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sábado, 1 de outubro de 2022

Orlando Silva: Lábios Que Beijei

 Leonel Azevedo
É em 1937 que Orlando Silva se impõe como cantor, igualando-se aos maiores rivais. Para isso, concorre decisivamente sua gravação de "Lábios que Beijei", valsa de enorme sucesso num ano pródigo no gênero.

O disco que tinha na outra face o samba Um juramento falso, a composição jamais encontrou outro intérprete tão perfeito quanto Orlando, então com 22 anos. É tamanha sua integração na história-ação, que se poderia simbolicamente considerá-lo parceiro na autoria de Cascata e Azevedo. Aliás, essa dupla deve boa parte de seu êxito a que lançou várias de suas músicas.

O disco inicial de "Lábios que Beijei” com arranjo de Radamés Gnattali, destacando o naipe de cordas, movendo esse tipo de orquestração, que se tornaria a partir de então obrigatória na gravação do repertório romântico brasileiro.

Lábios que beijei (valsa, 1937) - J. Cascata e Leonel Azevedo

Disco 78 rpm / Título da música: Lábios que beijei / Autoria: Cascata, J, 1912-1961 (Compositor) / Azevedo, Leonel (Compositor) / Silva, Orlando (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Victor, 1937 / Nº Álbum 34157 / Lado B / Gênero musical: Valsa

D           G7          D               B7
Lábios que beijei   /      Mãos que afaguei
Em       A7      D      A7
Numa noite de luar, assim,
  D           E7            A                Gb7
O mar na solidão bramia  /   E o vento a soluçar, pedia
  Bm         E7          A7
Que fosses sincera para mim.

   D     G7        D                   B7
Nada tu ouviste    /     E logo que partiste
    Em          A7       D7
Para os braços de outro amor.
G         Ab0              D               B7
Eu fiquei chorando    /    Minha mágoa cantando
Em            A7        D      Gb7
Sou estátua perenal da dor.

 Bm          B7                  Em
Passo os dias soluçando com meu pinho
Gbm
Carpindo a minha dor, sozinho
Bm
Sem esperanças de vê-la jamais
           Bm6             Gbm
Deus tem compaixão deste infeliz
Db7
Porque sofrer assim
Em      Gb7
Compadei-vos dos meus ais.
Bm                        Em
Tua imagem permanece imaculada
Gb7                           Bm
Em minha retina cansada  /  De chorar por teu amor.
  Em                     Bm
Lábios que beijei   /   Mãos que afaguei
G7       Gb7               Bm
Volta! dá lenitivo  à minha dor.


Fonte: A Canção no Tempo - Vol. 1 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34.

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