
  Veneno meu companheiro desata no cantador
 F                                      Em
  E desemboca no primeiro açude do meu amor
 D
  É quando o tempo sacode a cabeleira
 Em
  A trança toda vermelha
 D                 D7                 Em
  Um olho cego vagueia procurando por um

Fagner: Eternas Ondas

LP Raimundo Fagner
Como vários outros compositores, Zé Ramalho também fez uma música para Roberto Carlos gravar. Então, participando de um passeio no iate Lady Laura, ele apresentou-lhe “Eternas Ondas”, uma canção inspirada no tema bíblico do dilúvio, que expõe o contraste entre a grande força da natureza e a fragilidade humana: “Quanto tempo temos / antes de voltarem aquelas ondas / que vieram como gotas em silêncio / tão furioso / derrubando homens entre outros animais...”

Mas Roberto não aproveitou a composição, talvez trágica demais para o seu estilo, que Ramalho passou para o amigo Fagner. Faixa de abertura do álbum Raimundo Fagner, lançado no final de 1980, “Eternas Ondas” recebeu do cantor cearense uma interpretação definitiva, bem ao seu jeito, intenso, emocionado (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Eternas ondas (1981) - Zé Ramalho - Intérprete: Fagner

LP Raimundo Fagner / Título da música: Eternas ondas / Zé Ramalho (Compositor) / Fagner (Intérprete) / Gravadora: CBS / Ano: 1980 / Álbum: 230040 / Lado A / Faixa 1.

Intro: E  G# D#m7/5- G# C#m

C#m   D#m7/5-                        G#            C#m
      Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondas
F#m                        B7     G#     C#m
Que vieram como gotas em silêncio tão furioso;

E                              G#
Derrubando homens entre outros animais,
D#m7/5-      G#              C#m
Devastando a sede desses matagais (bis);

F#m                      G#
Devorando árvores, pensamentos seguindo
  C#m   F#m                           B7        C#m
A linha do que foi escrito pelo mesmo lábio tão furioso,

E                            G#       D#m7/5-
E se teu amigo vento não te procurar
              G#               C#m
É porque multidões ele foi arrastar (bis).

Zé Ramalho: Entre a Serpente e a Estrela


Entre a serpente e a estrela (Amarillo by morning) (1992) - Terry Sttaford e Paul Fraser - Intérprete: Zé Ramalho

LP/CD Frevoador / Título da música: Entre a serpente e a estrela (Amarillo By Morning) / Terry Sttaford (Compositor) / Paul Fraser (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Sony Music / Ano: 1992 / Álbum: 850.156/2-464266 / Faixa 5.


(intro) Bb Dm Eb F Bb Dm Eb F

 Bb                 Dm         Eb       Bb
   Há um brilho de faca onde o amor vier
Bb                 Dm       Eb        F
   E ninguém tem o mapa da alma da mulher
        Eb            F                     Bb  Dm  Eb
Ninguém sai com o coração sem sangrar ao tentar reve-la
Bb              Dm                 Eb
   Um ser maravilhoso, entre a serpente e a estrela

(Bb Dm Eb Bb Dm Eb)

Bb                     Dm             Eb           Bb
   Um grande amor no passado se transforma em aversão
Bb                  Dm       Eb         F
   E os dois lado à lado corroem o coração
     Eb            F                   Bb            Dm        Eb
Não existe saudade mais cortante que o de um grande amor ausente
Bb            Dm                 Eb
Dura feito diamante corta a ilusão da gente

(Bb Dm Eb F G)

C                  Em         F           C
   Toco a vida pra frente fingindo não sofrer
C                 Em      F              G
   Mas o peito dormente espera um bem querer
  F             G                C      Em      F
E sei que não será surpresa se o futuro me trouxer
C               Em            F               C
   O passado de volta num semblante de mulher

Zé Ramalho: Chão de Giz

Chão de giz (1978) - Zé Ramalho

LP Zé Ramalho / Título da música: Chão de giz / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Epic/CBS / Ano: 1978 / Álbum: 144231 / Lado A / Faixa 3.


Introdução: G D/F# Em C C D D4 D D9 (2x) 

   G                     D/F#                           Em    
Eu desço dessa solidão, espalho coisas sobre um chão de giz      
C                     D               G    G9/F#   Em                       
   Há meros devaneios tolos a me torturar                           
C                   D                   G      G9/F#  Em
   Fotografias recortadas em jornais de folhas a--mi--úde
Am                 Bm                         Am      D
   Eu vou te jogar    num pano de guardar confetes 
Am                  Bm                         Am    D D4 D D9
    Eu vou te jogar     num pano de guardar confetes
    G                       D/F#                         Em 
Disparo balas de canhão, é inútil pois existe um grão-vizir
C                     D                  G   G9/F#     Em
   Há tantas violetas velhas sem um colibri
C                    D                  G     G9/F# Em
   Queria usar quem sabe, uma camisa de força ou de vênus
Am                    Bm                    Am     D
    Mas não vão gozar    de nós apenas um cigarro
Am              Bm                        Am   D D4 D D9
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom

Solo: G D/F# Em C C D D4 D D9

 G                         D/F#                     Em 
Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez
C                        D                 G    G9/F#    Em
   Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar  
C                      D                   G       G9/F#   Em
   Meus vinte anos de "boy", "that's over, baby" , Freud explica 
Am                  Bm                      Am     D
   Não vou me sujar     fumando apenas um cigarro
Am                 Bm                         Am    D
    Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Am                        Bm                       Am    D
    Quanto ao pano dos confetes já passou meu carnaval
Am                          Bm                 Am     D
    E isso explica porque o sexo é assunto popular

   Am                Bm
no mais estou indo embora
   Am                Bm
no mais estou indo embora
   Am                Bm
no mais estou indo embora
   Am      D D4 D D9
No mais...

G  D/F#  Em  C  D  D4  D  D9  G  C9  G

Zé Ramalho: Canção Agalopada


Canção agalopada (1981) - Zé Ramalho

LP A Terceira Lâmina / Título da música: Canção agalopada / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Epic/CBS / Ano: 1981 / Álbum: 235049 / Lado A / Faixa 1.


(intro) F#m E Bm G F#m Bm

        Bm         A        Bm
Foi um tempo que o tempo não esquece
         D           Em            Bm
Que os trovões eram roucos de se ouvir
   F#m        E          Bm
Todo céu começou a se abrir
      G       A         Bm
Numa fenda de fogo que aparece
D            Em      Bm
O  poeta inicia sua prece
   F#m        E         Bm
Pontiando em cordas e lamentos
      G          A         Bm
Escrevendo seus novos mandamentos
        G         A         Bm
Na fronteira de um mundo alucinado

   F#m           E           Bm
Cavalgando em martelo agalopado
    G           A           Bm       (bis)
E viajando com loucos pensamentos

 Bm          A          Bm
Sete botas pisaram no telhado
        D      Em       Bm
Sete léguas comeram-se assim
    F#m         E         Bm
Sete quedas de larva e marfim
     G        A          Bm
Sete copos de sangue derramado
     D        Em        Bm
Sete facas de fio amolado
     F#m   E               Bm
Sete olhos atentos em ser  rei
     G      A        Bm
Sete vezes eu me ajoelhei
       G     A         Bm
Na presença de ser iluminado

     F#m      E           Bm
Como cego fiquei tão ofuscado
     G           A          Bm       (bis)
Ante o brilho dos olhos que olhei

     Bm        A              Bm
Pode ser que ninguém me compreenda
        D        Em          Bm
Quando digo que sou  visionário
       F#m        E          Bm
Pode a bíblia ser um dicionário
     G         A       Bm
Pode tudo ser uma refazenda
      D          Em            Bm
Mas a mente talvez não me atenda
     F#m          E          Bm
Se eu quiser novamente retornar
        G        A           Bm
Para o mundo de leis me obrigar
   G           A        Bm
A lutar  pelo erro do engano

   F#m          E          Bm
Eu prefiro um galope soberano
      G        A           Bm      (bis)
A loucura  do mundo me entregar.

Zé Ramalho: Beira Mar

Beira mar (1979) - Zé Ramalho

LP A Peleja Do Diabo Com O Dono Do Céu / Título da música: Beira mar / Zé Ramalho (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: Epic/CBS / Ano: 1979 / Álbum: 235030 / Lado A / Faixa 4.


(intro) G Em

G                               Em
  Eu entendo a noite como um oceano
                                 G
Que banha de sombras o mundo de sol
C                        Am
  Aurora que luta por um arrebol
                             Bm
De cores vibrantes e ar soberano
                             Am
Um olho que mira nunca o engano
                                   Em
Durante o instante que vou contemplar
D                              Bm
Além, muito além onde quero chegar
                             G
Caindo a noite, me lanço no mundo
A                            F#7
  Além do limite do vale profundo
                               Bm
Que sempre começa na beira do mar
G                 Em    (G Em)
 É na beira do mar...

G                                        Em
  Ói, por dentro das águas há quadros e sonhos
                                 G
E coisas que sonham o mundo dos vivos
C                                  Am
  Há peixes milagrosos, insetos nocivos
                               Bm
Paisagens abertas, desertos medonhos
                                 Am
Léguas cansativas, caminhos tristonhos
                             Em
Qua fazem o homem se desenganar
D                                 Bm
  Há peixes que lutam para se salvar
                               G
Daqueles que caçam em mar revoltoso
A                                       F#7
  E outros que devoram com gênio assombroso
                               Bm
As vidas que caem na beira do mar
G                  Em    (G Em)
  É na beira do mar...

G                                Em
  E até que a morte eu sinta chegando
                                 G
Prossigo cantando, beijando o espaço
C                          Am
Além do cabelo que desembaraço
                           Bm
Invoco as águas a vir inundando
                               Am
Pessoas e coisas que vão arrastando
                              Em
Do meu pensamento já podem lavar
D                                 Bm
  No peixe de asas eu quero voar
                         G
Sair do oceano de tez poluída
A                                F#7
  Cantar um galope fechando a ferida
                              Bm
Que só cicatriza na beira do mar
G                  Em    (G Em)
  É na beira do mar...

Zé Ramalho: Batendo na Porta do Céu

Batendo na porta do céu (Knockin' On Heaven's Door) (1997) - Zé Ramalho

CD 20 Anos - Antologia Acústica / Título da música: Batendo na porta do céu (Knockin' On Heaven's Door) / Bob Dylan (Compositor) / Zé Ramalho (Intérprete) / Gravadora: BMG Brasil / Ano: 1997 / Álbum: 7432147349-2 / Disco 2 / Faixa 10.


(intro) G D Am C

E |--------7-5~---------8-----12---10-8-7----
B |-------------------8----------------------
G |-----5/7-7----7-7/9-9--9/12--12-12-9-7----

E |----7-5-------------------------
B |--------------------------8-----
G |-5/7-7---7h9p7-7p9---7-7h9-7h9-7
D |------------------10------------

G            D          Am
Mãe tire o distintivo de mim
G            D           C
Que eu não posso mais usá-lo
G            D          Am
Está escuro demais pra ver
G             D                   C
Me sinto até batendo na porta do céu

(refrão)
G           D               Am
Bate,bate,bate na porta do céu
G           D                C       (2x)
Bate,bate,bate na porta do céu
G                   D           Am
Mãe guarde esses revólveres pra mim
G              D             C
Com eles nunca mais vou atirar
G               D             Am
A grande nuvem escura ja me envolveu

G               D                 C
Me sinto até batendo na porta do céu

(repete refrão)
G          D                Am
Bate,bate,bate na porta do céu
G          D                 C  (4x)
Bate,bate,bate na porta do céu